XXI

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O sol de Monza parecia muito brilhante e quente diferente da cobertura de nuvens que normalmente encobria o céu inglês. O som constante de fundo da pista italiana, e multidões gigantes se reuniam enquanto os fãs se preparavam para o Grande Prêmio do fim de semana. Havia tráfego em todas as estradas, e multidões de pessoas percorriam as antigas calçadas.

Em contraste, o carro estava silencioso. Tudo estava calmo desde que chegaram no dia anterior. Harry, especialmente, havia ficado em silêncio.

À medida que o mundo rapidamente descobria os dez artigos detalhando o passado de Harry com drogas, e-mails, chamadas e mensagens de texto se acumulavam em seu telefone. Louis o pegou e o desligou decisivamente.

Anne e Gemma foram informadas de que ele não teria celular até as coisas se acalmarem. O Twitter, ao que parecia, não tinha nenhum sistema de freio. Os fãs lutavam com unhas e dentes contra qualquer pessoa que ousasse falar mal de Harry. Um grande número de pessoas tinha opiniões sobre o piloto de Fórmula 1 mais famoso namorando um 'viciado'. O sangue de Louis fervia de raiva.

"Deixe-me fazer alguma coisa", Louis exigiu de Fran em uma ligação internacional para a Inglaterra. Ela havia ficado para afastar os repórteres de todos os jornais de fofocas ingleses existentes. Ela também havia alterado a senha de todas as suas redes sociais.

"Não, Louis, isso só vai piorar as coisas. Eles já estão distorcendo palavras de um comunicado oficial. Estão famintos por qualquer pedaço de informação. Quem vazou isso sobre o Harry está ganhando muito dinheiro no momento. Eles poderiam distorcer qualquer coisa que você dissesse para parecer que você é o culpado ou criar alguma manchete insidiosa. Mantenha-se discreto", e a linha foi cortada.

"Pelo amor de Deus", ele disse baixinho, a raiva fervendo em seu estômago. Ele quase conseguia ver vermelho - a maravilhosa vista italiana em direção à pista de Monza diminuía a cada pensamento violento que passava por sua mente. A mão fina e quente de Harry se estendeu sobre a dele.

"Lou", chamou Harry tristemente.

Louis se lembrou de si mesmo e do fato de estar sentado com seu namorado no carro. Ele o olhou, e respirou fundo, "H," ele não sabia que palavras poderia dizer. "Vou tentar de tudo para consertar isso. Você deveria ter decidido compartilhar isso, ninguém mais. Quem fez isso não vai sair impune. Fran vai rastrear a fonte; eles não podem escapar-"

"Lou," Harry disse mais forte naquela vez, "Pare."

Louis realmente o olhou então, e seus olhos estavam embaçados, tristes, distantes e envergonhados, como se mal pudesse levantar a cabeça para olhar para Louis. Um aperto ocorreu em seu peito. Ele balançou a cabeça, "Eu não consigo, eu não consigo pensar direito. Isso foi maldoso. Não é justo. Não é justo de jeito nenhum, como alguém poderia-"

"Lou, pare, por favor," Harry repetiu, mais triste, mais silencioso. Sua outra mão alcançou sua bochecha, olhos lacrimejantes, "Não vale a pena. Estou te pedindo para parar com isso. Deixe-os distorcer. Deixe-os pensar o que quiserem. Uma foto é suficiente para fazer as pessoas falarem. Você não pode impedi-las de falar, certo? Não posso ser a razão pela qual você se distrai de pilotar com segurança hoje ou sempre. Não por minha causa, então, por favor, pare."

Uma parte dele sabia que Harry não queria que Louis se envolvesse mais para que a imprensa não o arrastasse mais fundo nas notícias. Outra parte sabia que Harry era uma pessoa altruísta, e ele provavelmente desejava levar todo o golpe do escândalo sozinho, sem vítimas.

Louis se sentia impotente, inútil. Isso o queimava dolorosamente.

Um silêncio pairou sobre os dois, e as mãos de Harry caíram no colo, os olhos desviando para a vista pela janela do carro. Seus ombros se curvaram como se estivesse se fazendo o menor possível. Tudo doía.

Something In The Distance (So Close You Can Almost Taste It) TRADUÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora