XXIV

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Durante toda a sua vida, Harry teve certeza de uma coisa, mais do que qualquer outra: ele protegeria aqueles que amava como se suas vidas fossem sua.

Era uma promessa fácil, porque todos que ele amou residiam na mesma casa que ele, e eram relacionados a ele diretamente pelo sangue.

Então, Louis entrou em cena um dia, e tudo mudou.

Ele era engraçado, gentil, perspicaz e inteligente. A pessoa mais inteligente, rápida e bonita que ele já conheceu. É a razão pela qual ele encontrou um anel um dia e se ajoelhou no chão, pronto para viver para sempre com ele.

Louis estava usando seu anel naquele momento. Enquanto ele o observava executar perfeitamente cada curva 36 vezes, até que Niall repentinamente ficou pálido como um fantasma, e Ben começou freneticamente a falar no microfone, tudo enquanto olhava fascinado para a câmera onboard do corredor e lentamente observava Louis perceber algo. Algo ruim.

"O que está acontecendo?" Harry perguntou ao lado de Niall com seus próprios fones de ouvido. Mas Niall não respondeu e continuou repetindo 'não, não, não' enquanto pressionava loucamente os botões em seus vários teclados. Então Ben gritou cada vez mais alto em seu microfone, migrando de ordens bem pensadas para uma única palavra, repetida continuamente.

"Pare, pare! Louis, PARE!" Ben gritou, observando a tela, então Harry também olhou, e as bordas de sua visão escureceram, e ele assistiu com seu coração batendo rápido o suficiente para deixá-lo tonto de medo.

Devagar, mas em segundos, as mãos enluvadas de Louis tentaram mover seu volante, sem sucesso.

"Não!" Harry gritou também, porque simplesmente saiu dele e porque de repente ele entendeu o que estava acontecendo. O carro do Louis tinha morrido, e não havia como controlá-lo. Ele basicamente estava em um caixão de luxo, e seu coração estava na boca, "Não, não!"

O carro foi rápido o bastante para deixar a pista toda embaçada ao redor do Louis. Niall tentou fazer Harry parar de olhar para as telas, mas ele lutou contra seus braços.

Segundos depois, o Louis perdeu completamente a curva 4, e ele só ficou assistindo sem poder fazer nada enquanto colocava as mãos para baixo, e o carro continuava rolando super rápido pela brita, transformando-se num monte de metal vermelho amassado em questão de segundos. Peças voaram para todos os lados, e a cabeça do Louis se inclinou para frente um pouco, o cinto perto do pescoço o segurando antes que pudesse ir longe demais. O nariz do carro estava irreconhecível.

O Harry gritou, vendo tudo acontecer. Alguém tentou segurá-lo.

O terror, que parecia que não ia acabar nunca, deu uma pausa por alguns segundos. Todo mundo conseguiu respirar de novo.

De repente, a situação piorou.

Uma explosão barulhenta e inconfundível veio de algum lugar à sua esquerda, e todo mundo no paddock segurou as cabeças sem acreditar. O sistema onboard desconectou depois da explosão, e lá longe, sobre as arquibancadas principais, ele viu uma nuvem preta de fumaça brava. Harry lutava pra respirar.

Bandeiras vermelhas tremulavam por toda parte, e as luzes e telas gigantes todas piscavam de vermelho, deixando Harry nauseado, o chão cedendo sob ele.

"Merda, merda, merda", ele ofegava, todos ao seu redor em pânico, gritando em seus microfones, apontando furiosamente para os paramédicos e para o carro de segurança que dirigia mais rápido que o som em direção ao local do acidente. Todos os outros carros começaram a correr para a área dos boxes, sendo rapidamente orientados a permanecer em espera.

As câmeras da transmissão geral, direcionadas para a televisão nacional, não mostravam sinais do acidente, apenas um camêra extremamente distante, onde era visível o suficiente para ver algo vermelho preso em um poço ardente de amarelo e laranja ardente. Como sempre acontecia quando um acidente era grave o suficiente, o público em geral não deveria vê-lo.

Something In The Distance (So Close You Can Almost Taste It) TRADUÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora