117° Capítulo

4.3K 428 31
                                    

Narração: Maiara

Organizei as coisinhas do meu babyzito na bolsa maior e certifiquei de que estava tudo o que ele precisava ali para passar o dia com o pai e logo fechei me sentando na cama.
Mãe tá off! Sem filho pra descansar. Se ele faz tanta questão em ficar com o filho, quem sou eu para impedir? Quero problema mais não, sério mesmo, agora eu quero paz e solução!
Se cuido sozinha, sou errada.
Se deixo com a avó, sou errada.
Se não permito ficar com o pai, sou errada...
E já que só ajo tão erroneamente aos olhos desse povo que não me dá porra nenhuma, larguei o foda-se! Tô legal! Vou dá o meu cool como resposta.

Ouço as buzinadas da moto do paizão da porra e logo saio com a bolsa pendurada no ombro e o neném no colo passando a escovinha em seu cabelinho, tão lindo de mãe! Sou apaixonada no meu filho.
Maiara: Vai trazer ele amanhã que horas? -pergunto, pra ficar atenta.
Xandinho: Umas seis, sete da manhã.
Maiara: Ah tá, qualquer coisa me liga.
Xandinho: Vai sair não né?!
Maiara: Quer saber pra quê? Ai Alex, chega! -Digo o cortando.
Xandinho: Aí tu quer deixar o garoto comigo pra ir pra farra?
Maiara: Foi você quem quis pegar ele, seu comédia! Me dá meu filho aqui, ridículo eu hein.
Xandinho: Se liga Maiara, vai mesmo.
Ele ligou a moto e deu uma acelerada fazendo graça.
Maiara: Segura o menino direito babaca!
Oh ranço!

Já entrei me ajeitando e indo ao encontro do meu pai que ele quer comversar comigo, está com saudade de me xingar. Assim que cheguei até ele, estava com cara de bravo e tomando água. Oi?? Esse homem nem bebe água gente, algo de errado aconteceu...
Maiara: Bença. -Digo rápido- Me chamou aqui pra quê? -perguntei logo.
Me fazer deslocar de lá da Cdd pra cá pra me humilhar, eu encerro o papo antes mesmo de começar.
Fabiano: Tá tudo bem contigo? -pergunta sem nem me olhar- Cadê o molequinho?
Maiara: Tô bem, por que? O que rolou? -indago, incrédula desse estado apaziguo dele- Foi passar o dia com o pai dele.
Fabiano: Hum, é isso... -Disse; bebeu mais um gole d'agua meio que em um certo desespero interno e colocou o copo na mesinha de centro, eu não me recordo de ter visto ele assim algum dia.- Senta aí pô, tá com medo do teu pai?
Maiara: Eu não, mas o senhor surta e se for pra insultar e me diminuir eu nem fico, tô muito velha pra ser rebaixada e não ter o direito de dizer nada pra não sair da zona de respeito. -Falei mesmo, à verdade.
Fabiano: Surto não po, só quero o teu bem e por isso eu te chamei aqui pra gente sentar e conversar da melhor forma.
Maiara: Conversar o que mesmo? Não ficou nada pendente.
Fabiano: Tem condições ou não de tu sentar aqui? -perguntou, pondo a mão no lugar no sofá, empurrando uma pistola e um bocado de pente para o cantinho, deixando o espaço livre.

Me sentei lá bufando, que se ele começar a falar o que não me agrada, eu vou me embora doida.
Fabiano: Minha filha... Me conta o que está acontecendo, qual é a parada que te faz agir assim sem pensar, descaralhou?
Solto uma risada curta e olhando para o tapete e logo o encaro.
Maiara: Nada ué. -por fim o respondo.
Fabiano: Nada não, tem alguma parada aí sim que tua mãe me falou po, tu num era assim.
Maiara: Eu mudei! Tudo mudou... Viu quanto tempo se passou? Ou o senhor ainda está vivendo lá atrás? -Falo bem rápido.
Fabiano: Eu quero te ajudar e já que tu mudou, quero ver tua melhora da maneira boa, tá evoluindo?
Maiara: Me ajudar em que, já me ajuda com dinheiro e despesas do meu filho que nem é sua obrigação. -rebato.
Fabiano: Independente é meu neto, tu é minha filha e até o dia que eu me encontrar vivo vou fortalecer vocês três e tua mãe.
Maiara: Não foi isso que fez quando forjou a tal morte. -jogo na cara, o lembrando- Não fomos nós as fortalecidas. -enfeso, gesticulando com as mão como se aspas.
Eu vou logo no ponto fraco dele, já que é pra pôr o pingo nos is...vamos lá!
Fabiano: Fui burro, egoísta e só pensei em mim e na minha situação! -Dizia pondo as palavras à mesa na marra, algo impedia, mas aparentemente ele deixou o orgulho pouco de lado nesse papo e a transparência presente- Acabei deixando vocês desamparadas, mas não foi intencional não po, ficou tudo pra outra lá porque eu só queria uma forma de me ocultar da mídia e não quis saber de bem material não, dinheiro eu sempre fiz e faço até hoje, mas errei da pior maneira com quem eu menos queria e podia...

Acaso Libertino 💣⚡- Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora