Você e mais ninguém.

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Park Chaeyoung pov

Suga me avisou que isso iria avisar, festa em quase todo final de semana. Como eles têm pique para isso? Combinamos que ele sempre iria me buscar, o que eu acho legal da parte dele, já que me convenceu a vir assim como da última vez. Recebi folga na parte da tarde, para cuidar de um assunto muito muito esperado.

Vou comprar um carro. A qual estou esperando há cerca de um ano. Eu queria um modelo específico, só que eles não são vendidos fora de Seul e lá ele é quase o dobro do valor, mas falei com um amigo do meu irmão que trabalha com essas coisas e ele disse que conseguiria. Vou pagar a metade, que guardei trabalhando e economizando durante a época da escola. O resto eu posso pagar durante um ano e meio, agora só preciso fazer duas aulas de autoescola (já que sei alguma coisa), uma prova teórica e prática, e pronto, minha licença sai. Enquanto não puder dirigi-lo, ele ficará estacionado em frente a minha casa.

(...)

Lisa dançava junto a todo mundo, era lindo vê-la assim, se divertindo e dançando. Até parece que sua energia muda quando está assim. Ela tem um corpo lindo, principalmente quando está em movimento dessa forma e essa talvez seja uma das coisas que eu mais gosto.

Jisoo parecia um pouco pensativa, Não abriu a boca para qualquer comentário, nem ousou dizer que eu deveria fechar a boca ou enxugar a baba.

— Algum problema? - Eu perguntei.

— Só a Chaeyoung. Ela disse que eu não deveria vir. - Se eu fizesse isso há dois anos, eu não estaria só morta, mas também esquartejada. - Aquela imbecil.

— E só por isso decidiu vir?

— Quase. Mas quem ela pensa que é para me impedir de fazer isso? - Dei de ombros.

— Já tentou conversar sobre isso?

— Já, mas ela tem complexo de policial. - Essa é nova. - Tenta me prender. - Deve ter percebido o meu não entendimento.

— Mostra que você não é nenhum detento.

— Eu já tentei, mas ela não me escuta.

— Então faz suborno, usa algo que ela gosta a seu favor.

Suga chegou, trazendo três cervejas, duas com e outra sem álcool. Assim que eu iria abrir, sinto uma mão ao redor da minha cintura, queixo sobre o meu ombro e respiração ofegante perto do meu ouvido.

Abri a cerveja, dando um gole bem necessitado e depois dou a devida atenção a Lisa, colocando uma mão sobre a sua e lhe fazendo uma carícia.

— Quando suas provas acabam?

— Hum, já fiz três, faltam mais quatro.

— Tá livre na quarta?

— Porque?

Suga e Jisoo se olharam, eles estão aprontando alguma coisa. Tenho certeza que até estavam conversando com o olhar. O mais intrigante foi terem saído sem dizer uma única palavra.

— Queria te ver em algum lugar fora da faculdade e mais silencioso. Para podermos conversar um pouco mais à vontade.

Ela... Ela quer me ver fora da faculdade.

Nossa.

Nossa.

Nossa.

Me virei para olhá-la, tendo mais uma vez seus braços em minha cintura.

— Onde quer ir? - Eu perguntei, tentando conter a minha felicidade com aquilo e não sorrir muito.

— Sei lá, algum café, cinema, você pode escolher.

— Se formos ao cinema tenho certeza que não vamos conversar ou assistir ao filme. - Ela riu, parece que acertei. - Eu conheço uma lanchonete muito boa aqui em Seul.

— Onde fica?

— Mais tarde te mando o endereço.

— As três horas ou você quer ir direto da faculdade? Sei que mora longe e que fica difícil para ir e vir. - Como ela sabe disso? Só pode ter sido o Suga, que linguarudo.

— Pode ser as três.

— Não vai ficar ruim?

— Não, na quarta eu tenho prova e saio cedo. Quero pelo menos ficar cheirosa para você.

— Gostei disso. - Segurou meu queixo. - Mas gosto ainda mais disso.

Minha visão foi rapidamente direcionada aos seus lábios, aqueles lindos lábios bem desenhados. Ela gostava de me beijar de forma calma. O tanto que eu escutei o Yoongi falando, achei que ela seria o completo oposto do prova ser. Desde as mensagens que me manda, os poucos minutos que passa comigo e até a forma como me beija.

Só nos separamos quando Suga chegou com a sua enorme boca, ele queria contar uma coisa a Lisa. Recebeu um sermão de Jisoo por ter nos atrapalhado, sendo arrastado para onde estavam e nos deixando sozinhas de novo.

— Ela não para de te olhar. - Lisa disse, me apontando com o olhar uma garota. Ela é bonita, mas acho que nunca a vi na vida e também não sei porque ela achou que ela estivesse me olhando, mas....

— Não ligo.

— Você tá livre, pode ficar com outras pessoas, nós não estamos namorando ou presas em um relacionamento.

— Quando estou ficando com alguém, não gosto de também ter outra para beijar.

O fato é, eu gosto de você, você é a segunda pessoa que já beijei na vida e quero muito que continue sendo assim, pelo menos por um longo tempo. Queria muito poder te dizer isso, talvez eu consiga algum dia ou talvez eu espere até isso acabar.

— Você não fica? - Neguei. - Você acabou de me surpreender

— Surpreendi?

— Sim, também não costumo ficar com outra pessoa, se estou com alguém.

— Mas se for ficar, você pode me dizer? Eu não gosto de ser enganada ou de ficar no escuro.

— Então não liga se eu ficar com outras pessoas?

— Ligo, mas se só somos ficantes, se eu começar a questionar suas escolhas, posso perder o pouco que tenho de você.

— Eu prometo que aviso. Mas eu não fico com ninguém, se você também não ficar. Pode ser assim?

— Pode.

Era como um contrato de exclusividade, com milhares de regras do que não fazer, falar ou se comportar. Estou disposta a seguir todas elas, menos uma.... Não gostar de Lalisa. Enquanto ela não souber disso, essa regra não será quebrada e logo isso também não terá um fim próximo.

Superando Traumas - ChaelisaOnde histórias criam vida. Descubra agora