Prólogo

65 18 33
                                    

As lâmpadas penduradas em diversas cordas davam um aspecto brilhoso e a mesma energia que passava por elas, também passa nas pessoas daquele evento. Todas vestidas com diversas cores, dançavam, pulavam e riam. Até me perguntei se eu estava em algumas dessas festas com drogas. Poderia dizer que sim, mas não era isso. Diversas barracas de comida circulavam o que chamaria eu de praça. Jovens, músicos, artistas, todos procuravam diversão em seus diálogos.

Ele realmente me surpreendeu em me trazer aqui. O lugar era tão iluminado por si, que o meu próprio peito se encheu de borboletas com o sentimento de felicidade e nervosismo. Não consegui esconder meu sorriso nem por um minuto, e muito menos pude esconder a forma como olhei para ele. Como sua blusa azul destacava os braços quando puxava as mangas para o cotovelo ou como inclinava o peitoral para passar entre as pessoas.

Era a mesma forma no dia em que eu o observei na aula de química.

Eu não queria ter me aproximado dele, mas o jeito como ele anda na minha frente, sempre olhando para trás na garantia de que eu estava bem ou próxima. O jeito como ele sorri ou diz comentários sarcásticos quando eu dito coisas absurdas, ou quando ele sempre coloca a mão em seu peitoral para rir. Às vezes em que ele nunca deixava a janela do carro fechada porque sabia o quanto eu odiava lugares abafados.

Eu não queria ter me aproximado e causado todas as confusões e brigas que ocorreram até hoje, mas ter ficado amiga dele foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido esse ano.

— Por que parou? Você está bem? — Sua voz me tirou do transe, eu nem sequer percebi que havia parado no meio do caminho.

Percorri meus olhos até seu rosto, encarando aquele olhar preocupante. Não falei nada, e com o meu silêncio ele ficou confuso, juntando as sobrancelhas e me analisando por um instante. Um suspiro tomou seu peito, me olhando agora com certo conforto. Ele ergueu a mão esquerda na minha direção esperando que eu pegasse.

Eu não queria dizer nada, eu só precisava olhar ele e aproveitar o sentimento em meu peito. Peguei sua mão com certo cuidado, sentindo o calor do seu palmo e um arrepio percorrer meu corpo. Sua boca se curvou num sorriso, ele se virou rapidamente, puxando minha mão e adentrando na multidão que festejava.

Acho que dessa vez, eu não quero ser a secundária..

Outro Tipo de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora