1978

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Pegou as torradas e as colocou no prato com rapidez para não queimar as mãos. Tirou as geleias do armário e as levou até a mesa, junto com o prato de torradas.

O suco já estava pronto, o café estava quase. Havia chá, caso quisessem, e panquecas.

Era um típico café da manhã dos Evans que Lily se lembrava bem. Estava orgulhosa por ter feito torradas na medida certa como sua mãe e panquecas tão fofas e suculentas quanto as que o seu pai fazia. Aquela manhã merecia uma boa refeição e a sua alegria só contribuía para o sucesso na cozinha. Olhou para a mesa posta e ficou contente com o resultado. Agora só faltava a segunda pessoa.

Não pôde não suspirar ao pensar na noite que teve. Foram tantos tipos de sentimentos bons e perfeitos acontecendo de uma vez, que ainda sentia-se anestesiada.

James Potter era a loucura na forma de homem, em todos os sentidos. Ele sabia como fazer uma pessoa feliz apenas com palavras, gestos, toques ou beijos. E quando juntava tudo, era o apocalipse.

Lily se pegou sorrindo como uma maníaca.

Os acontecimentos do Natal - os ruins - pareciam uma pequena sombra em sua mente. Ainda estavam lá, como uma pedrinha no sapato e que você não pode parar para tirar, tendo que continuar seu caminho com ela te apertando, machucando e arranhando. Mas tentava focar nas coisas boas que aconteceram, em todas as coisas boas que estavam acontecendo. Afinal, ela tinha seu namorado no andar de cima dormindo em sua cama, completamente apagado.

"Alma gêmea" era algo que também não saía de sua cabeça, porém, não sabia o porquê de não dar tanta atenção a isso quanto deveria. Não que ela não se importasse ou não achasse interessante, mas não a chacoalhava tanto quanto parecia chacoalhar James. Ele era uma corda tensa sobre o assunto e, apesar dela ter pensado que fosse por algo ruim, por ele não querer ser a sua, entendia suas razões e preocupações, mas eram desnecessárias. Lily o amava antes de saber qualquer coisa sobre alma gêmea e continuaria amando independente de qualquer mito, folclore ou patronos complementares que existissem.

E por isso ela não surtou, não levava aquela história toda tão a fundo, pois não mudaria nada. O que sentia por James não iria aumentar ou diminuir. Nada daquilo iria mudar algo em relação a eles, apenas, talvez, confirmaria que o que sentiam era real, que Lily se deixou apaixonar pela pessoa certa, que não existia pessoa mais certa para si do que James Potter.

E não poderia ser mais feliz com essa constatação.

O alarme dos cachorros soou pela casa toda e ela ouviu um baque surdo vindo do andar de cima. Seu quarto era acima da cozinha, então imaginou que James derrubou algo - ou ele mesmo - no chão.

Pegou sua varinha e colocou no bolso do seu roupão, caminhando até a porta da frente para ver quem se aproximava. Quando passava pelas escadas, ela foi impedida por um par de mãos em seus braços.

- Eu vou. - Disse James em suas costas. Se virando, constatou que ele usava calças e nada mais.

- E você vai atender a porta assim?

- Ou duelar com alguém. Vamos torcer para que seja só o primeiro.

- Deve ser apenas o garoto do jornal. - Lily desconsiderou a hipótese de duelo e fez menção de ir até a porta da frente.

- Ele já veio. - James apontou para o jornal em cima da mesa da sala. Ela não tinha visto antes.

- Você acordou com o menino do jornal?

- Fiquei surpreso por você não ter acordado. Se você não está se abalando mais com esse alarme infernal, temos que trocar.

A campainha tocou, deixando ambos tensos.

Duelling - JilyOnde histórias criam vida. Descubra agora