Aquele em que James não falha

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Os olhos de Marlene não saiam de cima dela, além do sorrisinho carregado de escárnio.

Lily ignorava vigorosamente a amiga, sentada ao seu lado, na sala comunal dos Monitores-Chefes. Alice estava bem concentrada em seu dever e assim deveria estar Lily, mas o fato de Marlene estar ali, sem fazer nada e quieta de um jeito que ela nunca ficava, estava lhe deixando louca.

A única coisa que pareceu ter chamado a atenção da amiga foi um barulho vindo do quadro de entrada alguns minutos atrás, mas Marlene voltou sua missão de ficar quieta após conferir e dizer que não havia ninguém do lado de fora.

- Qual vai ser a piada da vez, Lene? - A ruiva perguntou consultando o livro de Runas.

- Piada? Não tenho piada nenhuma, Lilykins.

- Você não tem nada mais para fazer nesse sábado à noite? - Lily voltou a perguntar. A amiga não cursava Runas, mas quis se juntar a elas de qualquer maneira.

- Ela está fugindo. - Alice comentou de cima de seu pergaminho.

- De Black? E veio justo aqui? - Lily se virou para Marlene. - Sabe quantas vezes eu já não vi Sirius Black nesta sala? Dormindo no sofá, mexendo na minha gaveta, lendo meus livros trouxas?

Apesar dos pesares, Lily não se incomodava. Uma vez, Sirius teve tempo o suficiente para ler cinco capítulos do seu livro trouxa enquanto esperava James terminar algo sobre a monitoria, e assim que ela apareceu, ele pulou em sua frente fazendo milhares de perguntas. Dizia que, uma folha inteira, parecia estar escrito em código de espionagem, porque não entendia nada de nada. Ficou presa por quase vinte minutos tendo que explicar muitas coisas trouxas. E emprestar o livro para ele.

Até hoje, ela não sabe o final daquela história.

- Não estou fugindo dele. - Marlene reclamou, fazendo uma careta para Alice. Depois voltou para Lily com aquele sorriso insolente. - Você não tem nada melhor para fazer?

- Eu tenho Runas para terminar. - Lily respondeu, apontando para todos os pergaminhos e livros espalhados pela mesa de centro.

- Ninguém se importa com Runas. Não quando a visita a Hogsmeade é amanhã.

E lá iam elas.

- E com quem você vai, Marlene querida?

- Ninguém se importa com quem eu vou.

- Você está cheia de "ninguém se importa" hoje. - Alice apontou, largando sua pena.

- Chega desse papinho e vamos direto ao assunto. Por que não estamos lá em cima procurando pela roupa que você vai usar amanhã? Pelo sapato confortável para andar pelo vilarejo? O batom que combina com o seu tom de pele para dar aquela vontade louca de te beijar? Ah, não, espere. Acho que o batom não é mesmo necessário. Temos alguma dúvida de que James Potter é louco para te beijar e que, com certeza, vai te beijar amanhã? Não, não temos. - Marlene não parava de falar, enquanto as duas amigas apenas a encaravam. - Então vamos pensar onde vocês podem, possivelmente, ir. De manhã, vocês poderiam dar uma volta pela floresta. Fica aquela névoa nesta época do tempo, dando um ar de mistério e tal. Tenho certeza que ele não vai te beijar tão cedo, então aproveitem para conversar...talvez sobre a quantidade de filhos que terão.

- Marlene. - Alice disse, revirando os olhos.

- Então, almoço depois. Talvez vocês tenham que pegar algo em algum lugar e ir comer sozinhos, longe de todos. - Marlene continuou, sem se importar com a cara das duas amigas. - Depois, use o seu feitiço de lavar os dentes que você tanto gosta, porque eu sinto que ele não vai querer prolongar muito mais a espera do beijo. Para a digestão, vocês podem andar pelo vilarejo, conversando sobre se preferem um casamento todo chique e cheio de gente, ou se correm, cheio de amor para dar, para algum juiz depois da formatura e formalizam tudo.

Duelling - JilyOnde histórias criam vida. Descubra agora