Emoção

2.8K 232 4
                                    


    Era surreal! Minha mente ainda não acreditava que estava olhando para seus olhos apaixonantes, não acreditava que estava sendo retribuído em meus toques e beijos. Estava a sentindo comigo,estava me perdendo mais uma vez em sua essência,estava me vendo perdidamente apaixonado mais uma vez,como se fosse possível. Katrina estava ali,me olhando com um sorriso em seus lábios,com um brilho emotivo em seus lindos e perfeitos olhos.
    Segurando em uma de suas mãos,deixei um beijo sobre o dorso e afaguei o local em um gesto de carinho e amor. Com aquele simples ato tentei lhe  demonstrar tudo,tentei lhe transmitir os meus intensos sentimentos que amebas cresciam dentro de mim,com aquele ato,lhe mostrei o quão difícil seria minha vida sem tê-la ao meu lado e na vida de nosso filho.

     — Eu senti tanto a sua falta! — murmurei com meus olhos ardendo em lágrimas que não queria que se fizessem presente.

     Então,sem dizer nenhuma palavra, Katrina apenas me puxou para um abraço onde me acomodei em seu peito podendo sentir seu calor corporal,onde pude me sentir em casa e completamente acolhido. Eram poucos os lugares,eram mínimos onde conseguia me sentir bem,mas era ali, naquele pequeno e aconchegante lugar que conseguia esquecer o mundo e tudo o que pudesse ser cruel o suficiente para nós machucar.
    Foram uma semana para que ela despertasse,uma semana para que pudesse tê-la me olhando nos olhos e me abraçando como se não desejasse soltar nunca mais. Mesmo estando extremamente frustrado com sua falta de reação, compreendi tudo e aceitei que a teria de volta no momento em que ela se encontrasse preparada para voltar e para recomeçar a sua vida,e esse dia chegou, após longos dias que mais pareciam meses,Katrina acordou.

    — Não vou a lugar algum... Não o deixarei nem sob ameaça de morte,pois você é a minha vida. — com um sussurro cheio de carinho e emoções, Trina declarou em meu ouvido.

    Me afastando lentamente e com delicadeza,encarei seu lindo e delicado rosto,a encarei com devoção,como se estivesse diante de uma obra de arte. Levando meus dedos até sua bochechas com gordurinhas de bebê,me aproximei deixando um selinho em seus lábios macios e avermelhados.

     —  Nada irá me afastar de você, ninguém irá me tirar de sua vida — declarei de volta.

     Ouvindo a porta de seu quarto ser aberta, virei-me naquela direção podendo encontrar o médico responsável por sua recuperação e Vitor,esse que se negou a retornar para sua empresa e agora, também pertencente a minha namorada. Diante a lei e por seus pais nunca terem envolvido seus bens em algum crime de estado ou algo do tipo,tudo que um dia lhes perteceram estariam sobre o poder de Katrina, inclusive a sociedade que ambos possuíam com o seu melhor amigo.
    Vendo o médico se aproximar mais uma vez para um exame de rotina, somente para checar se nada havia se alterado,me coloquei ao lado do homem que tambem possuía uma amizade de anos. Olhando para nossa vida nesse momento,deveria onsgradecer por ter me indicado a garota que mudou completamente minha vida, agradecer por ter a mandado até minha empresa. Começamos de um forma completamente errada,cometi o um dos piores erros da minha vida e me odeio por isso até os dias de hoje,feri a pessoa que hoje seria capaz de morrer por seu bem estar,a fiz derramar lágrimas que me cortam por dentro a cada vez que me lembro daquele episódio. Começamos errado mas nos acertamos da melhor forma possível, corrigimos nossos erros de uma maneira complexa e apaixonante. Eu a amo com cada batida de meu coração.

     — A senhorita está bem,apenas permaneça em um repouso por vinte e quatro horas e se alimente bem. — o médico orientou anotando algo nos papéis em sua mão.

     — Quando ela terá alta? — Vitor se pronunciou pela primeira vez.

