Capítulo 17

1.3K 133 8
                                    

Volteeeeeeei!!


✩✩

Estava entorpecida pela dor havia meses, escondendo-se atrás de uma parede de autoproteção desde que Serkan a dispensou de sua vida. Mas a consciência de sua gravidez havia começado a desintegração daquela parede, e a chegada dele de volta à sua vida a demoliu.

Ele não a deixaria ignorá-lo, e forçando-a a encarar seu papel de pai da criança tinha também encarado outro fato irrefutável: ainda o amava.

Eda não queria amá-lo, mas se as ações de Serkan na manhã após terem feito amor não haviam matado seu amor por ele, nada mais mataria. Então, precisava escolher entre passar o resto da vida sem ele ou viver com o homem que amava, sabendo que seu amor não seria retribuído.

Era uma escolha insustentável e impossível de se fazer no impulso de um momento como aquele.

A maneira agressiva como Serkan a tratou naquela manhã tinha de ser pesada contra a maneira gentil que a havia tratado antes da morte de Ayfer. Também, desde que ele voltou à sua vida, ele fizera o possível para ser carinhoso e atento a não ser pela deplorável crença de que ela lhe pertencia porque estava grávida de um filho seu.

E, então, havia o fato de Serkan ter planejado o casamento deles sem o seu conhecimento.

— Não gostei do fato de você ter planejado meu próprio casamento sem meu consentimento, ou sem levar em conta minha opinião a respeito dos arranjos da cerimônia.

— Está dizendo que se fosse diferente você se casaria comigo?

— Estou dizendo que vou considerar o casamento, mas você tem de me pedir antes, e não fazer o que fez.

Uma esperança cautelosa brilhou nos olhos de Serkan, tornando-o vulnerável, e fazendo mais para suavizar o coração de Eda do que qualquer coisa que ele fizera desde que chegou á Itália.

— Então, eu a cortejarei.

Eda voltou para o quarto, confusa e um pouco preocupada com a promessa de Serkan de cortejá-la.

Aydan estava ao lado da janela, de costas para a porta.

O vestido de casamento, os sapatos e o buquê estavam arranjados cuidadosamente sobre a cama.

As empregadas haviam partido, mas a expectativa permanecia, e os pensamentos positivos em relação ao homem superseguro lá embaixo haviam desaparecido.

Como ele ousou deixá-la numa posição na qual teria de contar a Aydan que não haveria mais casamento?

— A música parou — declarou Aydan, voltando-se com expressão pensativa.

— Foi um engano.

— É uma tradição fazer serenata na janela da noiva na manhã do casamento.

— Mas não vai haver casamento.

Os olhos da mulher mais velha, tão parecidos com os do filho, refletiram preocupação.

— Você e Serkan brigaram?

— Nunca fizemos as pazes, para início de conversa.

— Sinto muito em ouvir isso. Eu tinha a esperança de que com um bebê a caminho vocês se acertariam.

Serkan disse aquilo para a mãe?

— Seu filho tem uma boca grande.

Um sorriso aflorou no rosto de Aydan quando se afastou da janela.

Ilusion ✩Onde histórias criam vida. Descubra agora