157° Capítulo

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Eu não queria acreditar nisso, mas as coisas passaram a fazer sentido. Meu  estômago deu um embrulho horrível, Daniel desceu após eu ligar.
Micaella: Dani isso é mentira né? Que papo esse que a Fabí foi presa cara? De quê? -pergunto, no intuito de ouvir o contrário.
A cara que ele fez, pelo visto já estava sabendo...
Daniel: Foi irmã, fiquei sabendo...eu avisei à ela sabe!? Ela não me escutou e não demorou uma semana... Estou arrasada tanto quanto você...
Micaella: Foi pega por que gente? -questiono incrédula.
Daniel: Mana ela tava fazendo corre, levava drogas até pra fora do Brasil, envolvidona com narcotraficantes já... -contava meio receoso, como se cochichando.
Micaella: Tu deixou essa filha da puta virar mula?? Não acredito cara! -exclamo indignada- Você não fez nada Daniel?
Daniel: Sabe aquele babado de que tu viu ela com teu pai? Já era isso aí, só que ela não quis contar pra gente e preferiu se afastar, aí depois que eu fui saber. -confessa gesticulando.
Micaella: MEU PAI? Ele vai resolver essa porra agora!!! -berro, ainda mais desesperada.
Piorrr, não vou entender legal não se recrutou minha amiga pra essa furada, eu não aceito uma coisa dessas.
Não mesmo!
Ele não é louco.

Saí doida pra ir na direção dele, Daniel impediu me segurando.
Daniel: Mimyca calma! Ela já está agarrada irmã, não vá fazer besteira, você está de cabeça quente... Calma. - pedia me acolhendo em seus braços.
Micaella: MINHA AMIGA PORRA, PRESA POR TRÁFICO?? NÃO ACEITO ISSO BI! Ele permitiu uma coisa dessa, ele é maluco ele?
Daniel: E ele é culpado aonde Micaella? Fabrícia é responsável pelos atos que comete, se ela quis isso pra vida dela e o que a gente pode fazer?
Micaella: IRRESPONSÁVEL NÉ? Não...que ódio!!! Minha amiga não era dessas coisas Dani...
Caí no choro.
De todos os sentimentos ruins que habitava em mim, o que mais exaltava era culpa. Culpa de não ter sido humilde em ter chegado nela pra saber a real verdade, no fim não era nada do que eu pensei e ainda perdi minha fechamento duas vezes. Estou amargamente arrependida! Se eu fosse madura o suficiente teria evitado essa porra de acontecer, ainda tinha a minha mãe que eu iria meter numa confusão que sequer existe... Que loucura! Estou extasiada.

Cheguei na casa da minha mãe ainda exaltada e acabada, queria me controlar, mas era algo impossível.
Míriam: Ei ei ei, que papo é esse? Calma aí. -Dizia, tentando entender o que eu contava tudo embolado, nervosa.
Micaella: Teu marido! -rebato puta da minha vida.
Míriam: Respeita teu pai! Tu vai falar assim com ele, vai dar ruim. -avisou.
Micaella: Mãe, não tem lógica ele permitir ela fazer isso, minha amiga caramba.
Míriam: Não sei de nada... -Diz dando de ombros- Sabe muito bem como teu pai é...
Micaella: Estou puta! E ele vai dar um jeito de tirar ela de lá já.

Meu pai acordou, ele falou todo normal comigo e eu o tratei na ignorância já e ele ao notar me cobrou.
Fabiano: Qual foi Micaella? Tá inquieta aí, aconteceu alguma parada?
Micaella: O senhor tem dúvidas? -Digo, já exaltada; não consigo me conter- Tanto homem aí e pegar logo a minha amiga???
Fabiano: Que papo é esse garota? Olha tua mãe aí e tu falando merda. -Disse abrindo os braços- Se liga!
Micaella: Botou a mina pra fazer mula por aí e agora ela está lá presa pra caralho sem recurso, espero que o senhor faça algo por ela lá, sua obrigação!!!
Fabiano: Botei quem o quê? Melhor tu fica tranquila, se metendo na vida dos outros aí, tá falando merdinha pra caralho já.
Micaella: Falta de consideração com a própria filha, destruiu a vida da minha amiga! Obrigado, o senhor é um excelente traficante! -desdenho.
Dito isto, eu já ia saindo para a coisa não ficar mais feia. Mas, ele segurou no meu braço fortão, me mobilizando só ali.
Fabiano: Tu está achando que eu sou quem, hein? Sou os bandido de merda que tu se envolvia não, me respeita que acima de tudo eu ainda sou teu pai nessa porra.
Micaella: É isso aí mesmo, destruindo vidas em vão e também acabou de destruir a minha. -enfeso peitando-o olhando nos seus olhos com mágoa; ele estava no mais puro ódio, torcendo meu braço levemente e doía bastante, mas eu não iria me render, sou ruim igual a ele!- Parabéns!
Míriam: Já acabou a palhaçada vocês dois? Solta ela Fabiano. -pede entrando no meio.
Fabiano: Abusada do caralho, me confundindo com esses zé boceta aí, quem é você pra levantar a voz pra mim?
Micaella: Sou Micaella!!! -rebato, tiro sua mão- E pode dando um jeito de tirar minha amiga de lá.
Fabiano: FODA-SE! Eu lá tenho obrigação com o que vagabundo escolhe pra vida? Quem não pode fazer essas porra é vocês pô minhas filha, o resto que se foda! Sou traficante mesmo e a meta é evoluir minha banca, não bato na porta de ninguém oferecendo cargo na favela não, ninguém forçou ela à porra nenhuma, veio porque quis! -rebate revoltado, puto.
Micaella: É, e a filha dos outros pode né? As tua não, hahaha que pensamento foda o teu! Somos intocáveis sim, o senhor é o queridinho de Deus né?! Vamos ver até quando... Está certo ô traficante da porra!!!
Meti o pé na hora, guiei doidaaa... A cara de incredulidade da minha mãe era à melhor. Que se dane, ele está errado!!! Sabia muito bem que a mina era minha fechamento e mesmo assim deu carga pra ela repassar, falta de respeito comigo e não interessa se ela queria ou não, com um papo ela mudaria de ideia...

Eu só queria que fosse mentira tudo isso, mas não é. E eu vou até o fim pra tirar ela de lá, mesmo que - com razão- não aceite minha ajuda, estarei aqui até fim dessa sentença, sinto como se isso fosse uma obrigação minha.

No caminho eu já desorientada chorando, Alex passou de carro e parou na minha altura. Me lembrei de ontem, de tudo que ele vem acontecendo, do passado. . .
Só ouvi a porta destravar. . .

A intuição gritava NÃO
Mas, eu tinha tanto pra falar...

Acaso Libertino 💣⚡- Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora