Capítulo 12

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Olá amores voltei, e sem mais delongas.

Enjoy the chapter.

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Serkan sentiu um nó no estômago e sua respiração tornou-se ofegante quando abriu gavetas e armários, confirmando o que deduzira: ela tinha ido embora, e, o pior, sem deixar um bilhete sequer. Na sua procura, percebeu uma caixa decorativa no cesto de lixo, que parecia um pequeno cofre de lembranças, como a que sua mãe tinha, e onde guardava coisas que haviam pertencido ao pai.

O que aquilo estava fazendo no cesto de lixo de Eda? Ela levou da casa e era estranho que escolhesse aquele momento para jogá-la fora.

Serkan pegou a caixa e abriu. No momento que seus olhos viram seu conteúdo, um sentimento de pavor o dominou. Literalmente, Eda o jogou fora de sua vida, juntamente com todas as lembranças que poderia ter dele. Memórias do começo do relacionamento deles lhe vieram à mente, tudo que testemunhava os sentimentos que Eda nutria por ele desde o princípio.

Sentimentos que ele ignorava.

Não, isso não era bem verdade. Havia notado a adoração ingênua de Eda por ele, e a incentivava porque ela o atraía como nenhuma outra mulher foi capaz, mesmo aos 17 anos de idade. Serkan a desejava desde então, mas a inocência dela o amedrontava, assim como a timidez no meio de homens. Nunca havia ido à piscina quando os amigos da mãe estavam por perto, embora tivesse ido algumas vezes com ele.

Eda tinha evitado as festas de Ayfer quando vivia casa grande.

A tolice de suas convicções anteriores o atingiu novamente. Sua única desculpa era que estava ficando louco desde a morte do tio. Seu pesar pela perda de um homem que, além de ter sido a figura de pai, foi seu mentor de negócios, havia se intensificado pela morte desnecessária do velho homem, e sofrimento pelo que sua vida se transformava desde que se casou com Ayfer.

Adicionando isso à necessidade que sentia em não se apaixonar por Eda, uma necessidade que não podia mais controlar, o levou a agir de modo irracional.

✩✩

Eda sentou-se na cadeira coberta de vinil do consultório, num misto de entorpecimento e estupefação.

A expressão impessoal do médico não lhe oferecia conforto diante da notícia tão devastadora.

Tinha ido ao médico para descobrir o que estava acontecendo com seus hormônios femininos e havia sido surpreendida pela descoberta.

— Esta não é uma condição incomum. Você ficaria surpresa se soubesse quantas pessoas com menos de 30 anos têm problemas cardíacos. Arritmia é o mais comum, e um dos mais suaves.

Suave? Ela não considerava suave o risco de derrame ou de um infarto, mas talvez aquela fosse a opinião dele. Não havia dúvida de que dr. Lanza, muito frequentemente, atendia pacientes em estados bem mais graves do que o de Eda.

— Tratamentos bem-sucedidos para hipertireoidismo podem fazer desaparecer sua arritmia.

— E se não for feito significa que meu coração está condenado? Isso não me parece tão suave assim.

O dr. Lanza assentiu, com a mesma expressão impassível.

— O risco é muito pequeno.

— Quão pequeno?

— Seu eco cardiograma revela que com um tratamento eficaz de seis semanas o risco de um infarto ou derrame é quase inexistente.

Eda suspirou.

— Então, como trataremos da minha tireoide?

Ela tinha 23 anos e era jovem demais para lidar com esse tipo de coisa.

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