Capítulo XXIII

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Olá! Vocês ainda lembrar de mim? hahaha

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O silêncio que se instalou no salão quase passa despercebido quando escuto o quão alto meu coração está batendo. Estou ajoelhada a poucos metros de George, mas não ouso olhar para ele, apesar de sentir seu nervosismo daqui. O rei nos encara com um olhar cansado, como se não soubesse como agir diante dessa situação. Depois de longos segundos, sua voz ecoa pelo salão:

— Camila de Estrabão. — diz finalmente. — Achei que nos conheceríamos em uma situação mais agradável.

– De fato, Vossa Majestade. — Respondo calmamente, sentindo minha boca estremecer.

— Talvez esse momento seja tão incomum, que cabe a mim perguntar o que você procura em minha corte, visto que somente sua presença pode me trazer diversos problemas com o embaixador Inglês.

Direto, foi como sempre o definiam nos escritos, e agora entendo a razão.

— Vossa Majestade, não pretendo incomodá-lo. — digo calmamente, como se não estivesse preocupada. — Sei dos meus riscos vindo até aqui, portanto, admito que estou à mercê de sua misericórdia.

— Bem, é muito amigável de sua parte encarar a situação dessa forma. — acrescentou. — Agora a questão é o que fazer com você.

— Duvido que possamos fazer algo por ela, Vossa Majestade... — interferiu o conselheiro, visivelmente incomodado.

Ele era um homem mais velho, com o rosto avermelhado e corpo roliço.

— Talvez não, talvez não. — Afirmou o rei. — Mas vamos ouvir o que a jovem tem a dizer, não é? Afinal, tentamos sempre manter a nossa hospitalidade.

A fala foi dirigida a mim. O conselheiro assentiu com a cabeça, e dirigiu seu olhar desdenhoso para mim novamente. Meu sangue está fervendo dentro de mim, mas preciso fazer com que cheguemos a uma negociação receptiva. Preciso ganhar tempo, aparentar neutralidade, para que ao menos tente escapar do embaixador Inglês.

— Vossa Majestade, confesso que não sei se essas sejam as palavras certas, mas temo que saiba do porque estou aqui. — presumi — Não discuto que Vossa Majestade está numa situação delicada, mas é certo que um usurpador não pode controlar a Inglaterra.

O rei fez um gesto para o conselheiro, que se dirigiu à pequena bandeja de vinho, servindo-o em dois copos.

— Ora, Camila, veja bem. — disse, empurrando uma taça generosa de vinho para mim, que peguei cuidadosamente. — É certo o que diz, mas não sou de me intrometer em assuntos que não me dizem respeito.

— Talvez isso lhe diga respeito, Vossa Majestade. — insinuo. — Alejandro era um rei complacente, ele acreditava, assim como Vossa Majestade, que nossos reinos deveriam finalmente selar um tratado de paz depois de anos exaustivos de confrontos diretos e indiretos.

Ele toma seu vinho com os olhos fixos em mim, então, prossigo.

— Antony não pensa dessa forma. Esse foi um dos motivos para que ele incitasse o golpe entre o conselho e destruísse todo o trabalho diplomático que estávamos construindo. Com todo respeito, Vossa Majestade, ele odeia a França e não suporta a ideia de sermos aliados.

— Suponha que isso seja verdade, opor-se a um acordo diplomático e incitar uma guerra são coisas diferentes. — assegura. — Ele pretende guerrear, é isso que você sugere?

— Não é isso que parece? — indago. — O reino está tomado por boatos, Vossa Majestade. Ele pretende fortalecer as tropas e as embarcações de guerra no porto. Há alguma razão para isso, e garanto que não será pacífico.

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⏰ Última atualização: Jun 17, 2021 ⏰

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