Acaso Libertino 💣⚡- Concluída

128° Capítulo

Me desarrumei toda na força do ódio, prendi o cabelo e chorei de raiva um choro meio que contido; não creio, por causa de um estresse tudo acabou dando errado. De uns tempos pra cá tem sido assim dificultoso e eu só empurrando goela a baixo tentando ser forte por mim apenas, mas como te foder não é suficiente, à vida vem e te joga um problema dos outros nas costas pra te ver no chão de uma vez, eu estou mesmo muito chateada com o que vi, mesmo não procurando saber da procedência.
Decido atender a chamada do vacilão, do vacilão mór.

Início de ligação
Micaella: Oi, fala! -Digo friamente.
Fabiano: Cadê tu, filhota? -pergunta em meio a um barulho de som.
Micaella: Vou não. -respondo breve.
Fabiano: Ah, qual foi?! Poxa tu falou pro pai que ia brotar, agora tá de dois papo?
Micaella: Melhor assim. -redigo, prestes a desligar.
Fabiano: Aconteceu alguma parada? Fala que eu resolvo po, resolvo agora. -Dizia com disposição, maior autoridade- Quer que eu mande te buscar aí? Ah, coé...
Micaella: Não, eu não vou e ponto caramba! -Digo impaciente, na ignorância já.
Fabiano: Pelo teu sobrinho, vem só hoje po; aí amanhã acontece uma parada ou outra com nós fica com remorso não, suave, já é então.
Ai que filho da mãe, eu já estou um tanto sentida e ele mete dessa, que ranço! Pensei bem se iria valer à pena estar lá... É foda, momentos como esse não existiriam se ele realmente tivesse morto e eu obviamente nesse momento estaria questionando a Deus o porquê. Talvez até pedindo para acontecer, nem que fosse só por uma vez, não me importaria com a oposição; ele conseguiu foder o meu psicológico e me convencer a ir.
Micaella: Tá bom cara, daqui a pouco eu estou aí. -decidida, enfim o respondo bufando.
Fabiano: Já é. -Falou rindo; dando por vencido como de costume.
Fim de ligação

Irei sozinha e nem vou ficar muito, que se eu parar pra conversar com minha mãe vai ser foda, vou querer abrir a minha boca. Na minha vez me contaram, por que na dos outros -zotro não, minha mãe- eu vou esconder?
Assim que saí no meu portão depois de me recompor todinha, dou de cara com o qual cujo eu já tinha colocado até no esquecimento há uns quarenta minutos atrás, o olhei com desdém de cima a baixo porém surpresa à beça, não demonstrando.
Micaella: Fala aí. -Digo sem humor algum.
Safadão: Caraca, te faço uma surpresa dessa e sou recebido assim?
Micaella: Assim como, bofe? Eu hein.
Safadão: Isso aí menospreza mesmo, tá certa tu.
Solto uma risadinha bem sem graça, querendo reverter a situação, mas o bofe já fechou a cara e está puto.
Micaella: Nada a ver ué! Mandou aquilo e nem explicou nada achou o quê? Que eu ia babar o seu ovo e questionar ou te convencer a me deixar ir? Tsc! Sou dessas não!
Safadão: Iala...é assim mesmo Micaella? -perguntou sérião, bravo; fiquei quieta desviando o olhar e revirando os olhos, ele pegou no meu maxilar fazendo com que eu o olhasse- Te fiz uma pergunta, é assim??
Micaella: Não! -contradigo; ele fingiu selar meus lábios mesmo boladão só que mordeu o inferior, pude sentir um alíviozinho no core- Ai droga! Isso dói.
Safadão: É mesmo? E tuas gracinha não me deixa puto não né? Mandadona!
Micaella: Fica aí ô seu neurótico surtado, que eu tô indo ver meu bofinho. -Digo dessa vez pra perturbar.
Safadão: Me deixou de cara quente já, já é vou me adiantar mesmo.
Micaella: Tchau eu hem! Vou no meu sobrinho.
Safadão: Vou contigo garota. -Falou todo cheio de autoridade; gosto disso!
Que inferrrno!!!

Desci da ASX branca, um tanto aflita e um frio na barriga, sinceramente bagulho nada a ver eu está na casa da mona que eu nem falo e ainda trago convidado. Mandei uma msg pra dona Míriam, vim me pegar no portão e não demorou muito ela apareceu.
Míriam: Vem, fica tranquila. -Disse me passando segurança.
Safadão: Boa noite dona Míriam.
Míriam: Oi filho, boa noite! Tudo bom meu genro? 
Micaella: Ai manhê... -esboço toda sem graça.
Subi até o terraço onde o cheiro de fumaça de churrasco exalava e estava cheio dos familiares do meu pai, oxe que loucura!
Míriam: Teu pai já foi lá naquela raça se amostrar né, agora vão todos ficar socado aqui nessa favela, eu tô fora! -cochichou.
Micaella: E eu, quero nem falar com ninguém, povo falso!
Míriam: Só ele mesmo, olha lá já está bêbado e fazendo emi.
Micaella: Tornar a fazer tudo do passado de novo... -penso alto, quando dou por mim já foi...
Míriam: Eu tô puta com ele, vontade de quebrar aquele celular.
Fiquei quieta, porém o sangue fervia por dentro, porra quero nem imaginar isso Fabrícia...

Baby Brandon, estava com uma prima minha e ao me ver se jogou na minha direção querendo descer, ela passou direto e ele chorou... Muito grudinho de titia, esse meu bê! Peguei no colo um pouquinho e ele ficou todo serelepe e rindo à beça brincando com o relógio do Kevin, um amor inexplicável por essa criança, o que eu não faço por ele?

Meu pai nos viu e veio já sem camisa.
Fabiano: Aí mó satisfação. -Falou apertando a mão do Kevin- Cadê a segurança? Pode botar geral na folga po, hoje tá tudo palmeado nessa porra! Tá lazer!!!
Safadão: Que isso chefe, tá tudo na atividade mesmo, só lazer.
Fabiano: Até tu brotou porra, é nós família!
Louco de império, me deu um beijo na testa e eu paradinha só olhando...

No topo da escada surgiu o pai da criança, aff! Tinha me esquecido desse fato de ter que olhar pra fuça dele, seus olhos por incrível que pareça vieram na direção de onde eu estava, ele não fez questão nem de disfarçar sua cara de surpreso ao nos ver. Deixei de olhar pondo meu bebê no chão que automaticamente foi até o pai engatinhando todo alegrinho.
Te contar viu...

São coisas surreais que se contar ninguém acredita, nem mesmo eu me conformo no que aconteceu e que mesmo o descartando da minha vida, ainda sou obrigada a aturar.
Aff!
Dou uma cutucada no Kevin, que encarava o Alexandre, o erro!