Sem reação!

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       Acorde! Mova qualquer parte de seu corpo e abra os olhos. Sua vida não pode parar e terminar assim,existe muito a ser feito e uma história para ser vivida e contada. Você é forte,sabe do seu desejo para ter uma vida ao lado de sua família e aqueles que entraram para fazer parte da sua história. Reaja como uma garota independente e sonhadora que sempre fôra.

     Minha mente gritava a cada segundo que se passava,a cada milésimo em que mantinha meus olhos fechados,porém ainda estava ouvindo tudo a minha volta. Havia um toque,um calor em minhas mãos e um aperto que parecia me implorar,talvez por uma reação ou para que abrisse meus olhos e demonstrasse que tudo estava bem. Mas não estava,ainda me encontrava presa naquele quarto imundo e sob a presença de Guilherme.
 
      Diferente de um tempo atrás,Guilherme já não brincava com uma faca,era uma arma. Lhe vi se aproximar,lhe vi retirar uma seringa do bolso de sua jaqueta juntamente a um frasco com um líquido escuro e lhe assistindo se aproximar se abaixando a minha frente. Sua mão deixou os objetos ao meu lado e acariciou meu rosto com uma certa delicadeza que me causava nojo e repulsa.

      — Ficará tudo bem,meu amor! — murmurou com um brilho sádico em seus olhos e tentou me beijar,porém desviei.

      Não aceitaria nada vindo dele,faria o possível para que seus toques se mantivessem ausente. Guilherme me causava nojo e ânsia,até mesmo a forma que me olhava era motivo para tais sentimentos.

      — Eu te entendo! Você está assustado por tudo o que aconteceu e esta acontecendo,mas prometo que tudo terminará o mais rápido possível,meu anjo — sorrindo, Guilherme voltou a pegar a seringa e o frasco.

    Meus braços estavam amarradas de forma tão bruta que se tornava impossível de serem soltas por mim mesma, então seria difícil de conseguir me defender do que ele possa estar pensando fazer. Odiava ter de admitir,mas estava me sentindo um ratinho de laboratório prestes a se passar por testes que acabariam com sua vida.
  
    O vendo preparar seja lá o que era aquele líquido escuro,tentei meu afastar ao perceber que aquilo seria enjetado em meu corpo. Sabendo da minha relutância, Guilherme me puxou para perto de seu corpo e se sentou sobre minha cintura e ter me feito deitar daquele colchão. Ele segurou em meu braço e espetou a agulha sobre uma veia liberando o líquido.

     — Não se preocupe meu anjo, a dor será mínima e não durará por muito tempo. Assim que o veneno circular por todo seu corpo e chegar em seu coração,sua morte será rápida — sussurrou jogando a seringa em algum canto daquele quarto e acariciando meu rosto mais uma vez.

      — Você é doente,um psicopata lunático! — esbravejei contra seu rosto.

      Guilherme então se levantou se pondo de pé a minha frente novamente. Existia satisfação em seus olhos,era como se estivesse fazendo tudo o que planejou durante a sua vida, seu olhar expressava sua satisfação em estar me machucando e sendo o causador da minha morte.

      Foram questão de minutos para começar a sentir meu corpo enfraquecer,minha respiração se tornar ofegante e o suor começar a surgir em minha testa. Minhas veias pareciam estar transportando larvas ao envés de sangue por cada centímetro de meu corpo,eram como brasas queimando em minha pele e alguém estivesse pressionando meu pescoço cortando o ar de meus pulmões,tudo acontecendo lentamente.

   Então,sem que pudesse raciocinar o que estava me acontecendo e pensar em como tudo aquilo poderia terminar, Guilherme me colocou de pé agarrando em meu braço e me colocou a sua frente, naquele estante percebi que haviam me encontrado. Mas se não fossem rápidos,de nada valeria seus esforços.

     — Não irei preso e você também não voltará para casa,meu amor — murmurou em meu ouvido tirando sua arma da cintura e apontando-a em direção a minha cabeça.

     O termos a visão de dois policiais armados, Guilherme sinalizou para que ambos se afastassem e retornasse para a saída daquele lugar abandonado. Quando saímos,pude finalmente entender que estávamos no meio da mata em uma cabana abandonada a algum tempo e ,diferente do que poderia pensar,havia outros policiais ali e que havia apreendido meu progenitor que também queria minha morte.

    Foi algo que não estava em meu controle,para ser realista,nada naquele momento fazia sentindo para minha mente que estava de concentrando somente no início da dor em que Guilherme se referiu. Bryan havia percebido algo de errado, porém não conseguia distinguir o que poderia ser. Queira ceder, permitir que minhas forças deixassem o enfraquecimento falar mais alto,mas Guilherme fazia questão de me sustentar enquanto usava meu corpo de colete.

     As vozes voltaram a preencher aquele quarto com cheiro de hospital. Um beijo foi depositado em minha testa e outras mãos acariciaram meus cabelos fazendo-me ter a certeza de que poderia estar apenas tentando fazer meu consciente se restabelecer com meu corpo e meu cérebro e deveria mandar as coordenações motoras para cada um de meus membros.

     Queria dizer que estava ou ouvindo,dizer que conseguia sentir seus toques e que estava feliz e poder tê-los juntamente a mim novamente. Queria,porém não podia e não conseguia colocar minhas emoções a vista, não conseguia lhes mostrar que tudo ficaria bem e que mais ninguém poderia nos ferir,pois não permitiria que viesse acontecer. É, talvez Guilherme tenha conseguido o que tanto almejou ao ter me sequestrado e me envenenado.

     E mesmo em realmente estar ali com eles,pude ouvir uma porta ser aberta e todos os toques abandonarem meu corpo, certamente se devia a um possível médico que estaria responsável por minha situação pedir para se adaptarem com a intenção de me examinar, tive a conclusão no momento em que senti um toque diferente e desconhecido por mim.

     — Pelos exames feitos,sua namorada está estável e consideravelmente bem. O fato dela não ter recobrado a consciência se deve a grande quantidade de veneno que fôra aplicado em seu corpo. É comum o paciente se sentir exausto, então aconselho que aguardem até às vinte e quatro horas — certamente a informação estava sendo dado para Bryan.

     Mesmo que o conheça e saiba que sua frustração e insegurança estejam evidentes, também tenho a consciência de que ele estava compreendendo as palavras daquele profissional e seguiria sua orientação. Sei que não está sendo um momento fácil para si, mas acredito que ele esteja controlando seu nervosismo.

     — Katrina e forte e suportou muito até chegarmos aqui. Acha que ela desistiria quando tudo está se encaminhando para a felicidade de vocês? Conheço essa garota a anos e acredito que ela esteja se esforçando o máximo possível — ouço a voz de Vitor,o que me deu um alívio enorme.

     — Seu amigo está certo! Essa garota está bem,apenas está tentando repor suas forças — tranquilizou,o médico.

    De certa forma ambos estavam certos,mesmo que esteja assustada com tudo isso e sinta não ser forte o suficiente. Mas revivendo tudo o que passei até chegar nesse momento, não permitiria que uma insegurança destruísse meus sonhos. Estava além daquele adolescente que tivera uma dura e real desilusão. Estaria aprendendo e me fortalecendo com meus erros do passado.




Sem revisão!

um bebê em minha vida[Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora