Asqueroso, imundo!

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    Um quarto com pouca iluminação,o cheiro forte de mofo estava causando uma certa irritação em minhas narinas e o ar gélido arrepiava cada fio de cabelo de meu corpo. Estava em um ambiente completamente desconhecido por mim,mas não deixava de permitir minha mente idealizar cada detalhe daquele lugar que poderia vir a ser meu " lar" por alguns dias.
    Por mais que soubesse do meu cruel destino naquele lugar e em companhia de pessoas que me querem mal, não conseguia sentir temor, não conseguia sentir medo de que algo grave viesse a acontecer,ou até mesmo que acomete viesse me buscar. Era o natural da vida,assim como nascemos,também devemos deixar de fazer parte desse muito, é algo irrelevante de ser discutido.
    Ouvindo aquela porta de madeira gasta pelo tempo sendo aberta por ele,sustentei meu olhar lhe vendo se aproximar carregando algo em mãos. O vendo se abaixar a minha frente enquanto me encontrava sentada em um colchão velho e acorrentada com correntes presas na parede onde meu corpo se mantinha apoiado,permiti que o preso em meus pulmões escapassem de uma única vez por meus lábios secos, devido a falta de hidratação.
   Seus olhos encaravam cada centímetro de meu rosto,mas o olhar começara a ser direcionada para cada parte de meu corpo coberto pelas mesmas roupas que havia usado para ir até a faculdade. Me causava nojo, repulsa e asco,até mesmo seu olhar era motivo para que sentimentos assim se fizesse presente em meu coração e subconsciente. Assim como sua irmã, Guilherme era alguém podre, alguém que merecia os piores castigos que a vida e o mundo poderia lhe dar.

    — Se lembra de quando namoravámos? Se lembra de como seu corpo se arrepiava com meus toques e beijos? — murmurou aproximando seu rosto do meu.

     Ao vê-lo fazer menção de me beijar,virei o rosto fazendo acontecer o contato de seus lábios em meu pescoço. Sentia repulsa a cada vez que lhe imaginava me tocando,nojo ao saber que Guilherme poderia o tocar sem meu consentimento, então implorava mentalmente para que essa ideia jamais se passasse em sua mente e se acontecesse,que alguém aparecesse e lhe impedisse.
    Despertando de meus devaneios amedrontadores,pude enxergar a porta ser aberta e duas pessoas que conhecia muito bem adentrarem aquele quarto,o sorriso sádico estava em seus lábios,o sentimento de contentamento estava em seus olhos. E naquele momento descobri que nunca fui importante,nunca fui uma filha para ele.

     — Por mais que deseje vê-la pegando por ter destruído meus planos, peço que se afaste — com seu tom autoritário,aquele que um dia chamei de pai proferiu.

     — Essa garota merece tudo que possa lhe ser doloroso — com ódio em sua voz, Vanessa murmurou entre dentes e se apoiou nos ombros de senhor Tedesco.

     Tendo a ausência dos toques daquele asqueroso, suspirei levemente e os encarei sem demonstrar meus sentimentos,pois ao vê-los em minha frente e com olhares sádicos que provam o quão cruéis poderiam ser,senti cada músculo de meu corpo se contrair e uma sensação de terror começar a me sufocar lentamente. Aquele trio poderia fazer o que desejassem comigo,mas tinha a certeza de que haveria um "porque" por trás de tudo.
   Vanessa obviamente está atrás de uma quantia significativa,pois seus olhos e a forma que de aproximava do meu bebê e de Bryan esclarecem teus desejos asquerosos. Essa mulher se interessa apenas por uma conta bancária satisfatória e uma vida de luxo,uma vida onde a única coisa para suprir suas necessidades sejam bolsas de marca e viagens caríssimas. O desejo por bens materiais.
    Guilherme é óbvio que está fazendo tudo isso para me ver sofrer,para destruir quaisquer oportunidades de felicidade que possam surgir em minha vida. Seu egoísmo e psicopatia o das se transformar em um ministro sem coração, alguém que jamais imaginei enxergar em alguém que namorei acreditando que poderia realmente ser feliz. Gostei dele,me doei por completo e me dediquei ao nosso relacionamento, o Guilherme jogou tudo no lixo ao me trair e se transformar em alguém que odeio profundamente, alguém que não suporto a presença.
     Agora ele! É difícil dizer em que lugar ele poderia se encaixar. Senhor Tedesco pode alguém incompressível e com grande potencial para encobrir suas mentiras e personalidades cruéis. Mesmo tendo sido ameaçada por ele em muitos momentos de minha vida,nunca pensei ou cheguem a imaginar que seria capaz de se aliar a duas pessoas como essas que estão a minha frente e me encaram com diversos pensamentos circulando por suas mentes psicopatas.

     — Sabe por que estou aqui, Katrina? — se abaixando a minha frente,meu progenitor questionou com um sorriso brincando em seus lábios.

     Era possível enxergar algo,por mais difícil que seja descreveram o que era e por qual motivo aquele sentimento estava ali, consegui entender: aquele homem frente a frente a mim carregava uma culpa,um sentimento de dor por ter feito algo que se arrependia amargamente. Aquele homem cometeu algum erro que está lhe corroendo e lhe assombrando frequentemente.

     — O que você fez? O que está lhe atormentando? — questionei o deixando com uma feição quase assustada.

     — Você enlouqueceu? Ficou maluca, garota! — tentou desconversar mudando totalmente o foco da conversa.

     — Eu? Não, mas você está indo por esse caminho! — rebato em total e completo deboche.

     Ao perceber ter lhe afetado com minhas palavras,suas mãos alcançaram meu pescoço e o apertaram cortando meu ar quase que por completo. Mas em momento algum, desviei meu olhar do seu,em momento algum permiti que seu ato revelasse parte de minhas emoções. Então,por falta de ar,uma lágrima deslisou por minha face ao começar perder todo ar de meus pulmões,e foi nesse momento que ele se afastou.

    — Você não irá morrer assim! Merece coisa pior — sussurrou puxando meus cabelos com agressividade — você me fez ferir alguém que amava muito,por sua culpa tive de abrir mão de uma pessoa importante em minha vida. Agora será a sua vez de perder alguém muito importante.

    Um arrepio surgiu em meu corpo. Ele machucaria meus meninos, machucaria os dois homens da minha vida,e esses malditos ajudariam. Saber disso me fez perder a pouca coragem,me fez vacilar no olhar e no controle de minhas lágrimas. Poderia acontecer qualquer coisa comigo,mas nunca deveria ferir aqueles que daria a minha vida para proteger.

     — Faz o que quiser comigo... Mas não machuquem eles, não toquem no meu bebê e no Bryan! — e naquele momento me vi implorando pela vida da minha família.

   Sim! Eles eram minha família,a conquistei com cada centímetro de meu ser,com cada célula de meu corpo e a cada batida de meu coração. Matheo poderia não ser meu filho biológico, poderia não ter meu sangue e DNA percorrendo por cada partizinha de seu corpo pequeno,mas ele era meu! Aquela criança era minha perante a lei e perante a cada batidas que meu coração dava em meu peito. Eles eram minha família e morreria por ela.

    — Você me dá pena, garota! — Vanessa tomou frente as palavras e se colocou a minha frente, juntamente a meu pai — seu amor irá enfraquecer você e matá-la! Deveria ter congelado esse órgão que bate em seu peito — apontou para o lugar citado e fez uma breve pressão sobre meu coração — amor é para os fracos.

     Então,após suas palavras de filosofia torta e barata,Vanessa deu leves tapinhas de pena em meu rosto e se levantou tomando direção a saída daquele quarto. O homem a minha frente tirou suas mãos nojentas de mim e também se afastou com um olhar superior sobre mim, estava claro o bastante o que sua mente maligna dizia para ser feito.
    Não demorou para estar completamente sozinha naquele lugar, não demorou para que pudesse dar permissões para minhas lágrimas incontroláveis e para que o medo viesse a se apossar daquela situação na qual nunca desejei estar. E em meio aos pensamentos da dura realidade que estava surgindo, apenas implorei mentalmente que tudo acabasse o mais rápido possível.
   

Sem revisão. Relevem os erros ortográficos que serem retirados em breve. Espero que tenham tido uma boa leitura!

um bebê em minha vida[Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora