Vamos conversar!

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  Olhando para a vista que as paredes de meu escritório me proporcionava, tentava fazer com que minha mente se acalmasse e focasse em meu trabalho acumulado sobre minha mesa. Havia apenas uma noite que Katrina saira da minha casa,apenas poucas horas e todo o caos estava fazendo um curso será em meu subconsciente e meu coração. Meu filho estava sentindo a falta da mãe,também estava sentindo sua falta e tinha em mente que precisávamos conversar calmamente e de forna esclarecedora.
   Ouvindo baterem em minha porta,tornei a me sentar em minha poltrona e lhe dei permissão para que a pessoa entrasse em minha sala. Voltando meu olhar para os inúmeros documentos e contratos que precisariam da minha assinatura,pude sentir a fragrância que me cativava,o perfume doce como as rosas de um jardim e que era capaz de me deixar imerso a tudo que estivesse em minha volta: Katrina estava a minha frente e segurava outros documentos que necessitavam de minha assinatura.

     — Preciso que assine esses documentos e os contratos para serem levados para o RH. Estamos contratando alguns estagiários e precisamos que sua assinatura conste nos documentos de contratação — com um tom de voz sério e profissional, Trina apenas informou deixando os documentos em minha mesa.

     — Pelo amor... Katrina,precisamos conversar e não e como chefe e funcionária! — exclamei frustrado ao perceber o quão fria ela estava sendo.

     — Os contratos deixados em minha mesa meus cedo foram assinados e entregues para o contador. Vitor pede para que na próxima semana façam uma reunião para decidirem o restante das pendências em suas sociedade. E por último,os senhores Tedesco querem romper o contrato que irá expirar em menos de seis semanas — ditou como se não tivesse me ouvido.

   Suspirando profundamente ao vê-la fechar a pequena agenda de anotações em suas mãos, levantei-me de minha cadeira e contornei a mesa aproximando-me de si. Fazendo menção de tocar em seu rosto para que olhasse para mim, Trina se afastou bruscamente e se encaminhou para a porta,porém fui mais rápido ao alcança-la fechando-a na chave, guardando o pequeno objeto em meu bolso.

     — Se não se afastar me deixar sair, juro que lhe processo por assédio — murmurou amargurada.

     — Me processar? Para, Katrina! Somos namorados e você sabe que nunca te assediaria se fosse em outra situação — repreendi incrédulo com sua ameaça.

     — Não, não somos um casal! Você escolheu ao deixar aquela vadia na sua casa e perto do meu filho — virando-se ficando frente a frente comigo, Katrina esbravejou entre dentes.

      — Trina...

      — Para,ok! Aquela mulher quase matou o meu bebê,tentou destruir o nosso relacionamento e ainda sim você continua a favor dela. Me responde uma coisa: que tipo de pai você é? — demonstrando toda sua frustração, Katrina me empurrou.

    Fazendo o oposto do que ela gostaria, aproximei-me de si e a segurei sem pôr algum tipo de força excessiva. Seus olhos me encaravam com um misto de sentimentos,porém o ódio era o que mais predominava naquele estante e demonstrava não querer se esvair com tamanha facilidade. A empurrando em direção a minha mesa,a coloco sentada ali e a prendo com meu corpo me estabelecendo entre suas pernas.

     — Amor, você sabe que essas são acusações sérias e também sabe que nosso filho pode muito bem ter engolido ao encontrar aquele brinquedo espelhado pela sala de estar. — acariciando seu rosto,tento lhe acalmar.

     — Você não estava lá, não ouviu as crueldades que aquela vadia disse só confessar ter feito o que fez. Você não estava lá quando enxerguei o monstro que ela pode ser. — as lágrimas se acumularam em seus olhos.

      — Trina... Meu anjo! — como se a pedisse para não chorar, sussurrei segurando em cada lado de seu rosto.

       — Eu juro para você, Bryan... aquela mulher tentou matar o nosso filho,ela disse na minha cara que fez o que fez sem sentir nenhum tipo de remorso — sussurrou deixando as primeira lágrimas molhando seu rosto que ganhava uma tonalidade avermelhada.

     A puxando para um abraço onde senti seus braços contornarem meu pescoço, acariciei seus cabelos a medida que sentia minha camisa ser molhada por suas lágrimas de medo e ódio por minha empregada.
    É difícil acreditar em uma acusação como essa,mesmo que tenha a certeza de que Katrina jamais mentiria sobre algo dessa magnitude, ela jamais acusaria alguém sem realmente ter motivos. Não somos infantis,assim como ela não é por acusar alguém por ciúmes,também não sou por acreditar que essa é a justificativa para sua acusação. Somos seguros de nosso relacionamento e pelo o que sentimos um pelo outro.

     — Amor...— chamo segurando em seu rosto ao nos afastar do abraço — ela não irá machucar nosso filho,mas não posso fazer uma acusação sem ter provas — expliquei secando seu rosto.

      — Mas pode mandá-lo para longe de nosso filho,pode afastá-la e garantir que ninguém possa lhe fazer mal — sussurrou fechando seus olhos.

     Deixando um beijo em sua testa e outro em suas bochechas úmidas e avermelhadas,fechei meus olhos e suspirei profundamente sabendo que também não poderia fazer tal ato.

     — Também não posso fazer isso — murmurei sentindo-a tentando se afastar contráriada.

     — Como assim não pode? É o nosso filho,Bryan! — exclamou altamente tentando me afastar.

      — Se acalma! — pedi segurando suas mãos a impedindo de tentar me afastar.

       — Não, não vou me acalmar. Como acha que irei ficar ao saber que há uma vadia assassina perto do meu filho? Como acha que ficarei ao saber que há uma assassina planejando ferir meu bebê? — continuou tentando me afastar e se soltar de meus toques.

      — Ninguém irá machucar o nosso filho, Katrina — tento lhe tranquilizar — preciso que ela fique por perto, somente assim poderei fazer com que ela pague por ter feito o que fez. Amor,farei o possível e o impossível para que ninguém toque em vocês,para que ninguém os machuque.

    Sentindo todos os seus músculos relaxarem ao ouvir minhas palavras, tive a confirmação de que ela acreditava em mim e que não iria se opor a minha decisão de deixar aquela mulher por perto para que descobrisse e tivesse provas o bastante para a colocar na prisão. Ninguém machucaria o meu filho ou o tirará de mim novamente.

     — Se caso algo acontecer novamente, eu juro que a pessoa que irá para a prisão será eu — murmurou em meu ouvido ao me puxar para um abraço — se ela ferir meu bebê mais uma vez,acabo com a cobra que ela é.

    Sabia que Katrina não estava blefando,tinha conhecimento de que ela poderia ser um anjo que muitos admiram, mas também poderia se tornar o próprio demônio ao lhe ameaçar de alguma forma. Mesmo tendo marcas e cicatrizes profundas de um passado doloroso,essa garota carregava uma força que ninguém saberia explicar,uma personalidade forte e que demonstra que não são simples coisas que possa lhe abalar. Katrina era o meu anjo e a minha maior admiração e orgulho. Mateo possuiu uma mãe maravilhosa.

um bebê em minha vida[Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora