Primeiro Amor

16

    quando todas as aulas acabaram já era hora de ir embora, finalmente. Fui a primeira à sair da sala, espero Namjoon, Hoseok e Tae em um banco em frente a escola.
    Fecho os olhos por alguns minutos pra pensar um pouco nada estava fazendo sentido hoje, parece que tudo amanheceu de ponta a cabeça. Antes de abrir os olhos sinto um líquido gelado bater no meu rosto fazendo-me levantar de imediato.

— agora que ele é gay ele não vai ficar com nenhuma das duas. - Luna diz com um sorriso satisfatório.

    Limpo meu rosto com as mangas do casaco só desejando sumir dali, me sento novamente e finjo que não vi ela hoje. E claro ela gritou pra chamar a minha atenção.

— e quem disse pra senhorita que eu queria alguma coisa com ele? Era só você que estava atrás dele. - digo mentindo descaradamente torcendo pra que ela não percebesse.

— eu não acredito em nenhuma palavra que você diz.

— então me deixa em paz. - digo me levantando indo em direção a entrada da escola.

    Logo eu vejo os meus meninos vindo e abri um sorriso involuntário ao vê-los, espero ali mesmo, batendo o pé e nervosa. Tae vem correndo me abraçando muito forte, e mais uma vez eu não entendia nada, realmente o dia estava de ponta a cabeça.

— ela aceitou. - ele falou baixinho no meu ouvido.

— ah que bom. - falo no mesmo tom abraçando ele forte.

— amanhã vou levar ela em algum lugar bonito. - ele falava animado e sorrindo.

    Os meninos ainda pararam pra conversar alguma coisa era muito barulho e a distância não ajudava pra mim escutar o que eles estavam falando.

— terminem logo isso aí, eu preciso dormir antes de vocês baterem lá em casa. - grito e faço gestos de indignação.

    Depois de alguns minutos eles terminam de conversar e finalmente saímos daquela escola, o caminho foi curto, apesar de ser sempre a mesma distância tem dias que parece que nunca vai acabar a estrada até em casa e em outros dias parece que a estrada encurtou.
    Ao chegar na porta de casa me despeço de todos com um sorriso cansado e entro em casa, minha mãe já estava arrumando a mesa para o almoço.

— Bom Dia filha. - ela diz com um sorriso enorme no rosto. — foi legal a escola?

— foi. - tiro meu tênis — posso sair às 16? - pergunto antes de subir a escada.

— pode, só coma algo antes.

    Depois do almoço me deito um pouco, olho pro teto forrado e vou pensando em tanta coisa que acabo fechando os olhos devagarinho a medida que o sono ia chegando e acariciando meus cabelos me fazendo dormir. Quando acordo faltava poucos minutos pras 16 horas, me levanto devagar e tomo um banho vestindo logo depois uma calça larga e uma camisa também larga ambos branco. Sento na cadeira olhando meu rosto no espelho, depois de alguns segundos decido passar só um gloss e arrumo o cabelo.

— filha o Namjoon está aqui embaixo. - ouço a voz da minha mãe baixa devido a distância.

    Pego um sobretudo alongado preto e desço vestindo o próprio com um sorriso no rosto.
    Namjoon estava super bonito com uma calça jeans clara, uma camisa branca acompanhado de um sobretudo. No seu rosto também havia um sorriso muito bonito, realmente ele ter entrado no time e ter feito novos amigos deixou ele bem, deixou ele mais... Feliz.

— vamos? - pergunto com um sorriso. — vai pra onde desse jeito? Tá parecendo um modelo.

— vou pro mesmo lugar que você. - ele coloca o braço ao redor dos meus ombros — vou cuidar bem dela senhora, não se preocupe. - ele direciona a palavra pra minha mãe aí da com um sorriso encantador.

— se cuidem.

    Calço meu tênis e saio andando rumo ao novo fliperama, eu estava ansiosa como a maioria do tempo fora de casa, porém dessa vez é diferente. Ainda havia um silêncio constrangedor ali entre eu e Namjoon, e eu não estava nem um pouco afim de acabar com esse silêncio. Depois de algum tempo Namjoon resolve quebrar esse silêncio com uma pergunta um tanto desconfortável.

— gosta dele não é? - fala baixo apontando pra jimin na porta do fliperama.

— não. - nego mesmo sabendo que ele me conhecia o suficiente pra saber que eu estava mentindo.

— ah, não me engana. - ele tenta me persuadir.

— não gosto, por que isso agora? - mostro um sorriso tímido.

— vamos ver se a senhorita realmente não gosta.

    Ele para de falar assim que chegamos perto o suficiente pra alguém escutar o que estávamos falando, pagamos pra jogar alguns jogos e logo eu fui me misturando em meio as pessoas me sentindo confortável ao ponto de falar um pouco mais alto a cada partida ganha.
     Sem perceber eu já estava em jogando super Mario flash um pouco distante dos meninos que jogavam jogos de luta.  A cada fase passada eu festejava como se aquilo fosse a coisa mais importante do mundo.

— eu queria falar com você a sós. - ouço uma voz suave que eu conhecia muito bem me fazendo desconcentrar do jogo.

— tá, eu já perdi mesmo. - olho pro rosto de jimin que parecia meio tenso pelo gesto nas mãos.

    No cantinho do lugar tinha dois sofás, um só tinha espaço pra uma pessoa e outro sofá tinha espaço pra duas pessoas.
    Me sento ao seu lado observando mais as pinturas nas paredes do que seu rosto, coloco as mãos no bolso do sobretudo pra esconder meu nervosismo.

— aqui é bonito, não? - ele fala baixinho quase não ouço.

— sim, muito bonito. - respondo no mesmo tom. — o que queria conversar? - pergunto sem querer saber a resposta, só queria fugir dali e me esconder debaixo das cobertas.

— eu só queria esclarecer as coisas. - ele coloca a mão no bolso. — eu não namoro com jungkook. - ele fala aliviado e morde o lábio mostrando o quanto estava nervoso.

— era só isso? - pergunto aliviada, solto o ar que estava preso no peito.

— acho que sim. - esboça o sorriso mais lindo do mundo.

— então tá, vou voltar pro meu jogo.

    Me levanto arrumando minha calça e logo sinto uma mão gelada puxar meu braço me fazendo sentar novamente. Olho bem para os olhos de jimin que olhava pra mim de um jeito diferente, havia um olhar penetrante em seus olhos.
    Em um gesto rápido e preciso ele me abraça forte me colocando conta seu corpo quente, eu sentia seus músculos que estavam rígidos logo relaxando a medida que o abraço ia durando mais. Eu tentava somente guardar toda aquela lembrança, aquelas imagens do seu rosto, seu cheiro, seu toque... Cada sensação era única, cada olhar, cada gesto, cada palavra... E eu só queria guardar todas.
    E eu ali, envolto do seu abraço eu me perguntava: - será que ele gostava de mim da mesma forma? O que ele realmente sentia? Era uma coisa única que estava sentindo, nunca sentira esses sentimentos por mais ninguém, e eu só estava... Com medo.