Capítulo 28 - Visita.

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Depois que começamos a namorar, passei a ser agraciado pela presença de Jeon Jungkook de forma mais frequente. Agora, além de irmos juntos ao trabalho como já pera de costume, também passamos a noite na casa um do outro quase todos os dias, como se houvesse um ímã que impedisse de nos afastarmos. Lembro de como fiquei chocado ao ir lá pela primeira vez. Não por ser um lugar muito grande e diferente da minha realidade, mas por ser longe. Estranhamente longe para alguém que vinha me buscar todos os dias desde que ficamos próximos. Sério, leva quase duas horas para chegar no meu apartamento. Ele me contou que, antes de ter um carro, pegava carona com um vizinho um pouco antes das cinco da manhã só para me acompanhar no ônibus. Loucura, não é? Por mais que Jungkook diga que não fora nada demais fazer isso nesses últimos meses, ainda não acredito que se esforçava e continua se esforçando por mim... mas é bom saber que existe alguém que se importa tanto comigo.

Espero um dia ser capaz de retribuir tanto carinho, de protegê-lo da mesma maneira.

– Hyung, não vire a página ainda. Não terminei de ler. – Falava manhoso ao parar minha mão com a sua.

Decidimos que nossa programação para o domingo seria ler quadrinhos juntos e passar o resto do dia sem fazer absolutamente nada. Curtindo o dia de folga que merecemos após termos lidado com tantas pessoas no trabalho – as vendas não param de crescer depois do anúncio sobre as novidades, mas Hobi-hyung insiste que é tudo graças aos rostos bonitos que sempre estão por lá. Ainda mais que Seokjin-hyung está aparecendo por lá mais vezes. Aparentemente, nós cinco somos muito populares.

Abro um sorriso com a expressão sonolenta do mais novo. Tinha reparado como seus olhos ficavam levemente inchados e o nariz avermelhado quando acordava em tempos mais gelados. Era extremamente adorável e me fazia sentir o homem mais sortudo por ter alguém assim ao meu lado.

– O que quer fazer depois que terminarmos a leitura? – Faço a pergunta com uma voz suave que apenas Jungkook ouvia. É difícil de explicar, mas reparei que não pareço soar como eu mesmo ao falar com ele.

Jungtokki franziu o cenho e fez um biquinho para expressar o quão difícil estava sendo pensar em algo.

– Acho que dormir de novo parece ser uma opção boa. – Riu e me abraçou na cama. A paz que seu toque me proporciona é surreal. – Ursinho?

– Hum? – Respondo, já quase dormindo, enquanto fechava o quadrinho.

– Acho que seu telefone está vibrando.

Lutando contra a minha vontade, me esforço para conseguir enxergar o aparelho próximo ao guarda-roupa – não que fosse muito longe da cama, meu apartamento era minúsculo – e vejo a tela brilhar. Alguém estava ligando para mim e eu não estava com a mínima vontade de sair do abraço de Jungkook para atender, mas era necessário. Nunca me ligam sem motivo.

Dou-lhe um beijo rápido antes de criar coragem para me levantar. Ao encarar o aparelho, uma surpresa. Era a minha mãe.

Omma? [1] – Atendo surpreso. Ela não conseguia tempo para me ligar já fazia umas semanas. – Aconteceu alguma coisa?

Oi, meu ursinho! – Sua voz estava doce e animada como sempre, não preciso me preocupar. Que alívio. – Desculpa ligar assim, do nada. Não tenho conseguido entrar em contato por muito tempo nessas últimas semanas, sabe como é. Eu e o seu pai andamos bem atarefados.

Sei bem. Mamãe e papai são professores de faculdade, então suas vidas são tão atarefadas quanto a dos seus alunos. Enquanto eles precisavam fazer as provas e trabalhos, meus pais precisavam elaborá-los e corrigi-los dentro do prazo. Gostavam muito da profissão que exerciam, mas nessa época do ano sempre ficavam exaustos.

Prelúdio {kth+jjk} [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora