A mor

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Senti que parte desses olhares sujos e

escuros

iluminam os passos tortos

que marcam os dias

em tempos de vento forte

e soturno.

Preso no meu quarto

queimo um cigarro assim que

outro acaba e a dor que me

arranca os sonhos

me faz ver que tudo é

sujo demais e puro demais para que

as vozes que gritam de cima

dos prédios me façam fugir

para os becos inexistentes

dos nossos olhares

corrompidos e melancólicos.

Com o suor passando

por minha fonte

respiro o ar escuro

e demasiado quente

que passa no meu

corpo riscado com

palavras que não

representam o que

sou.

Amor, acho que isso

está matando o que

construímos com o

tempo que seguia

aos poucos e rápido

demais,

amor.

acho que isso

par-

tiu

junto com a noite de

alguns dias atrás,

fazem décadas ou horas?

esse sim foi o grande

surto da razão mesmo

que essa tal

falta de sentidos

me mantenha sentindo cada

furo em minhas veias

ou cada risco nas minhas

fugas para as pradarias

iluminadas pelo sol

triste nas noites ou

manhãs

e assim que tudo isso for

morte e sopro quero que

nada disso passe pelo

vento que queima a brasa

que seguro

ou que vire som e rasgue

o final da tarde que

nunca vai acontecer.


A lua acima de minha cabeça

continua com sua magnífica

cintilancia

e meus pensamentos vagam

altos e altos para cima

onde as estrelas podem ser

vistas e quase tocadas

com as pontas dos dedos

marcados

e serem parte de minha

insignificante dor

que não me faz morrer

nem viver

mas que impede

esses únicos instantes

que vejo correndo diante

do meu nariz.

O que fazer dessa Saudade?Onde histórias criam vida. Descubra agora