23

34 1 0
                                    

    Conforme os dias foram passando eu fui me afastando dos meninos, cada vez que eu recusava algum convite ou respondia secamente alguma fala dos meninos me doía o coração, eu não sabia o porquê estava me afastando deles, na verdade eu sabia, eu só queria ter paz, eu só queria não ter ninguém me provocando, me chutando, me amedrontando ou algo assim. Eu sabia do preço a pagar e se esse fosse o preço eu queria e não queria correr o risco. A cada dia que passava me excluindo de todos eu me encolhia no quarto e chorava, me denominava fraca ao ponto de abrir mão daquelas pessoas maravilhosas que eu tanto amava pra ter paz. Isso me doía. Talvez meu amor não fosse o suficiente pra aguentar aquilo, talvez eu não merecesse a companhia deles.
    Chego na escola depois dos meninos e me sento no canto mais longe da sala fazendo com que Hoseok olhasse triste pra mim já havia alguns meses que esse olhar me cercava e eu só queria ir lá e abraça-lo, explicar tudo o que havia acontecido e voltar no tempo. Mas isso não era possível, pelo menos voltar no tempo não era.
    Jimin sempre seguia como o mais popular da escola, pegador, e altamente inteligente mesmo dormindo a maioria das aulas e nas aulas que ele não dormia ele faltava. Nada tinha mudado pra ele. Parecia que ele não sentia falta nenhuma. Eu sempre ouvia algum dos meninos fazendo comentário triste sobre mim ou que me fazia ficar triste, mas dá boca dele ou não ouvia nada, eu não ouvia sua voz e aquilo me deixava aflita me deixava com medo.
     Pego minha garrafa e sigo pelo corredor pra encher a própria de água, e foi aí que eu ouvi sua voz, aquela voz áspera e convidativa que só ele tinha. Ele colocava alguém contra a parede em um lugar da escola que não frequentava muito aluno, era raro algum aluno aparecer por lá. Fico parada observando o que poderia acontecer.

— você está afim ou não? - ele dizia com aquela voz convidativa que só ele tinha.

    Eu mordia meus lábios me segurando pra não cair aos pratos ali mesmo, eu gritava na minha cabeça pra ele não continuar com aquilo... Eu queria me movimentar, só queria sair dali e não ver mais aquela cena patética, queria simplesmente evaporar. Mesmo com todos esses meses que passaram jimin ainda tem um enorme controle sobre minhas emoções e sentimentos, como se ele fosse o sol do sistema solar e todos os meus sentimentos eram os planetas que gira ao redor do sol de forma infinita.
    Sem perceber fiquei ali tempo demais e deixei que me vissem, quando olhei o rosto da menina eu não sabia o que sentir, não sabia o que pensar, o que fazer e só me sentei em um banco ali perto e fechei os olhos deixando algumas lágrimas cair.

— era luna. - digo baixinho

    Isso fez com que minhas lágrimas começassem a escorrer de forma incondicional, de forma que eu não conseguia para-lás.

— Eun Yeoona o que aconteceu?! - Tae chega me abraçando super apertado.

   Dentre todos esses meses Tae não havia falado nenhuma palavra comigo, não me visitou, ou simplesmente olhou pra mim. Ele sempre se manteve longe do meu campo de visão.
    O tempo foi passando e a dor no meu peito foi cessando, Tae ia me acalmando aos poucos. As vezes ele olhava pro meu rosto e limpava algumas lágrimas que insistia em cair com a manga do seu uniforme.

— Tae, me desculpa por tudo... - digo entre o choro. — eu sei que você sempre esteve aqui, e eu só tenho a agradecer. Eu fiz tudo errado e quero concertar isso de uma vez.

— tudo bem. - ele me afaga dentro do seu abraço. — sempre estarei aqui.

[...]

   Se o que tanto Luna queria era a mim eu entrei no jogo dela, eu estava a ponto de beija-lá, estava a um fio de fazer a maior burrada da minha vida. Todos os dias eu esperava ansiosamente ouvir a voz de Eun Yeoona de novo, mesmo que seja tirando piadas como na primeira vez que a vi. Todos os dias eu esperava que ela deixasse essa loucura de se afastar e simplesmente voltasse para o meu abraço, mas isso não acontecia então eu só dormia enquanto espero esse dia chegar.
   Mas quando eu escutei a voz do Taehyung falando com Eun Yeoona, escutei aquela conversa eu sabia que ela não estava bem, eu sabia que ela estava chorando, eu sentia o quanto ela estava sofrendo pra não sofrer ameaças da Luna. Era uma dor pela outra.

