A greve das corujas

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Estar de volta ao mundo trouxa era tão doloroso quanto bater com o dedinho do pé na quina da mesa.

A viagem de trem para Londres foi calma. Na verdade, calma era um jeito bem peculiar de nomear. Era mais uma tensão onde deixava todos letárgicos, o que ajudava o trabalho dos Monitores e Monitores-Chefes que faziam as rondas. Lily ficou boa parte do seu tempo em um vagão dos Monitores, tentando recuperar o que perdeu na semana que ficou na enfermaria, assim como preparando as diretivas e novas rondas para quando todos voltassem. Teve a companhia de um ou outro Monitor, duas vezes de James que a ajudou com algumas papeladas e outras de Remus que agilizou com as escalas de rondas.

Quando chegaram em Londres, ela fez a vistoria do trem na parte da frente, enquanto James fazia na parte de trás, até se encontrarem na porta de saída do meio.

- Tem certeza em voltar para casa sozinha? - Marlene perguntou quando Lily finalmente saiu do trem e se juntou aos amigos na plataforma.

- Sim. Aparatar fica mais fácil e rápido, e tudo estará bem.

- Nós estaremos por lá na segunda-feira, para te ajudar com tudo. - Alice disse ao se aproximar.

- Só não me coloque no antigo quarto de Petúnia, por favor. - Marlene pediu.

- Aquele quarto está bem fechado e trancado. Por ela mesma, aliás. - Lily revirou os olhos. - Como se eu não pudesse abrir a porta rapidamente com um feitiço.

- De qualquer maneira, acho melhor mantermos deste jeito. Dormiremos no seu quarto, do jeito que fizemos alguns verões. - Alice comentou, antes de ser abraçada por Frank. - Nos vemos na semana que vem. Por favor, respondam as minhas cartas. Eu vou mandar muitas, mesmo que esteja programado para nos ver em alguns dias.

Alice deu um beijo em cada uma das amigas e partiu com Frank, passando pelos marotos e se despedindo também. O casal passou para a Londres trouxa, deixando Lily se perguntando para onde iam, mas deviam querer ter um encontro a sós antes de voltarem para casa.

- Bom, eu vou te deixar, porque tem alguém a alguns metros de distância que não para de olhar para cá, querendo se despedir. - Marlene dizia enquanto sorria e olhava para o grupo atrás de Lily.

- Claro, você pode ir lá e se despedir de Sirius Black, Lene. Não me deixe te impedir.

Marlene revirou os olhos.

- Minta para você mesma, Lily. Continue assim. - Marlene disfarçou, limpando a garganta. - Eles estão vindo, de qualquer maneira.

Os quatro garotos, de fato, se aproximaram, obrigando-as fingir conversar sobre algo diferente.

- Eu te vejo em breve, Monitora-Chefe. - Remus disse ao seu lado. - Eu tenho o pergaminho das rondas que preparamos no trem e te envio assim que eu cansar das férias e quiser fazer algo diferente.

- Não precisa trabalhar nisso nas férias, Rem. Aproveite e me envie cartas, por favor. Eu não posso ficar muito tempo sem falar com você, você sabe.

- Eu enviarei.

- Eu posso enviar também? - Sirius perguntou se apoiando no ombro de Remus. - Eu sou muito breve nelas, mas gosto de respostas de duas páginas.

- E se eu te mandar livros trouxas que eu tenho, posso ter algumas linhas de comentários a mais?

Os olhos de Sirius abriram com curiosidade e nítido prazer.

- Eu estou interessado, me parece uma troca justa, Evans. - Ele bagunçou os cabelos dela. - Nos vemos por aí, McKinnon. - Ele disse piscando para a garota, que assentiu.

Duelling - JilyOnde histórias criam vida. Descubra agora