Capítulo 3

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Olá meus amores voltei com mais uma capítulo pra vocês.

Enjoy!


✩✩

— Você está tão absorvida em seus pensamentos que a impediram de ouvir meus passos.

Que ironia, pois ela nem tinha se preparado para aquele encontro, justamente pensando em Serkan.

— Sim.

— Por que você não está dormindo?

Será que ele havia percebido que ainda a estava segurando? Eda mexeu com os ombros para ver se o movimento o afastava.

— Não consegui pegar no sono.

Ele ignorou a insinuação dela para se libertar. Talvez nem tivesse notado.

— Sua mãe morreu há menos de uma semana. É compreensível sua falta de sono.

— Suponho que sim — replicou, satisfeita em deixá-lo tirar suas próprias conclusões.

Eda tinha de lutar muito para não se aconchegar no calor que o corpo forte lhe oferecia. Ela o desejava, e isso já era chocante o bastante. Porém, queria alguma coisa mais, algo que já aprendera há muito tempo que não era possível em sua vida. Amor, compromisso e segurança.

— Entendo você, pois a morte do meu tio causou muito sofrimento à minha família.

Aquilo era, provavelmente, o máximo que Serkan admitiria sobre sua própria fraqueza, assim como a razão de estar acordado por causa de sua dor.

O sentimento de tristeza que ela nutria pela morte era pequeno perante o alívio de viver à sombra dos delitos da mãe.

Ela umedeceu os lábios, tentando manter a concentração que a proximidade dele tornava difícil.

— Omer era um homem bom — disse Eda. Finalmente Serkan tirou as mãos dos ombros dela, mas permaneceu perto, deixando-a constrangida do mesmo modo.

— Sim, era, mas eu não deveria ignorar seu sofrimento.

— O que você quer dizer com isso? — Ela não tinha expressado nenhum sofrimento, portanto, como ele o ignoraria?

Eda nem sequer estava certa se seria capaz de chorar a morte da mãe.

— Não fui gentil com você esta tarde, peço desculpas. — As palavras eram formais, diferente de suas conversas com ela. Provavelmente, ele se esforçava para se desculpar, pois não estava acostumado a isso.

— Não se preocupe. Não foi nada.

— Eu a feri, não deveria ter aumentado sua dor.

Oh, Deus, ele levava a sério o remorso. E isso a fez se sentir culpada, porque o que Serkan lhe disse não aumentava sua dor pela perda, mas a dor de uma vida inteira como filha de Ayfer.

— Obrigada por desculpar-se, mas, honestamente, estou acostumada com comentários como aquele.

Serkan gemeu. Aparentemente, suas palavras não o confortaram.

Ela suspirou, com vontade de estender a mão para fazer um gesto solidário. Seus dedos pousaram gentilmente sobre o braço forte e isso foi tudo que Eda pôde fazer.

— Não estou zangada com você. — Não mais. — Omer era um homem bom. Sinto muito que tenha morrido daquela maneira. Lamento que a vida de minha mãe tenha terminado daquele modo também, mas não o culpo por chamar a atenção para a verdade. Sou filha dela e aprendi a conviver com isso.

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