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PENÚLTIMO CAPITULO

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9 MESES DEPOIS

O cheiro de ervas queimando no canto da ala de parto misturava-se ao suor e ao som abafado da chuva lá fora.

A pedra fria sob meu corpo mal fazia diferença com a dor que me rasgava por dentro. Eu estava deitada em uma maca de linho grosso, meus cabelos grudados na testa, o vestido de parto já empapado. O ar parecia pesar.

— Força, alteza… está quase. — A parteira me dizia, tentando manter a calma, mas eu via o suor escorrer pela lateral do rosto dela também.

— Ai meu Deus.... — gritei, apertando as cobertas ao meu redor. A dor era como fogo líquido subindo pela minha espinha, uma pressão absurda que me fazia querer chorar e gritar ao mesmo tempo. — Onde está ele?! — perguntei com a voz trêmula, já arfando.


As portas se abriram com força.

Vinnie entrou como se o mundo estivesse desabando e só existisse aquela sala. Estava com o cabelo bagunçado, ainda em roupas formais, mas o olhar desesperado fixo em mim.

— Amor… vim o mais rápido que pude...— disse, correndo até meu lado.

Ele segurou minha mão com força, os olhos se enchendo de lágrimas só de me ver daquele jeito. Eu tremia inteira, e ele ajoelhou-se ao meu lado, aproximando-se do meu rosto.

— Eu tô aqui, tá? Você é forte. Você consegue, Nix. — falou com a voz embargada, beijando minha testa.

— Vinnie… Está doendo muito… — sussurrei, com os olhos fechados, tentando respirar como haviam me ensinado, mas era difícil. Cada contração era como se uma onda me arrastasse para o fundo de um mar furioso.

— Você já aguentou coisa muito pior…  — ele riu, trêmulo. — Isso aqui não é nada perto da sua coragem.

— Ai meu Deus... — gritei, chorando.

— Só respira comigo. Vamos lá… inspira… — ele puxou o ar, e eu tentei imitá-lo, mesmo que soluçando.

— Está vindo!! — disse a parteira. — Agora, alteza… empurre!

Gritei. Um grito que saiu do fundo da minha alma, atravessando paredes e silêncios. Senti como se estivesse me partindo ao meio. Vinnie segurava minha mão, e eu quase quebrei os dedos dele.

— Isso! Mais uma vez!

Empurrei com tudo o que me restava. Uma última onda de dor, e então…

...

— É um menino! — anunciou a parteira, com um sorriso largo.

Minha respiração parou. O choro agudo preencheu a sala, e as lágrimas caíram dos meus olhos como se alguém tivesse aberto uma represa dentro de mim.

Vinnie me olhou com os olhos arregalados, ainda sem acreditar. Ele sorriu. Um sorriso verdadeiro, puro, daqueles que iluminam o rosto inteiro.

— Ele… ele é lindo… — sussurrou, antes que a parteira se aproximasse para mostrar o pequeno.

Mas antes que pudesse colocá-lo em meus braços, outra contração forte atravessou meu corpo.

— Aahh… não… não! — gritei, arqueando as costas.

— Esperem… — disse a parteira, se aproximando de novo. — Há outro bebê aqui.

A sala congelou.

— Outro…? — Vinnie perguntou, engasgando no próprio fôlego.

— São gêmeos. Tem mais um bebê vindo. — ela disse, com os olhos arregalados, tentando se mover rápido.

— O que....?  — olhei pra ele, em choque, e Vinnie arregalou os olhos como se tivesse levado uma espada no peito.

A dor retornou com fúria. Comecei a gritar de novo, exausta, trêmula, chorando.

— Nixie, olha pra mim — Vinnie sussurrou, segurando meu rosto agora com as duas mãos. — Você já trouxe um ao mundo. Agora vai trazer outro. Vai conseguir, tá? Estou aqui, com você. Sempre.

Apertei os olhos com força, e empurrei.

— Vamos, alteza, mais uma vez!

Gritei. Mais uma contração. Mais uma empurrada. O mundo inteiro parecia girar em volta da dor…

Até que... o silêncio foi cortado por mais um choro — mais agudo, mais fino.

É uma menina... — disse a parteira, com lágrimas nos olhos agora também.

Vinnie cobriu o rosto com as mãos, rindo e chorando ao mesmo tempo.

— Um menino… e uma menina… — sussurrou, indo até onde a parteira segurava o pequeno embrulho rosado.

Ela colocou a menininha nos braços dele, e Vinnie a olhou como se tivesse acabado de ver a própria alma em forma de gente.

Ele a trouxe até mim, e a médica se aproximou com o outro bebê — o menino — e o colocou delicadamente sobre meu peito.

Eu os encarei… e tudo desapareceu.

A dor sumiu. O frio se dissipou. O mundo ficou em silêncio.

Ele vai se chamar Nicholas. — sussurrei, sentindo o peso do pequeno contra meu corpo. — Príncipe Nicholas.

E ela… — Vinnie sorriu, beijando a testa da filha — Vai se chamar Amybeth. Princesa Amy.

Ele se sentou na borda da maca, com a menininha ainda nos braços, e colou a testa na minha. Nossos filhos entre nós.

𝐓𝐇𝐄 𝐏𝐑𝐈𝐍𝐂𝐄 - 𝘝𝘪𝘯𝘤𝘦𝘯𝘵 𝘊𝘰𝘭𝘦Onde histórias criam vida. Descubra agora