Boatos

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Park Chaeyoung pov.

Passamos a noite quase inteira de sábado transando, diria até que ela colocou sentimentos em todos aqueles beijos, mas não no sexo, porque nisso definitivamente ela não colocou. Não estou dizendo que ela foi fria, estou dizendo que ela foi feroz, não enrolou para prolongar nosso prazer. Ela tentou o tempo todo demonstrar que que uma única coisa, matar todo aquele desejo presente em seus olhos.

No entanto, todas as minhas expectativas em cima daquela noite, morreram assim que cheguei em casa, após o domingo inteiro de trabalho.

Ela não havia me mandado uma única mensagem. Não perguntou se eu havia comido ou chegado em casa bem, coisa que normalmente faz.

Eu até poderia mandar uma mensagem, perguntando se talvez ela não estivesse sentindo saudade do meu corpo, só que de algum jeito isso não parece bom.

Afinal de contas, ela é uma ficante, que me trata como namorada, mas que nem sob tortura vai admitir isso.

Após um banho bem gelado e um jantar quase forçado, fui checar se não havia nada dela em seu celular.

Era óbvio que não teria, mas ainda me restava uma pequena esperança. A única mensagem que havia era do meu irmão, me pedindo para que eu ligasse para ele.

— Oi.

Já que agora precisamos marcar hora para sair com você. Eu estou ligando antecipadamente, para lhe informar algo.

— Estou me sentindo importante. O que quer me informar?

Vamos sair quinta à noite para comemorar o aniversário do Nam. Vai poder ir ou já tem compromisso marcado?

— Eu não perderia o aniversário dele por nada.

Então não tem noite quente em Seul na quinta?

— Claro que não, acho que eu sou um gato no cio?

Às vezes eu acho que sim. Mas vou acreditar no que diz, irmãzinha.

— Só uma coisinha, eu quero voltar sóbria, não quero correr o risco de fazer besteira de novo. Então nada de me embebedar.

É fácil, desliga o celular e deixa ele em casa.

— Mas...

Você bêbada nem consegue apertar botões, quem dirá ligar um celular. Nem sei como ligou para ela naquele dia.

— Nem eu.

Passei mais um tempo falando com ele e assim que desliguei tentei dormir, ainda pensando nela.

E no porquê evita tanto ter algo mais sério comigo.

(...)

Seus beijos mudaram, assim como a forma que falava comigo, sempre com pouco assunto ou às vezes nenhum. Na segunda, evitou o assunto de sábado, na terça disse que precisa cuidar de algumas coisas e por isso não apareceu no banheiro. Já na quarta, evitou me beijar, ela desviou o rosto apenas para não fazer isso.

Algo estava acontecendo de errado com ela, algo de muito errado.

Se ela quisesse me dispensa, já teria sido clara, já teria dito com todas as palavras se que não me quer por perto, só que ela ainda me procurava, ainda me queria muito perto,

— Lisa. - Ela tirou a visão do celular e me olhou. - Será que podemos conversar antes das suas aulas?

— Depois do almoço?

— Sim e de preferência no banheiro.

— Tem mesmo que ser lá, Park Chaeyoung? - Ela usou meus dois nomes, o que passa a ser muito formal no tom que ela usou. Então ou está chateada comigo ou algo está acontecendo de errado com ela, assim como eu suspeito.

Superando Traumas - ChaelisaOnde histórias criam vida. Descubra agora