     — Como não a nada que a prenda aqui, acredito que essa mocinha poderá voltar para casa hoje mesmo. Apenas passem na recepção para acinarem os documentos de liberação — respondeu com um sorriso amistoso direcionado para Trina,essa que retribuiu da melhor forma possível.

     Nos deixando naquele quarto,o médico fechou a porta atrás de si. Voltando minha atenção para minha namorada que se levantava daquela cama,pude ver Vitor se posicionar ao seu lado e lhe ajudar a se por de pé e caminhar até o banheiro com suas roupas em mãos. Seu corpo não estava forte o bastante para se sustentar sozinha por muito tempo, pois ficar em uma cama por uma semana sem movimentar qualquer membro de seus corpo era óbvio que resultaria em um certo fraquejamento em seus movimentos.

      — Ela voltará para sua casa? Sabe, agora que Guilherme está morto e a polícia atrás daquela maluca...— Vitor deixou o assunto em vago,pois sabia o que suas palavras diziam.

      — Gostaria de que ela morasse comigo,que deixasse aquela casa onde foi sua primeira morada nessa cidade. Mas não posso lhe aprisionar ao meu lado,pois sei que ela se sentiria presa como antes — suspirei sentando-me naquele sofá no canto do quarto. As vezes esqueço dos benefícios de ter tratamento particular.

       — Você sabe que Trina nunca pensaria assim, Bryan! — Vitor me repreendeu defendendo a amiga — ela apenas estava se sentindo sufocada por não ter a liberdade de ir e vir a qualquer lugar. Mesmo que vivesse sobre regras daqueles doentes,Katrina sempre teve liberdade,e viver esses momentos passados estava lhe aprisionando.

      Em um suspiro longo e cansado, apenas concordei sem querer entrar em uma possível discussão onde não saberíamos como terminado e em que daria. Com o olhar sobre minhas mãos cruzadas uma nas outras,me pronunciei com as mais sábias palavras:

      — Vamos dar tempo ao tempo. Talvez seja necessário que ela se afaste,se readapte com sua vida é uma possível nova rotina. O que eu quero nunca deverá ser o que ela deva querer,acima de mim, existe ela e seu direito de opinar em. A felicidade dela não deve ser oprimida com um único "querer" meu.

    Dando por encerrada a conversa com Katrina regressando para o quarto há vestida em suas roupas. Me levantei seguindo até a porta do quarto a abrindo para ambos,pois Vitor segurava a cintura da amiga que parecia estar sonolenta devido a um último medicamento ingerido. Indo atrás de ambos, finalmente enxerguei algo que nunca havia percebido: Katrina nunca teve a sensação e o sentimento de se sentir leve,nunca a vi completamente livre de tensões.
    Em meu carro,enquanto dirigia com meus pensamentos de lhe levar até sua casa, tentava ignorar tudo o que minha mente não era capaz de assimilar,tudo o que ainda na parecia se encaixar. Vanessa não era uma boa pessoa e somente se casou comigo por dinheiro,nosso filho para ela foi um objeto de compra e venda. Guilherme era um cunhado cheio de problemas e não se dava bem com a irmã, então em que momento ambos decidiram se ajudar e por que?
    Ter sequestrado meu filho,o deixar na porta da casa de Katrina com a certeza de que ela o adoraria e tentar se aproximar ao poucos e lentamente era um pensamento doentio e obsessivo,pois obviamente minha namorada não o permitiria estar por perto e muito menos o perdoaria pelas traições . E seu plano era falho,pois em algum momento Vanessa agiria como fez,era visível que ela arquitetou tudo com o idiota do irmão por ter pensamentos em me tirar mais dinheiro,e ela sabia que somente pagaria se tivesse meu filho de volta. Então o que aconteceria? Ela sequestraria o filho dos braços de Katrina e mataria o irmão? Pois é óbvio que Guilherme não reagiria bem com as ações dela. Estava tudo tão confuso e sem respostas concretas.

um bebê em minha vida[Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora