Capítulo 6

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Meus lábios curvaram-se em um sorriso desafiador quando eu simplesmente me virei e iniciei uma maratona na imensidão daquele bosque. Uma coisa que eu não gostava era de perder, e eu não ia perder. Quanto mais eu corria, mais o vento batia em meu rosto como garras afiadas, passei por umas cinco pessoas que estavam se divertindo.

Aparentemente não eram apenas três pessoas que iriam nos caçar, acho que Peter havia se enganado.

Comecei a caminhar quando vi que já estava longe o suficiente, passei por árvores e algumas rochas, decorando o espaço para que eu não me perdesse. A última coisa que iria querer era me perder nesse lugar.

— Isso sim é um ótimo lugar para se esconder..— Falei para mim mesma assim que visualizei uma casa na árvore.

Eu nunca tive uma e tampouco olhei por perto, ela era até grande e próxima do chão, não era como aquelas no filme. Subi a pequena escadinha que levava a casa feita de madeiras desgastadas, bati três vezes para ter certeza de que não houvesse ratos, ou qualquer animal que fosse perigoso.

Parece vazia e duvido me encontrarem aqui.

Sorri sentindo o gosto da vitória.

Escutei alguns galhos sendo quebrados, o que me fez dar um pulo para dentro da pequena casa, agachando automaticamente próxima da janela mal feita, queria ter a visão do que aconteceria. Sujeira e poeira encontravam-se em minhas vestes, mas resolveria isso depois.

Segurei o riso com a mão esquerda quando vi Ryan passar entre as árvores, corria como uma onça a procura de sua vítima, e que por sorte, George apareceu no mesmo momento. Ambos se assustaram quando se viram, e logo correram.

Pareciam dois palhaços em um circo.

Quando me ergui para sair da casa, novamente me assustei com sons de galhos se quebrando. Voltei de imediato a me agachar e pude ver visualizar Peter se deslocar entre os galhos secos, parecia suado.

Ele parou e olhou para a casa em que eu estava.

— Nem fudendo que eu entro aí. — Ditou, recuando e indo a outra direção.

Céus minha barriga está doendo por segurar o riso.

E se..

Sai da casa, com cuidado para não emitir nenhum barulho e apressei meu passo, se não perderia ele de vista.

O garoto andava rápido e se deslocava com agilidade, escalava pequenas pedras quando necessário, sem dificuldade e aos poucos, consegui reparar em suas costas e como eram grandes.

Como seria abraça-lo?

Balancei a cabeça, desfazendo desse pensamento, inacreditável. Continuei seguindo-o, ficando atrás de algumas árvores, e tentando não fazer barulho, o que mais me surpreendia era o fato de que eu não conseguiria parar de sorrir.

Essa estava sendo uma das melhores noites, para quem começou o dia logo na diretoria.

Peter parou e parecia cansado. Ele respirou fundo e olhou em volta, o que deu tempo de me esconder atrás de uma pedra por perto.

Ele continuou parado, como se estivesse pensando. Ergueu sua cabeça lentamente e encarou o céu, consegui segui seu olhar e pude ver o quanto a lua estava enorme e iluminada.

Não sabia se ele estava olhando justamente para a lua, e o por quê se estivesse. Levei meus olhos novamente até suas costas, vendo que continuava a observar as estrelas e o céu.

O que passava pela cabeça de um garoto que encarava o céu no meio de árvores.

Peter me trazia dúvidas e sensações esquisitas. Não sabia se era porque eu estava arriscando uma amizade de anos por falar com ele ou o fato de que me cada movimento seu me deixava curiosa.

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