Eu sei que você sabe
que essa noite não
faz meu mundo
ir de encontro ao teu
e penso também que
esses suspiros me alçam
do chão ao céu e após
isso tudo ao
seu mundo pequeno
e insignificante para
você mesma.
Tão insignificante que
chega a caber
na minha carteira
ao lado das notas que logo
somem quando um
destilado
surge nas ruas por
onde andamos.
Você pode acabar comigo
quando bem
entender
mesmo não querendo
que eu saia do teu
rastro.
Moça, qual é a senha do
teu peito?
Esqueci algo no seu coração
e acho que fui eu
mesmo.
Fico aqui da janela
do meu quarto
de frente uma avenida
cheia de carros e sons
tem muitas mulheres
na esquina de
minha casa
elas poderiam ter meu
amor
mas será que podem
encontrar meu
coração?
Batendo em todo lugar
nas paredes e nas
lâmpadas amarelas
tudo está claro demais
na minha
visão.
Pulando no meu pulso
e destacando que
fico aqui na janela
e as garotas da esquina
dançam e dançam
hoje mesmo me
apaixonei
cinco vezes nessa ida
e vinda.
O problema é que você
sempre esteve aqui
ou eu nunca
estive onde devesse estar
num momento certo
mas onde os ponteiros
estão deve ser
melhor eu me acostumar.
Aguento mais um bom
tempo
um amigo me disse
que num maço encontro
vinte amigos que me
acalmam e me matam
dois deles já foram pro
vento e pro sangue
aqui do oitavo andar
o mundo parece ser
tão grande e
insignificante.
Será que eu posso aguentar
aqui a noite toda?
Com a música que coloquei
pra rodar o tempo
E essa voz no meu ouvido
gritando:
"Você aí encima!"
E lá embaixo, do outro
lado da rua aquela guria
parece ser capaz de me
arrancar de você
mas acho que não quero
muito isso acontecendo.
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O que fazer dessa Saudade?
PoetryContos e Poesias de amor, drogas, noites insalubres, e um ser atormentado pela Saudade. Escrito por João Paulo Sousa. Texto e poemas de 2013, 2014, 2015. Ficção, qualquer conhecidencia com a realidade é pouca. Mais histórias no instagram @autofagia_