Nos enfiamos num Chevy

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Uma metade se perdeu com o tempo que aos poucos formou as marcas nas ruas que por vezes eu passava cochichando seu nome em minha mente, queria que com alguns desses tragos eu fosse capaz de lhe trazer para longe de todo o caos que cai dos céus ao chão em segundos que duram horas e em sonhos que duram dias sem uma única brecha de luz do sol, mas o silêncio que me mantenho é sufocante o bastante para me arrancar do estado que me mantenho dias a fio aguardando alguma brecha de luz e som, fazem dias que esse tempo não corre junto com os ponteiros e as horas não possuem números suficientes para arrastar todas essas almas para a superfície de ar pesado.

Demos um jeito de nos enfiar em um carro e nos consumimos nas estradas durante algumas horas junto de sonhos, cheiro de gasolina e fumaça que quase removia a visão do velho painel dum Chevy enquanto o ponteiro marcava algum valor que não chegava a fazer alguma grande diferença, os motivos estavam fixos e gastavam meus pensamentos em cada curva que levava para Onde-acaba-o-combustível enquanto Rony de olhos fixos no que deveria ser o horizonte deixava os sentidos abandonados, deveríamos todos abandonar alguns sonhos e permanecer sentindo sem ter algum sentido para ir, acaba sempre se chegando em algum lugar, onde quer que seja esse fim é por lá que se encontra o destino, acabamos nos jogando contra a lataria enquanto Anthony falava centenas de palavras sem algum significado que fosse capaz de imaginar, devemos ser um bando de loucos sem algum horizonte onde somos capazes de nos mantermos fixos, só uma coisa me prende ao chão e a resposta dessa questão sem interrogações já está respondida, o problema é que me falta algo, e essa falta decerto faz parte de algumas metades que não se encontram em meus bolsos.

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