A (má) memória de Lily Evans

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Se havia qualquer lado bom - e ele era bem mínimo - em não ter Lily por perto, era que ele acabava suas tarefas, não importa qual fosse e para qual cargo que tinha, muito rápido. Só. Nada mais do que isso.

Não ficava distraído, não tentava ter vislumbre dela, nada. Sabia que Lily estava na enfermaria, desacordada e que se ela acordasse, alguém o avisaria. Neste caso, deveria ser senhorita Pomfrey, pois estava fazendo um estudo de graus importantíssimos nela, já que iria levar o maldito do dia todo e as visitas só seriam permitidas no meio da tarde.

Estava no pátio da torre do relógio assistindo um grupo de alunos jogando snaps explosivos e apostando alto. Um deles estava tão confiante, que apostou a varinha, dizendo que sairia de Hogwarts caso não ganhasse. Era apenas um segundanista que mal sabia o que fazia e James sabia disso, porque ele mesmo já havia apostado sua varinha nos primeiros anos e a perdeu. Sorte a sua que Remus, um mestre em snap explosivos, jogou contra o mesmo cara e a recuperou.

Não sabia se o garoto ia ganhar ou se tinha um melhor amigo que pudesse recuperá-la depois, mas de seu lugar, James enfeitiçou o jogo para ajudá-lo. Sorriu sem humor quando o viu levantar e comemorar, mas talvez alguém devesse alertá-lo sobre esse pequeno problema de vício em apostas que estava se instalando ali dentro. Então quando o garoto voltou a apostar, mas apenas cinco galeões dessa vez, o maroto enfeitiçou o jogo novamente, mas para que perdesse. A derrota enfureceu o garoto, mas James ignorou o chilique e voltou sua atenção para o relógio e seu pêndulo que ia de um lado para o outro, quase o hipnotizando.

O relógio bateu uma, duas vezes e James respirou fundo. Duas horas da tarde ainda não era meio da tarde, certo? O que era meio da tarde hoje? Porque considerando que estavam no começo de Dezembro, e o sol se punha em torno das quatro da tarde, às duas lhe parecia meio da tarde.

- Você me deve cinco galeões. Nem pense em sair daqui sem pagar.

Era aquilo que temia: ter que se enfiar em uma briga por conta daquelas apostas.

Por que ficou perto deles mesmo? Deveria ter mantido certa distância, fingindo que não escutava nada, não se forçando a ter que levantar e ir até lá.

Pelo menos se sentia melhor. Na hora do almoço, seus amigos disseram que ele estava de volta ao normal e ele sentia que estava menos cansado, ou apenas um cansaço habitual. Por isso debatia por alguns longos segundos se fingia que não via a briga que começava a se formar na roda de snap ou se intervinha logo.

- James!

Peter vinha apressado no corredor oposto. O maroto pulou a mureta e atravessou o pátio na direção do amigo Monitor-Chefe.

- O que houve, Wormtail?

- Aurores! - Aquilo foi o bastante para chamar sua atenção. - Eu vi Aurores irem na direção da ala hospitalar. Devem estar aqui por Lily.

Não precisava de nenhuma informação a mais, virou para o lado oposto que sentava e correu.

- Tem certeza do que viu? - Perguntou olhando para trás, enquanto Peter tentava alcançá-lo, já quase sem fôlego.

- Absoluta.

Então ele acelerou e deixou o amigo para trás, sem querer perder mais tempo.

Por que Aurores viriam até a ala hospitalar e ver uma aluna desacordada após um ataque? Eles bem que poderiam ter estado ali antes, tipo durante o passeio, evitando que aquela merda tivesse acontecido.

Virou no corredor da ala, foi com toda a sua aceleração até a porta aberta da enfermaria e entrou. No mesmo instante, viu duas varinhas sendo apontadas para ele e tirou a sua rapidamente.

Duelling - JilyOnde histórias criam vida. Descubra agora