49. Quinta-feira, 02 de julho

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Sabe quando você sente que está fazendo mal para alguém? Mesmo que não esteja, a sensação que eu tenho é de que sou a pior pessoa do mundo. Olhando para minha família, sinto que não mereço ela. Conversei com o Wilbert sobre isso, é claro que ele disse que não estávamos fazendo nada errado.

- A vida é sua Cecília! Ninguém vai vivê-la por você e nada do que estamos fazendo é errado.

- E os documentos? Isso não é errado, enganar a minha família também não é errado?

- Entendo o que você está dizendo, sua cabeça acha que você está enganando e manipulando todos a sua volta. Mas não é assim que deve pensar, você está moldando a sua vida e ninguém está sendo prejudicado com isso, não tirei você da sua família e não a raptei, você recebeu uma proposta e a aceitou como se fosse um presente de aniversário. Apenas se concentre em tornar-se quem você é.

- E quem eu sou? Não precisa responder, eu sei a resposta. Uma pessoa ruim, egoísta e interesseira que só pensa em dinheiro e aventuras, que não se importa com os outros, e que por ódio do próprio pai resolveu trocá-lo por outro como se troca de escova.

- Pare agora com isso! Você não é nada disso, você se preocupa muito com os outros e com a opinião deles sobre a suas atitudes, não quero ver você sofrendo porque as pessoas querem dizer como você deve dirigir a sua vida, esse papel é meu, do seu pai.

- As vezes penso como você, outras vezes nem sei o que pensar!

- Nós vamos mudar isso, não quero que você fraqueje diante das opiniões alheias. Suas opiniões e suas atitudes só desrespeitam a você e eu estou aqui para te auxiliar, mostrar as opções para você escolher.

- Você quer dizer "mandar em mim, sem mandar em mim" eu entendi! As opiniões dos outros não importam, a sua sim.

- Que bom que entendeu filha!

Wilbert parece comigo, eu nunca fui de me importar com as opiniões alheias, mas nos últimos dias me sinto como uma criminosa, mesmo não cometendo crimes. Eu sei que é uma crise e logo vai passar, eu sou estou com medo da reação da minha família.

Como me sinto: vazia e ao mesmo tempo cheia de ideias para essa "nova eu".

393. P.

Diário de Cecília MartinOnde histórias criam vida. Descubra agora