Ausência

351 45 16
                                    

Lalisa Manoban pov.

Tentei falar com ela durante uma semana inteira, mas sempre sempre caia na caixa postal e eu não iria me atrever a ir no trabalho dela, mas liguei e todas as vezes a secretaria disse que ela estava ocupada, havia acabado de sair ou estava em reunião.

— Rosé, não sei quantas vezes te liguei só essa semana, mas... eu quero conversar, quero resolver isso o mais rápido possível. Eu.. eu sinto sua falta, meu amor. Quero você aqui comigo, não quero que isso resulte em um fim como daquela vez, quando parou de me atender e só ligou dizendo que queria conversar. Só te peço uma conversa e nada mais, por favor.

Assim que a chamada encerrou eu deixei o celular em cima da cama e fui para o quarto do Soobin, o pegar para dar um banho e alimentá-lo. Só que quando voltei ao quarto havia uma chamada não atendida e justamente dela, da Rosé.

Oi, eu só liguei pra dizer que estou bem e que não estou pensando em terminar nosso casamento, mas eu preciso de um tempo para pensar. Em algum momento irei te dar uma oportunidade para conversar e vou voltar para casa assim que me sentir bem. Então não se preocupe, okay? Eu ainda te amo muito e te deixar nunca passou pela minha cabeça. Dá um beijo no carinha por mim, tchau.

Ela precisa de um tempo, então ela terá o tempo que quiser, eu fui a burra nisso tudo e o certo a se fazer é dar a ela o que quer, tempo para pensar e tomar uma decisão. E eu vou aceitar seu veredito final, aceitarei qualquer coisa... contanto que volte para casa, para nós dois, mesmo se não o quiser como filho, mesmo se quiser assumir um papel de tia.

Depois de pensar um pouco levei o Soobin para o andar de baixo, para que brincasse um pouco. Porém ele não parecia querer brincar naquele momento, só segurava o coelhinho que a Rosé deu a ele e chupava a chupeta.

— Sente falta dela, não sente? - Passei a mão na cabeça dele, recebendo o olhar tristinho dele. - É, eu também sinto.

Ele passou os últimos dias olhando para a porta ou correndo quando a campainha tocava, chegando até mesmo antes que eu na porta. Mas quando via que não era a Rosé, ele saia correndo de volta para a sala e seu olhar ficava triste do nada.

(...)

Cinco semanas, já se passaram cinco semanas e ela nem voltou para casa. Nem mesmo a Arin nasceu, mas o médico disse que isso era normal e que ela poderia vir a qualquer momento, mas a alertei para que fosse ao hospital caso sentisse qualquer dorzinha. E a Jisoo? A Jisoo está doida com isso, já arrumou a mala umas trezentas vezes e quase não tem dormido, coisa que não vai fazer nem quando a Arin nascer. Então sugeri que a Jennie desse um calmante a ela, algo não muito forte, mas que fosse o suficiente para que relaxasse e dormisse um pouquinho.

(...)

A única coisa que está me distraindo de tudo isso é o trabalho e as conversas com a Jennie, que está nas últimas semanas de gestação e com muito desconforto na hora de ir dormir. Pior que eu também passei por isso, nunca conseguia arrumar um jeito confortável para dormir e isso era agonizante, porque eu acabava correndo para a poltrona que tinha no quarto do Luca.

Já a Rosé ligou algumas vezes, perguntava como estavam as coisas e como ele estava e era sempre a mesma coisa, eu perguntava quando ela iria voltar e ela dizia que logo.

Oi, liguei para saber como as coisas estão, se precisam de alguma coisa ou se...

— Precisamos de você aqui, é disso que precisamos. Sentimos sua falta, amor, você nunca passou mais de três semanas fora de casa e você já está há cinco semanas fora, volta logo, por favor.

Eu... eu preciso pensar mais um pouco, eu volto logo logo.

— Você toda vez diz isso, Rosé.

Superando Traumas - ChaelisaOnde histórias criam vida. Descubra agora