Capítulo 14

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Volteeeeei!!


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Serkan não disse nada, parecendo surpreso com a proposta.

— Você não se importa se eu dormir aqui com você?

Os olhos castanhos não hesitaram nem por um minuto.

— O lado sexual de nosso relacionamento está definitivamente terminado. Portanto, não estou preocupada sobre você tentar se aproveitar da situação.

Aquelas palavras feriram a dignidade de Serkan.

— Eu não me aproveitei antes. Você esteve comigo o tempo todo porque quis.

— Não o tempo todo, Serkan. Eu não o acompanhei em sua viagem mental sórdida, que o deixou convencido que eu era uma réplica de minha mãe.

Não, ela realmente não o acompanhou. Ele fez a tal viagem por conta própria e não podia culpar ninguém a não ser a si mesmo pelo resultado.

— A verdade é que estou com medo.

— De que você tem medo?

Ela bocejou e os olhos estavam vermelhos de fadiga.

— Não quero desmaiar, como aconteceu no trabalho, com ninguém em volta para se certificar de que o bebê está bem.

Com expressão perturbada, Eda mordeu o lábio.

— Diga-me a verdade, minha querida.

— Não sou mentirosa, não importa se acredita ou não.

— Você me falou que estava bem. — Ele não queria dizer aquilo como se a estivesse acusando de ser desonesta, mas a expressão de Eda dizia-lhe que era assim que suas palavras soaram.

— Eu estava e estou bem. Caso contrário, eles não teriam me liberado do hospital.

— Você esteve no hospital? — perguntou ele com fúria incontida.

— Foi apenas um pronto-socorro. Meus colegas chamaram a ambulância quando eu desmaiei.

Ele balançou a cabeça. Teria de conversar sobre o emprego de Eda no dia seguinte, também. Trabalhar nas atuais circunstâncias era loucura, mas ele não esperava que ela entendesse isso.

— Acho que é hora de irmos para a cama — disse ele. Ela assentiu, escondendo com a mão outro bocejo, a mão que deveria estar usando um anel de casamento.

Serkan esperou que ela se acomodasse na cama antes de desligar a luz, então, deitou-se, e Eda adormeceu quase imediatamente.

Ele levou muito tempo pensando com que facilidade ela dormiu. Também estava precisando muito dormir. Tinha sofrido ao vê-la novamente, uma vez que as coisas haviam acontecido diferentemente daquilo que esperava.

Eda não queria vê-lo mais, porém se esforçara para lhe telefonar pelo bem do filho deles e tinha permitido que ele dormisse em sua cama porque acreditava que o lado sexual do relacionamento estava terminado.

Certamente, os dois não sentiam mais a mesma coisa. Eda não confiava mais nele, considerando-o um perfeito patife.

Usar a paixão que aconteceu entre os dois era o único meio que Serkan podia pensar para uni-los novamente. Mas não podia usar isso ainda. Tal ação não seria segura até que Eda estivesse com a medicação adequada, a que o médico da confiança de Serkan tinha mencionado. Portanto, estava determinado em não feri-la mais, de modo algum.

Podia e controlaria sua vontade de seduzi-la, mas não havia feito promessas de não tocá-la durante a noite. Eda dissera que podiam dormir juntos sem se tocarem. Ele sabia que isso não seria tão fácil quanto parecia. Não depois de dez semanas procurando-a para finalmente encontrá-la com a saúde frágil, em perigo, e grávida de um filho seu.

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