Capítulo 4

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Cheguei amores, espero que gostem do capítulo.

Enjoy!


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Serkan afastou-se do quarto de Eda chamando a si próprio de idiota. Por que tinha pensado em beijá-la daquele jeito? Ou simplesmente beijá-la?

Certo, ele a desejara por anos, mas não era a mulher certa. Nem mesmo para um caso breve. Podia ser diferente de Ayfer, mas Eda não deixava de ser filha de uma mulher suja e deplorável.

Além do mais, sua família sofreria as consequências se eles se envolvessem. Ninguém merecia mais fofocas como as que tinham envolvido o casamento de Omer. Serkan tinha amado muito seu tio-avô, mas o velho homem havia se rendido aos prazeres com Ayfer e envolvera a família em situações desagradáveis.

Como um americano com o mínimo de orgulho podia permanecer casado com uma mulher que sabia ser infiel? Assim mesmo Omer permaneceu.

A noite do acidente não havia sido a primeira vez que o tio havia encontrado provas de casos extraconjugais de sua esposa.

A cada vez, Serkan tinha certeza de que o tio finalmente teria criado juízo e se separaria da desavergonhada, mas Omer nunca tomou tal decisão.

Serkan jamais permitiria que uma mulher o fizesse de bobo. Não tolerava mentiras. Abominava qualquer tipo de desonestidade, principalmente infidelidade.

Seu tio-avô tinha sido esperto o suficiente para impedir que sua esposa bela e desequilibrada o levasse à ruína financeira, e assim havia mostrado que seu cérebro ainda funcionava quando não lhe deixara nada em testamento, mas não havia dúvida de que Ayfer Yildiz destruiu o orgulho do marido.

Para um homem, aquilo era a pior coisa que poderia acontecer.

Serkan não era capaz de compreender a atitude de Omer permanecendo casado. Como permitira deixar-se levar pela sexualidade e sujeitar-se a um estilo de vida completamente diferente do que tinha levado em seus primeiros 60 anos? Um homem deveria viver seus últimos anos com dignidade, mas não foi o que aconteceu com o tio.

Humilhação tinha sido sua companhia, principalmente no ano anterior à morte. O que levara Ayfer a expor suas conquistas sexuais ao marido idoso? O que a fizera comportar-se de maneira tão sórdida? E por que Eda havia ignorado isso tudo, não tentando impedir o abominável comportamento da mãe?

A noite escura, vista da janela do quarto, não lhe ofereceu respostas, mas suas perguntas o faziam recordar que, apesar de diferente da mãe, Eda tinha sido egoísta demais para importar-se com Omer Bolat. Exatamente como a mãe.

Eda lacrou a última caixa no quarto da mãe e fechou a porta. Um senso de dever cumprido misturava-se com decepção. Tinha vasculhado o quarto de Ayfer completamente e não encontrara nada relacionado com sua vida antes de casar-se com Omer Bolat. Nenhuma indicação de quem podia ser seu pai.

Considerando os tipos de companheiros da mãe, ela teria desistido, anos atrás, de saber quem era seu pai, a não ser por duas lembranças dolorosas de sua infância.

Era pequena, 3 ou 4 anos, e estava sentada no colo de um homem. Ele estava lendo para ela, e Eda ainda podia se recordar da sensação de amor e segurança que havia sentido. Ela o tinha chamado de "papai" e beijado seu rosto quando a leitura terminou. Ele a abraçara apertado, e quando fechava os olhos, ela lembrava do abraço que a fazia sentir-se segura.

Em uma outra lembrança, encontrava-se num apartamento escuro, caminhando durante a noite, procurando pelo pai, chorando e chamando o nome dele. Tinha cerca de 5 ou 6 anos na ocasião. Sua mãe havia dormido, alcoolizada, mas Eda ficara acordada a noite toda, aceitando finalmente, ao amanhecer, que seu pai não voltaria mais. Não sabia se o pai queria ficar longe delas, como sua mãe dizia, ou se fora incapaz de encontrá-las. Ayfer e Edal tinham morado em vários lugares dos Estados Unidos desde que Eda começou a frequentar a escola. As proezas da mãe apareciam nos tabloides escandalosos, mas não tinham sido dignas de nota nos Estados Unidos. Até casar-se com Omer, não era nem muito rica nem uma celebridade.

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