Capítulo 18

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Voltei amores, enjoy!


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A intenção de cortejo de Serkan teve um começo nada romântico, quando chamou Eda no escritório naquela tarde para que ela assinasse papéis e se tornasse proprietária da casa de Miami. O contador dele também a informou sobre sua nova conta bancária, talão de cheques e cartões de crédito.

Não que os esforços dele para favorecê-la tivessem surtido qualquer efeito.

— Não quero seu dinheiro, nem sua casa — declarou Eda, afastando os papéis e recusando-se a assiná-los. Os olhos castanhos fuzilavam de raiva.

Por que deveria ficar zangada se ele queria dar-lhe uma casa?

— Você deveria ter herdado mais do que a coleção de livros quando Omer morreu, mas eu estava tão zangado depois do funeral que não considerei o fato. Isso agora apenas corrige as coisas.

— Omer era marido da minha mãe, não meu pai. Não me devia nada.

— Sou pai de seu filho. Não pode dizer que não lhe devo nada.

— Você não me deve nada.

— Isso não é verdade.

Eda levantou-se da cadeira e caminhou ao longo da sala, parando em frente de uma estante cheia de porta-retratos da família Bolat. Notou que todas as fotografias de Ayfer tinham sido retiradas.

Agora imaginava se ele deveria ter deixado pelo menos uma para o bem dela.

— Não sou minha mãe. Quando vai entender isso? — disse ela de costas, enquanto ele apreciava-lhe a delicada curva do pescoço, revelada pelos cabelos castanhos presos num coque no alto da cabeça.

Ele quis caminhar até ela, tomá-la nos braços e pressionar milhões de beijos no local que descobrira ser uma zona erógena para Eda.

— Eu não disse que você era.

Ela virou-se, ignorando os outros dois no escritório, como se não existissem.

— Então, por que me dar a casa? Você não tem que comprar acesso ao seu próprio filho. Eu já lhe disse isso. Nunca faria ao nosso bebê o que fizeram comigo — disse Eda, vibrando de raiva.

Serkan dispensou os homens, incluindo o guarda-costas, do outro lado da porta, ficando sozinho com Eda.

— O que você quer dizer com o que fizeram comigo?

A expressão dela tornou-se surpresa e seus lábios foram drenados de sangue quando os mordeu.

— Minha mãe me tirou de meu pai quando eu ainda era criança. Nunca mais o vi, e quando fiquei mais velha ela se recusou a me contar quem ele era, para que eu não o encontrasse.

Ayfer Yildiz tinha sido realmente uma criatura mau-caráter.

— E sua certidão de nascimento?

— Não sei onde está. Ela sempre recusou dá-la para mim ou me dizer onde nasci.

— Você poderia ter contratado um detetive particular.

Eda riu, uma risada amarga.

— Essa espécie de investigação custa milhares de dólares e não tenho o dinheiro que você tem, Serkan.

— Mas você quer conhecer seu pai?

— Sim. Lembro-me do amor dele por mim.

As palavras abalaram Serkan com incrível força. Por que tudo que Ayfer tinha feito para a família dele foi infinitamente pior para a própria filha.

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