— o que você fez pra ela? - pergunto a luna aproximando nossos rostos. — diz. - grito no seu rosto socando a parede sem sair da sua frente.

— eu não fiz nada, se ela se afastou é por conta dela. - sua voz sínica e fina me fazia querer matar todos dali.

— você acha que eu queria está aqui? Você acha que eu queria está me submetendo a isso? - meu olhar anda por todo o seu rosto. — eu queria está com ela, e quando finalmente eu ia ter algo com a pessoa que eu realmente gosto você foi lá e estragou tudo. - continuo nos gritos. — você não sabe o que é amar não é? Você não tem noção do que é amor.

   Eu dei outro soco na parece do lado do seu rosto fazendo ela ficar com medo, pelo menos essa era a real intenção. Saio dali quase correndo e pego minha bolsa e corro pela escola toda atras da Eun Yeoona, eu não aguentaria passar mais um mês sem ela.
   Ela não estava mais na escola, corri o mais rápido possível a caminho da sua casa. Vejo a pessoa que eu tanto amava em uma praça ali perto sentada debaixo de uma árvore tirando um livro da bolsa, respiro aliviado e ao mesmo tempo eu estava preocupado. Como ela estava? Será se ela sentia o mesmo que eu? Será se havia um buraco no peito dela assim como havia no meu que só podia ser preenchido por ela? Será que ela pensava em mim diariamente como eu pensava nela? Será?...
   Me aproximo devagar e me sento ao seu lado colocando a mochila nas minhas pernas, ela olhou pra mim assustada e começou a arrumar as coisas na bolsa pra sair do local e eu simplesmente tirei a minha mochila das pernas e abracei ela rápido puxando a própria pro meu colo sem dá espaço pra ela reagir ou falar algo que me rejeite. Depois de alguns segundos eu sinto suas mãos finas e delicadas tocando-a nas minhas costas me fazendo arrepiar, ela me abraça da mesma intensidade que eu acochava ela em meus braços.
   Eu estava com saudade daquilo, saudade do seu perfume, saudades do seu toque, do seu shampoo que cheirava a chocolate... Estava com saudade dela e tudo o que vem dela.

— o que tá fazendo? - ela diz se afastando assustada.

— não se afaste de mim nunca mais. - falo triste e abatido.

— o que? - dava pra ver a confusão em seus olhos.

    Ela ainda estava muito próxima de mim eu estava ficando embriagado com o cheiro daquele perfume que há muito tempo não sentia. Eu selo nossos lábios em um selinho demorado e logo depois eu abraço ela só pra ter certeza que ela ainda estava ali. Suas bochechas coradas deixava ela de certa forma muito fofa.

— você não sabe o que passei pra tentar aguentar esse tempo todo longe de você, não tem noção de quantas vezes eu desejei ouvir sua voz, sentir seu cheiro, sentir seu abraço que só ele se encaixa com o meu. - digo quase implorando que ela continue ali. — nunca mais se afaste assim de mim.

— não vou. - ela fala baixinho ainda abraçada comigo. — me desculpe por tudo, por tudo o que fiz você passar.

   Logo meus lábios é domado pelos lábios da Eun Yeoona, ela me beija um pouco tímida como se aquilo fosse a primeira vez que ela beijara alguém, e foi com aquele beijo que ela respondeu todas as dúvidas que eu tinha. Eun Yeoona estava sendo tão fofa que aquilo tudo parecia irreal, parecia um sonho ter ela ali de novo comigo realmente eu só poderia está sonhando.
   Ela se afasta um pouco pegando o livro que estava dentro da sua bolsa, era um dos meus livros favoritos. — Harry Potter— Observo ela se deitar na grama verdinha e colocar sua cabeça nas minhas pernas abrindo o livro onde havia parado quando eu apareci e a interferi de ler.
   Realmente aquilo só podia ser um sonho, era um sonho tão real que eu não queria acordar nunca. Foi ali que eu percebi que ela sentia a mesma coisa que eu, foi ali que eu senti e entendi que aquela distância ajudou a todos aqueles sentimentos que estavam confusos a finalmente se definir por inteiro, foi ali que eu entendi que não poderia viver sem essa menina que lia o meu livro preferido com a cabeça apoiada nas minhas pernas. 

 Primeiro Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora