Já perdi as contas de quantas vezes meu pai e Dianna brigaram esse mês, Brian não me deixa perguntar, a única pessoa que eu posso colocar contra a parede é o Wilbert, juro eu não ia me envolver.
Quando cheguei no cursinho vi Dianna com os olhos levemente vermelhos, e de imediato entendi que ouve outra briga antes da minha chegada. Se está tão difícil para eles trabalharem juntos, porque ela não vai pra outra área, eu gosto dela e por isso acho que seria bom ela ficar longe do meu pai, até eles se entenderem. Pode não parecer, mas essas brigas deixa o homem de terno triste eu consigo ver isso, Dianna parece não ter mais paciência e eu acho que ela está exigindo algo que o Wilbert se recusa a fazer. Eu perguntei a ele, mas ele diz o mesmo:
"Temos um caso difícil pra resolver, Dianna insiste na sua metodologia e eu não acho uma boa ideia, pedi um tempo a ela pra pensar, e ela se recusa a aceitar o meu tempo."
- Porque não coloca outra pessoa no caso? Talvez, isso possa ajudar.
- É uma boa ideia, vou falar com ela e veremos.
- Gosto dela aqui, é uma ótima professora, mas se for preciso você deveria considerar substituí-la, porque eu sei o quanto é difícil lidar com a sua cabeça dura e as suas vontades.
- E porque eu sou o problema? Dianna, também não é fácil, fomos parceiros por anos antes de eu me tornar o chefe dela, eu a conheço bem e sei que ela é mais cabeça dura que eu, ela tem um gênio forte.
- Era ela quem estava chorando e não você.
- Só porque não viu os meus olhos vermelhos, não significa que eu não chore. Eu sou apenas bom em disfarçar os sentimentos, igual a minha filha.
- O assunto aqui não sou eu e a falta das minhas lagrimas. Mas as brigas infinitas entre Dianna e você.
- Ok, eu vou falar com ela, quando estivermos mais calmos, prometo.
Difícil lidar com adultos que parecem crianças. Brian, não se envolve e eu não sei como ele consegue isso.
Essas brigas estão longe de ser por causa de uma de investigação, e como eu sei? Dianna disse ao meu pai uma única frase em português, antes dela bater à porta da sala da doutora Collins, e eu não entendo onde isso se encaixa "tudo isso só está funcionando pra você, Wilbert". Eu não posso me meter na conversa de adultos, mas bem que eu queria ser uma mosquinha pra ouvir a discussão deles e poder entender o que ela quis dizer com isso.
O que está funcionando, apenas, para o homem de terno?
Como me sinto: desconfiada.
Quinta-feira, 17 de dezembro
Já estamos em dezembro e eu quase não voltava mais aqui, a culpa é do Wilbert que está me deixando louca com o curso de empresária. Chego em casa uma hora antes de ir pra escola e quando volto da escola estou cheia de trabalhos pra entregar, me sinto tão exausta ultimamente que fico sem animo pra escrever.
As brigas entre Dianna e meu pai parece que acabaram, Dianna está até mais feliz, isso me deixa aliviada por ela, sendo assim ela não precisa ir embora e eu não vou perder a minha professora. Aqui em casa as coisas estão boas também, meu pai veio nos ver e disse que vó Paula, quer dá um almoço de natal para toda família, dia vinte e cinco não podemos ir porque o almoço vai ser aqui em casa, vó luz, meus tios e primos também vão vir, sendo assim ficou marcado para o dia vinte e quatro.
Estou surpresa com a mudança de vó Paula em relação a mim, claro que isso só aconteceu porque meu pai mudou também. Ela age de acordo com o meu pai.
Esse almoço vai servir pra comemorar também o nascimento do meu irmão, sim a esposa do meu pai já ganhou bebe e eu ainda não o conheci, a esposa do meu pai e meu irmão Luiz, estão na casa da mãe da Carla, minha madrasta e vão passar o natal com a vó Paula, deve ser por isso que ela me convidou, vó Paula deve estar muito feliz com mais um netinho.
Como me sinto: enfim, normal novamente e isso me dá medo.
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Nota da autora: fiquei curiosa pra saber como vocês pronunciam o nome da Dianna. A pronuncia correta é "Daiana"...
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748. P.