Um tempo para pensar.

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    Não queria, mas estava odiando o homem no qual pensei poder confiar. Estava sentindo todos os meus planos de esvaírem por entre meus dedos,como se estivessem uma maldito sonho sido soubesse ser impossível de se tornar realidade. Bryan estava jogando nossa vida e nossa felicidade em um ventilador, estas destruindo o que deveria ser sólido para suportar os golpes que receberíamos com o passar dos dias,ele estava destruindo uma vida inteira por sua personalidade bruta e grosseira.
    Ainda com lágrimas molhando meu rosto, apenas passei por aquela sala de estar podendo ver Ruth me olhando preocupada enquanto meu menino brincava sem se importar com o mundo a sua volta. Subindo até o quarto que deixaria de ser "nosso" para se tornar dele, apenas adentrei procurando por minha bolsa,pois estava atrasada para ir a minha consulta médica.
    Era impressionante como um pensamento muda,como uma história pode terminar da noite para o dia o como um sentimento tão frágil e perfeito posso se tornar algo tão ruim. Não procuraria explicar o que estava sentindo e muito menos daria uma classificação na qual desconheço, apenas a certeza de que estava desejando Bryan o mais longe possível era vista como água. Meu intuito era uma conversa sadia e que podesse resolver o pequeno conflito que se formou dentro dessa casa,era resolver algo que parecia simples e rápido. Porém me enganei, pois Bryan complicou tudo com suas palavras.
    Entrando no banheiro,me olho no espelho podendo encontrar meu rosto completamente úmido e em um tom avermelhado. A última vez que me encontrei desta forma, sentindo esse sentimento me corroendo por dentro havia sido a anos atrás, quando tive a certeza de que minha família me queria como um troféu a ser exibido, quando tive a certeza de que nada lhes importavam além dos números em suas contas bancárias. É, talvez também tenha fechado os olhos para a pessoa que Bryan era e me deixei se iludir com algo que desejei ter em minha vida.
     Ao lavar meu rosto e o secar,me forcei a engolir o choro e ignorar as lágrima que insistiam em querer cair. Regressando para aquele quarto, apanhei minha bolsa sobre a cama juntamente a meu celular e as chaves de meu carro que fora presente de Vitor. Descendo as escadas com certa rapidez,me aproximei de meu filho deixando um beijo em seus cabelos e me despedi de Ruth que continuava a me observar com um olhar preocupado e maternal.
    Ouvindo passos se aproximarem daquela sala de estar,apenas me apressei em deixar aquela casa. Mas no momento em que adentrei meu carro e estava prestes a liga-lo,a porta fôra aberta e duas mãos me tiraram do veículo, não grosseiramente ou com brutalidade. Por mais que estivesse daquele forma, Bryan não ousaria me machucar, fisicamente, porque suas palavras mexeram com meu emocional.

     — Me solta. — pedi fugindo de seus toques.

     — Onde você está indo? Precisamos conversar — seu tom de voz era de súplica.

     — Vai dar uma de controlador agora? Faça-me o favor! E não, não precisamos conversar pelo simples fato de você ter dito tudo o que queria — retruquei sem demonstrar nenhum tipo de emoção em minha voz.

      Ignorando seu olhar sob mim, fiz menção de entrar em meu carro novamente,porém suas mãos me impediram prendendo-me contrato seu corpo. Ainda surpresa com seu ato prestes a lhe afastar, Bryan tocou em meu rosto e acariciou no mesmo momento em que me puxou para um beijo no qual não estava frequente entre nós.
     Então,sem aguentar tudo aquilo e me sentindo cansada,o empurrei delicadamente enquanto minhas lágrimas caíam mais uma vez. Quem passou por isso e se machucou sabe,agir como se nada tivesse acontecido é o mesmo que sentir uma lâmina afiada lhe cortando de dentro para fora. Apesar de amar o idiota a minha frente,no momento estava lhe odiando.

