Paju

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Lalisa Manoban pov.

Ela me passou o endereço de sua casa, sendo esse o nosso ponto de encontro, mas não o lugar do nosso encontro, isso ela fez questão de deixar bem claro. Até parece que queria me esconder de sua família.

O nosso encontro ainda era algo que eu não conseguia acreditar, porque eu duvidava que ela iria querer sair comigo depois de tudo. Até achei que teria que implorar por uma segunda chance, o que definitivamente não aconteceu.

O táxi parou bem em frente da casa dela, onde já me esperava com um olhar de quem achava que eu não viria. Rosé vestia uma calça jeans preta rasgada nos joelhos, com um moletom cinza, que não estava folgado em seu corpo e que a fazia ficar extremamente linda, coisa que não é tão difícil.

Assim que saí do táxi, ela me recebeu com um sorriso envergonhado. Paguei o motorista e depois recorri minha visão a ela, a olhando de cima a baixo e mais de perto.

— Você está linda. - Eu disse.

— Olha quem fala.

Eu vestia uma calça jeans azul, com uma blusa preta que mostrava minha barriga e um casaquinho, porque ela disse que aqui fazia muito frio durante a noite.

— Nem sei porque você quis vir aqui. Não tem quase nada e tudo é histórico. Deveríamos ter marcado de dia, assim daria para te levar na ponte.

— Podemos fazer isso outro dia.

— Amanhã?

— Outro dia que não seja amanhã. - Pelo visto ela não esperava por isso. - Onde vai me levar?

— Nós... nós... vamos ao cinema, nunca fizemos isso e eu queria saber como é. Depois iremos dar uma volta no shopping, tem uma fonte que fica linda a noite e sempre tem alguém vendendo algodão doce. Você ainda gosta, certo?

— Sim, eu ainda gosto. E vou adorar assistir um filme com você.

Sugeri que fôssemos a pé, porque isso nos daria mais tempo para conversar e seria bom conhecer as ruas de Paju, fora da janela do carro.

Infelizmente não falamos durante o caminho, pelo menos não coisas sobre nós, porque ela fez questão de me explicar coisas a cada vez que passavamos por algo histórico ou que tivesse um certo significado.

Na bilheteria do cinema, havia alguns cartazes, só que eu não fazia ideia se ela já tinha escolhido ou se queria escolher comigo, até pelo menos dois segundo atrás.

— Qual filme quer assistir? - Ela perguntou.

— Que tal algo que eu não possa ficar com medo?

— E nem chorar? - Pelo visto ela já me conhece bem.

— Exato, e nem chorar.

— Eu vou comprar os ingressos, você.. - Ela ia pegar a carteira, mas a impedi.

— Pode deixar que eu compro a pipoca.

— Obrigada. - Como mais outra forma de agradecimento, ela me deu um beijo na bochecha, que com certeza me deixou vermelha, pois senti meu rosto queimando.

Comprei um balde grande de pipoca, uma água e um chocolate que ela gosta. Sei que gosta porque uma vez conversamos sobre vir ao cinema e ela disse que ama esse chocolate.

Rosé comprou ingressos para "Questão de Tempo", algo mais calmo, sendo isso exatamente o que eu queria.

A sensação de estar ali com ela, era algo que jamais imaginei, não era só assistir a um filme em sua companhia, era presenciar suas caras e bocas. Era passar um tempo com quem gosto e que me contentava apenas em ter a companhia por longas horas.

Superando Traumas - ChaelisaOnde histórias criam vida. Descubra agora