Sorrisos bestas

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Park Chaeyoung pov

Quando ela entrou na sala pensei que estivesse decidida a me matar, notando pela expresao de seu rosto e pelo tom de sua voz quando falou com Suga, mas quando me olhou se manteve calma, em cada palavra dita e em cada gesto. Disse que só queria uma conversa, me arrastou para um lugar deserto e no começo até que tivemos uma conversa, mas não foi só isso que tivemos. Eu ainda não consigo acreditar que...

Eu beijei Lalisa Manoban pela segunda vez, eu a beijei pela segunda vez. P.e.l.a.s.e.g.u.n.d.a.v.e.z.

Ela me procurou, descobriu meu nome, sabe que eu procurei por ela antes mesmo da festa e não ficou com raiva do motivo da minha fuga.

Eu beijei ela, eu a beijei como nunca e posso até dizer que foi melhor do que a primeira vez, mas não tão inesquecível que a primeira.

Após quase quinze minutos ali, nos demos conta que tínhamos aula, ela apenas desceu e eu tive que andar dois prédios para ir até a minha sala. O professor já estava na sala e escrevendo algumas coisas no quadro, não queria atrapalhá-lo, então tentei andar sem fazer barulho, porém a porta não entendeu o meu recado.

— Atrasada, senhorita Park. - Infelizmente boa parte da sala me olhou, um bando de curiosos.

— Não vai se repetir.

— Assim espero.

Ele nem ousou me olhar, então fui para a minha cadeira, ao lado do meu amigo curioso, mas de um jeito bom e não como o resto da turma. Eu simplesmente não conseguia disfarçar meu sorriso, era inevitável, era complemente inevitável sorrir diante daquilo. De todos aqueles tantos pensamentos sobre ela.

— O que aconteceu? Esse sorriso besta. Nunca te vi sorrindo assim. - Acho que nem eu nunca me vi assim. - Vocês... Vocês repetiram a dose? - Ele perguntou espantado.

— Foi exatamente isso, caro amigo.

— Sério? - Ele perguntou surpreso e quase gritando para toda a turma escutar. Mas tampou a boca no mesmo instante que se deu conta. - Desculpa.

— Sim, repetimos a dose.

— Você realmente beijou ela outra vez?

— Sim, eu beijei ela outra vez.

— Garota, temos que jogar na loteria.

— Não é pra tanto, só foram alguns beijos. - Alguns maravilhosos beijos, mas ele não precisa saber disso. - Ela só queria terminar o que começamos e que eu estraguei, apenas isso.

— Eu conheço a Lisa, ela nunca faria isso. Temos que comemorar, eu iria sugerir uma festa, mas tô sem grana, ainda não recebi esse mês.

— As vezes eu me esqueço que quase todo mundo daqui é quase rico e pode dar uma festa em cada final de semana ou durante toda a semana.

— Nem é pra tanto, eu trabalho.

— Seus pais têm muito dinheiro.

— Mas não me deram um único tostão esse ano, nenhumzinho.

— Mas eles têm muito dinheiro.

— É, eles têm muito dinheiro.

Depois de uma leve bagunçada no meu cabelo, que quase resultou em um tapa, voltamos com nossa total atenção para a aula. Pelo menos ele, porque passei dez minutos tentando entender o que o professor queria dizer. Tentando o máximo não voltar meu pensamento ao andar de cima do prédio de jornalismo, aquele beijo, aos seus macios e apaixonantes lábios... A Lalisa e toda aquela complexidade que era aquela mulher, que nunca terei a chance de cima e de minha.

Superando Traumas - ChaelisaOnde histórias criam vida. Descubra agora