     — Amor! Me desculpa,eu falei sem pensar — então suas desculpas surgiram, mas não eram aquelas que queria ouvir. Quero um motivo para tudo isso,quero uma justificativa por estar tão afastado.

     — Não... E não me chame de amor. O que pensou, Bryan? Achou que ficaria tudo bem se me pedisse desculpas? Achou que suas palavras anteriores perderiam o valor com um misero pedido de desculpas? — sequei meu rosto da melhor forma possível.

     — Trina,eu falei movido ao stress! Você é a mãe do Matheo e sempre será, não importa se ele tem o seu sangue ou não... Me perdoa,por favor! — então lhe vi implorando e o medo se tornando evidente cada vez mais.

     — Você falou movido ao stress,agora estou falando com o racional e com a mágoa dentro de mim...— sustentei seu olhar — você disse o que estava preso dentro de você por esses dois anos, você apenas expressou somente aquilo que escondeu. E apesar de doer, é a verdade!

     O vendo se aproximar mais uma vez,fechei meus olhos ao sentir seus toques em meu rosto e sua testa juntamente a minha. Sua respiração estava pesada e ofegante,seu medo era sentindo por mim,a tensão em seu corpo estava ali para quem desejasse ver. Bryan estava com medo de que colocasse um fim em nosso relacionamento.

      — Estarei fazendo uma viagem de negócios hoje a tarde...— murmurou continuando suas carícias em meu rosto — quero que use o tempo que estiver fora para se acalmar e tomar uma decisão para isso o que acontece agora, quero que pense na possibilidade de me perdoar. E quando voltar, iremos conversar novamente.

      Deixando um selinho em meus lábios e um beijo em minha testa, Bryan se afastou. Abrindo meus olhos e o observando,pude ver seu rosto também úmido pelas lágrimas e seus olhos com um olhar vago e ferido, então mais um certeza se fez presente: Bryan tinha seus motivo,apenas não me contaria, pelo menos não por agora.
    Sem dizer mais nenhuma palavra,voltei a entrar em meu carro. Saindo pelos portões daquela residência, coloquei meu celular no suporte e disquei o número de Vitor. Precisava de uma conversa com alguém que pudesse me aconselhar, alguém que pudesse me orientar nas decisões corretas a serem feira e como agir diante a esse problema.

     — Deixe-me advinhar, problemas no paraíso? — seu tom de voz e palavras me fizeram sorrir fraco.

      — Você me conhece tão bem! Acho que meu relacionamento está chegando ao fim, Vitor! — murmurei mantendo a atenção nas ruas.

       — Vocês discutiram novamente? — questionou me fazendo lembrar da outra vez em que me desabafei consigo.

        — Sim. Sabe,o meu medo é ter me enganado em um relacionamento no qual me joguei de cabeça — minha insegurança estava falando.

       — Tente ouvir o que ele tem a dizer, Katrina! — Vitor aconselho.

       — E foi ouvindo o que ele tinha a dizer que estamos quase terminando esse namoro — sorri forçado parando no sinal.

       — Tenho a certeza de que ele tem motivos para estar desta forma — havia ligado para Vitor dizendo como Bryan estava se transformando — não estou apoiando o que ele disse ou como agiu,mas sei que ele falou da boca para fora.

      Voltando a percorrer pelas ruas e tendo a certeza de que estava próxima ao hospital, suspirei sabendo que ele estava certo e que seria o mais adulto a se fazer. Porém precisaria desse tempo que Bryan está me dando.

      — Tudo bem,darei a chance para que ele se justifique — lhe respondi estacionando meu carro no estacionamento do hospital.

      — Sabe que te amo, não sabe? — sorri com sua pergunta retórica.

      — Também te amo!

     Éramos amigos,cresci com ele cuidando de mim e tentando me defender das mãos de meus pais. Mas acima de tudo, Vitor não era somente um amigo,ele era da minha família e como um irmão mais velho. Passe anos,nossa relação jamais será afetada pelo tempo.

um bebê em minha vida[Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora