Inevitable Sinfonia

Capitulo 44

DULCE

Saí da casa de Christopher de camisola. Destranquei a porta para sair e a bati com violência pra descarregar a raiva. Eu não queria voltar ao quarto dele para pegar minhas roupas. Primeiro, por não querer demorar mais um minuto ali e também porque não quis me lembrar das vezes que tínhamos transado naquele quarto.

Das noites e dos dias que nos amamos intensamente. Inclusive naquela noite. Tinha sido mais um momento lindo. Mas de repente, tudo desmoronou. Eu não podia entender como ele desconfiava de mim depois de tudo o que passamos.

Será que não sentia que eu o amava ? O seu ódio foi maior que o sentimento por mim. Ele se deixou levar pelas mágoas e quis culpar a pessoa que achou mais fácil, ou seja, eu. Porque provavelmente, eu posso ter sido uma das últimas pessoas a ter tido contato com sua irmã. Ele acreditava cegamente que ela havia morrido. Para mim, ela ainda estava por aí. Talvez com vergonha e se escondendo para não ser morta pela própria família quando se tornou uma vampira.

E se Belinda o enganou, eu não tinha culpa disso. E muito menos culpa no suposto assassinato de sua irmã. Logan devia saber por onde Anahí andava. Eu precisava perguntar a ele porque me pediu para morde-la. E se ele poderia localiza-la. Eu não ia desistir de provar que a garota estava viva para esfregar na cara do Christopher. Mas como eu não queria vê-lo nunca mais, eu ia pedir para a própria Anahí procurá-lo assim que a encontrasse.

Tudo aquilo estava me fazendo sofrer muito. Eu jamais pensei que Christopher fosse me olhar com tanta raiva. E quase me matou. Por um minuto pensei que ele fosse mesmo enfiar a estaca em meu peito. Desistiu porque não teve coragem. Estava abalado por descobrir a verdade e ouvir da minha boca que mordi sua irmã.

Ele jamais ia confiar em mim sendo uma vampira. Mas agora já é tarde. Se ele não confiou em mim, era porque não me amava o suficiente para deixar seu orgulho e o rancor de lado. Ele teve a chance de acabar comigo ali. E não conseguia entender porque não seguiu em frente depois de me dizer aquelas coisas horríveis e de me acusar injustamente e sem provas.

O tecido da minha camisola estava queimado e a ferida da estaca em meu peito estava demorando para se curar. Nunca pensei que doesse tanto. Queimava e ardia. Eu não quis ir para o meu apartamento porque não podia subir no prédio vestindo uma camisola. Então, dirigi chorando feito criança até a casa dos meus pais. Estacionei do outro lado da rua e resolvi passar o resto daquela noite dentro do carro.

Pulei para o banco de trás e me acomodei lá. Ainda bem que era confortável. Deitei o banco do passageiro na frente e estiquei minhas pernas ali para ter mais espaço. Achei que o sono fosse demorar para chegar, mas adormeci rápido e com lágrimas nos olhos. Estava louca para esquecer por algumas horas o que tinha acontecido.

Nunca havia sentido tanta dor na vida. E nem pensei que pudesse sentir. Achei que eu fosse imune a esse tipo de dor por ser uma vampira, mas estava enganada. Doía tanto quanto se eu fosse uma humana completa. Eu tinha perdido Christopher para sempre. Demorei tanto tempo para encontrar o amor e quando o encontrei, logo o perdi. Ele não confiava em mim e pensava que eu era uma assassina.

[···]

Quando acordei, liguei para a minha mãe e avisei que estava dormindo do lado de fora, e pedi para ela me emprestar umas roupas para eu não sair pela rua daquele jeito. Mas esperei meu pai ir trabalhar para falar com ela porque eu não poderia dizer que estava com Christopher. Quanto menos pessoas soubessem disso, era melhor. E o pior é que Dylan sabia. Mas ele ia me pagar por ter contado ao Logan. Não tinha outra explicação, aquilo tudo era culpa dele.

Depois que terminei de me vestir dentro do carro, entrei na casa dos meus pais. Contei para a minha mãe o que tinha acontecido. O ferimento causado pela eataca ainda não havia se curado. Aquilo era estranho. Porém, meus olhos já estavam da cor normal. Minha mãe me ajudou a fazer um curativo.