Tales me ofereceu um cigarro como ele sempre oferecia, e eu aceitei como sempre aceitava, tinha a impressão de que poderia juntar um maço de cigarros junto de Tales em um único final de semana, sentados no ponto aguardavamos o ônibus para uma festa de alguém que sequer conhecia, eram vinte reais e eu tinha exatos trinta centavos, o suficiente para um cigarro de palha em uma segunda feira na qual não faria absolutamente nada, Carl falava sobre algo que não etendia nada, não é por mal, no entanto não gosto da solidão, ficar sozinho por muito tempo me chateava ao ponto de querer fumar um cigarro atrás de outro ou sair para a rua sem idéia alguma do que encontraria, no final, sempre se encontrava alguém, e ouvir os outros falando é bem pior, tudo entra pelo ouvido e sai sem nenhuma razão, fico pensando em meus malditos amores que talvez não se realizarão, que se realizem, seria bem melhor que acabar como um poeta que fala sobre o amor que nunca existiu, amor sempre vem de alguma direção, disparos em corações inocentes, só queria uma única coisa, e isso acaba fazendo parte das noites em claro-sono que ficam me torturado por todos os dias em que planejo sonhar com algo fútil, as coisas futeis são tudo o que quero quer, qual o sentido para julgar algo fútil se minha poesia é fútil o bastante para ser lida por um pequeno grupo de pessoas que trocariam suas almas por amor.
Não estava tão frio e mesmo assim o vento me removia qualquer brecha de ânimo, isso mudaria após algumas doses de destilados, no fim terminaria conversAndo com um total desconhecido coisas que ele nunca diria se estivesse sóbrio o bastante para ver que isso tudo não tem sentido algum, no entanto todos permanecemos sentindo as pontadas no peito, depois de acabar com o cigarro que Tales me ofereceu e aguardar pelo ônibus que nunca chega eu penso, o "que fazer dessa saudade?". Não era nenhuma pergunta em especial, mas isso mudou após um encontro inesperado que acabou me fazendo pensar até o dia de hoje e fará após algumas poesias, 9:53PM, essa hora me lembra algo que não me faz tão bem mas penso que necessito para algo mais que sobreviver, a felicidade deve se esconder entre os sete minutos que faltam para as dez, deve se esconder nas perguntas que nunca consigo responder, e mesmo assim sei que elas estão marcadas em algum lugar do meu bolso que só possuem coisas insalubres como Anthony um dia escreveu.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O que fazer dessa Saudade?
PoetryContos e Poesias de amor, drogas, noites insalubres, e um ser atormentado pela Saudade. Escrito por João Paulo Sousa. Texto e poemas de 2013, 2014, 2015. Ficção, qualquer conhecidencia com a realidade é pouca. Mais histórias no instagram @autofagia_