Capítulo bônus 💜✨ // Nervos a flor da pele.

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— Queria falar comigo?

Wilbert, entra fechando a porta atrás de si.

— Olha, lembra do dia que eu comprei esse sapatinho rosa? Eu sentia que seria uma menina, e hoje ela já tem quatorze anos. — Não consigo controlar as lagrimas.

— Sim, eu lembro, Dianna. — Ele me olha com serenidade. — Nós tínhamos um plano diferente de família, eu sei que demorou, mas agora temos nossa pequena com a gente.

— Porque não podemos contar pra ela? Esse sofrimento não tem como ser evitado, eu também quero participar da vida dela.

— Você está participando da vida dela.

— como professora! Eu quero meu lugar de direito na vida dela.

— Já discutimos isso antes, ela já está estranhando as nossas brigas. Até perguntou porque você continuava me suportando.

— Então diga a verdade a ela, eu não aguento mais as nossas brigas, não aguento mais ter ela por perto e a tratando como uma aluna, ela é a minha filha, Wilbert.

— Eu entendo você... — não permiti que ele continuasse, ele não me entendia, só eu sabia o que eu estava sentindo.

— Você não entende, ela te chama de pai e eu? Você me prometeu, que esse sonho não seria só seu.

— Dianna, é complicado, se contarmos agora vai causar uma confusão na vida dela.

— E, não é por isso que a dr. Collins está aqui? Não é para ela cuidar da mente dela quando contarmos quem realmente somos pra ela?

Eu sei, eu estava perdendo a cabeça, mas eu também queria ficar ao lado da minha filha, foram treze anos longe dela, eu não suportava mais. Sempre me aconselhei com o meu irmão e ele me entende, mas acha muito cedo, assim, como o Wilbert para contar a verdade para Cecília. Estou de mãos atadas e a minha única saída é exigir que o Wilbert acelere esse processo, isso é torturante.

— Não precisávamos de nada disso, desse teatro todo, era só dizer a verdade para todos e arcar com as consequências, porque devemos sofrer, eu não queria que Lucia sofresse, mas isso vai ser inevitável.

— Acredite, Dianna, eu queria que fosse mais fácil, mas não é.

— Claro que é, Wilbert. Você é quem complica. — Eu sei que brigamos muitas vezes e Brian já tinha me dito que Cecília o colocou contra a parede sobre isso, eu perdi a cabeça aquele dia, não a vi chegar e disse em seu idioma, o que estava guardado no meu peito esse tempo todo, antes de bater a porta. — Tudo isso só está funcionando pra você, Wilbert.

Quando a vi ali, me olhando desconfiada só consegui ir embora, não tinha cabeça pra ficar e fingir ser a professora da minha filha, meus nervos estavam a flor da pele.

Eu quero tanto que isso acabe, ou isso vai acabar comigo.

460. P.

Diário de Cecília MartinOnde histórias criam vida. Descubra agora