Meu bebê

14.8K 1.1K 56
                                    

Enquanto mantinha meu olhar na explicação de meu professor,meu foco estava em um certo bebê que havia sido deixado em minha porta a um mês atrás. Por mais que as garotas tivessem pedido um explicação para ter faltado a aula naquele dia e ter chegado atrasada, preferi omitir o assunto dizendo apenas que havia acordado sentindo um mal estar, no qual tive que usar a mesma desculpa com meu chefe.

____ Srt Tedesco, quera desligar ou atender essa ligação,por favor?____ ao ouvir a voz grave de meu professor,me levanto de minha cadeira pegando meu celular em minha bolsa e saio da sala de aula.

Ao olhar na tela de meu celular,vejo um número desconhecido brilhar. Mesmo confusa por não saber de quem se tratava ser, atendo enquanto me afasto da porta de minha sala de aula. Confesso que apenas me retirei da sala de aula para antender essa ligação por pensar ser Daniela, a agente social responsável pelo bebê.

____Katrina Tedesco?____ao ouvir a voz da pessoa que mais esperava no mundo, deixo um sorriso se formar em meus lábios enquanto me sento em um banco na entrando da universidade.

____Sim?____mesmo sabendo de quem se tratava ser,preferi me manter da mesma forma que estava antes de ouvir a sua voz.

____ Sou a agente social, Daniela. Creio eu que se lembre de mim____apenas conformei sem prolongar minhas palavras____o juiz responsável pela guarda do bebê encontrado em sua porta, estabeleceu um prazo para os responsáveis recorrerem o juizado até trinta dias,como o tempo estabelecido se esgotou, gostaria de lhe informar que estarei indo em sua casa para ver se você é apta para cuidar de uma criança e tem estabilidade para algo de tamanha importância____sem conter as lágrimas, deixo um pequeno grito de comemoração escapar por entre meus lábios,o que acabou chamando a atenção do porteiro que estava me observando atentamente.

____ Tudo bem, você se importa de me encontrar na universidade onde frequento? Pois estarei de mudança para uma outra cidade com a chegada desse bebê____Ao pronunciar cuidadosamente cada palavra, recebo a confirmação de Daniela e encerramos a ligação.

Sempre fui apega a crianças,sempre amei tê-las por perto e quando soube que estava grávida, senti um felicidade que nunca havia experimentado em toda minha vida. Mesmo com a possibilidade de ser mãe solteira,e desprezada pelos pais,nada e nem ninguém poderia estragar a minha felicidade,mas foi apenas ter uma descussão que senti uma parte de mim morrer naquele hospital. Lembrar dessa parte da minha vida sempre me feriu,mas contar em todos os detalhes do que me levou a sofrer um aborto,me destruía.
Ao retornar para a sala de aula, pude sentir os olhares de diversos alunos sobre mim, certamente por meu rosto estar vermelho devido o choro de felicidade ao saber que estou a poucos passos de ter aquele bebê em meus braços. Durante o restante das aulas,minha atenção estava dividida nas explicações e na ansiedade para rever o pequeno garotinho que conseguiu me conquistar apenas com algumas horas.

____ Estamos indo para casa,Trina...___ao ver Carla passar por mim abraçada a Juliano, reviro os olhos por saber que assim que chegasse em casa, ambos estaram se pegando na minha sala de estar,o que não seria conveniente para uma agente social presenciar. Agradeço por Nick ter me oferecido uma de suas casas na cidades vizinha.

____ Não vai passar em casa antes de ir trabalhar?____por mais difícil de se lidar Jaqueline fosse,sua preocupação com meu bem estar sempre era evidente, porém sei que não posso contar com ela para nada, inclusive com uma decisão tão importante que tomei mês passado.

____ Não,estou esperando uma pessoa____ sem negar o quão surpresa e confusa estava, Jaqueline assentiu e saiu sem ao menos me questionar ou querer saber de quem se tratava ser a pessoa a se encontrar comigo.

Durante o percurso até a próxima cidade, Daniela me falou um pouco sobre ela e sua vida. Descobri que temos algumas coisas em comum, também descobri que ela é casada e tem uma filha de dezenove anos que está cursando arte cinematográfica. Algo que mesmo não achando uma boa ideia e não gostando da escolha da filha, Dani apoiou e continua apoiando as suas decisões,desde que sejam as certas. De acordo com suas palavras,a felicidade de sua filha se torna mais importante que o desejo de vê-la defendendo uma pessoa no tribunal ou até mesmo atendente algum paciente atrás de uma mesa em um consultório,o que me deu como conclusão, que não importa qual seja a decisão de sua filha,ela sempre poderá contar com a mãe ao seu lado.

um bebê em minha vida[Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora