Falo do amor que vem
por fora e rasga
soletro meia dúzia de palavras
e aguardo a resposta dos céus
que nunca me apontaram nada mais
que um azul ou preto total que me arranca
dos olhos qualquer fragmento de vida.
Falo do amor que chega pelos pés
e sai pela
boca
em falsos sonhos que nem sequer
meu peito foi capaz
de conter por várias semanas
e meses que me controlava
nas paredes do seu
quarto.
Escuto o amor que sai de sua boca
e as vezes chega na minha
sinto o amor que cabe
nos seus braços e que
mesmo
assim me foge sempre que um trago
no cigarro me faz não olhar
para os lados
e ver
você se afastando passo a passo
tão lenta que me faz ficar
parado e somente
olhar
sem sequer poder me mover no mesmo
lugar por instantes ou meses
afinal, qual foi a última vez
que consegui te conter
entre um beijo e
outro?
Busco o amor que encontrei nas noites passadas
foram tantos os dias que
as estrelas ficaram todas em
minhas mãos e o céu cabia na
ponta de meu nariz.
Grito o passar dos tempos enquanto
não volto pra casa,
nessa hora o melhor é aguardar
o dia clarear e tudo se
desfazer no horizonte e na
neblina
quando os carros começarem a passar
pelas ruas na manhã de quarta
e eu conseguir me levantar e
ir de encontro
ao chão.
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O que fazer dessa Saudade?
PuisiContos e Poesias de amor, drogas, noites insalubres, e um ser atormentado pela Saudade. Escrito por João Paulo Sousa. Texto e poemas de 2013, 2014, 2015. Ficção, qualquer conhecidencia com a realidade é pouca. Mais histórias no instagram @autofagia_