Dedico esse livro a todas as pessoas que se sentem figurantes em sua vida.
Bunny Rose é uma jovem estudante do ultimo ano do colegial, que se vê presa em um triângulo amoroso entre seu melhor amigo, Adam Jones, e sua amiga, Violet. Cansada e desconf...
— Tira ela de cima de mim! — Os gritos de Violet conseguia incomodar meus tímpanos.
Perplexidade era a palavra certa para descrever a minha reação. Como Jane Garcia conseguia desferir socos de forma tão perfeita?
Recuei alguns passos quando Ryan foi mais rápido que Adam e passou seu braço sobre a cintura de Jane, erguendo-a com facilidade para retira-la de cima da ruiva, que agora, assim como seus cabelos avermelhados, o nariz sangrava.
— Isso é pra você aprender garota! Nunca fui com a sua cara. E eu estava certa! — Jane continuava nos berros, tentando desviar do agarro de Ryan. Dava para ver o quanto ele fazia força ao segurar Jane.
Adam parecia tão chocado quanto eu. Ele correu em direção a Violet, oferecendo ajuda para se levantar. Ela aceitou, com um semblante nada contente. Sua blusa azul, estilo cigana, estava completamente amarrotada e esticada.
Ao contrário de Jane, seu biquíni roxo intacto e os cabelos presos em um rabo de cavalo em perfeitas condições.
— Eu vou acabar com você! — Violet parecia não se controlar quando viu o sangue escorrer de seu rosto, avançou contra Jane. Ambas pareciam querer se matar.
— Briga! — Consegui escutar a voz de Kyle entre a pequena multidão que se formou em volta de nós.
Eu já não entendia o que estava acontecendo. Violet nunca foi de brigar e muito menos arranjar discussões alheias. Ela estava diferente e todas as suas palavras me machucavam como uma estaca em meu peito. Tudo estava diferente.
Eu queria sair dali, eu queria parar de escutar as gritarias.
A minhas respiração ficava mais tensa conforme a discussão aumentava e Jane fazia de tudo para atacar a minha ex melhor amiga.
Eu queria correr.
E tudo simplesmente cessou quando uma espuma branca e um barulho de jato foram acionados em direção da briga, especificamente em Adam. Me afastei rapidamente da espuma, balançando meus braços para tentar enxergar. O que diabos aconteceu?!
Tentei ignorar o frio que meu corpo estava sentindo em contato aquela substância.
— É sério que precisava usar um extintor de incêndio!? — Escutei a voz firme do meu irmão.
Não acredito que usaram um extintor de incêndio. Assim que a espuma diminuiu, consegui enxergar, todos estavam tentando se movimentar e olhando freneticamente para os lados.
Diferente de todos, apenas Adam Jones estava coberto pela espuma.
— Era de extrema urgência.
Soltei um ar de alívio.
A voz de Peter me trouxe certa ansiedade e assim que a espuma diminuiu, consegui visualizar o semblante travesso, em seus lábios carregava um tipo de metal entre os dentes, provavelmente o que foi usado para acionar o extintor. Esboçou um sorriso e parou por um tempo aqueles olhos castanhos em mim, mas logo voltando a encarar Adam.
— Que porra Peter! A briga era entre elas, seu imbecil! — De forma bruta como sempre, Adam tentava se secar. — Você jogou tudo em mim!
— Ah...Eu sei que a briga é entre elas. — Carregado de pura ironia, Peter sorriu.
Ele fez de propósito.
Adam deu seu primeiro passo antes de saltar contra Peter e com o punho erguido em direção ao seu rosto. Foi tudo tão rápido, o punho de Adam passou por muito perto de mim. Impedido por George, Adam foi puxado para atrás brutalmente, não conseguindo seu glorioso soco.
Ele nem sequer percebeu que poderia ter me acertado.
— Seu merdinha! Eu vou acabar com a tua raça Anderson! — Quanto mais Adam gritava, mais a confusão aumentava.
Eles não paravam, era Jane e Violet de um lado, Peter e Adam do outro. O restante do pessoal atolados pela diversão e torcendo pela briga, música, tudo.
Não dava mais.
O ar em meus lábios saíram gélidos. Eu dei a volta no mesmo lugar, sentindo alguma ventania invadir delicadamente meu meus braços frios. Segui aquela a fonte do vento e aos poucos fui para fora, deixando tudo para atrás. Eu sabia que se ficasse ali, faria algo, e aquela seria a primeira vez que seguraria os meus impulsos.
Ali estava lotado demais.
Por mais que o momento com Peter tivesse sido um dos melhores da minha vida, ainda assim a mágoa de ver Violet querer me machucar dessa forma me afundava no mesmo lugar. Me deixava no banco de trás com os vidros fechados.
Eu não a conhecia mais.
Algo mudou no verão?
Eu não sabia por quanto tempo já estava caminhando, não trouxe celular, estava com a parte de cima de biquini e cada vez mais com frio. A Escola não ficava longe de casa, mas eu peguei tantos caminhos diferentes, apenas para atrasar, apenas para sentir mais um pouco daquela noite livre, sem ser sufocante como estava na festa. A única certeza que tive era que os pensamentos rodeavam a minha mente enquanto eu passava por lojas, bares.
Virando a esquina, consegui avistar a minha casa.
E para a minha não surpresa, Adam estava sentado na pequena escada da varanda. Dessa vez, em mãos, uma sacola.
E foi ai que a minha ficha caiu, já estava amanhecendo.
Parei próximo a entrada da minha casa, encarando os olhos preocupantes de Adam e consequentemente, molhados.
Ele abriu a boca, quase incapaz de falar.
— Por favor, eu...— Ele me olhou com aquele olhar, o olhar de desculpas.
Quando nós éramos crianças, Adam não conseguia se expressar muito bem, se estava triste, se estava feliz ou bravo, e se sentia muito. Ele não conseguia dizer, então eu falei para se expressar com o corpo. Eu dizia para ele mostrar com o rosto, com os olhos, com as mãos.
E eu sabia que ele sentia muito.
Olhei novamente para aquele olhar e balancei a cabeça, assentindo.
— Eu trouxe frango, seus favoritos. — Forçou um sorriso, ainda com um olhar.
— Se for a galinha inteira, viva, que nem daquela vez, eu corto seu dedo fora. — Ditei, cruzando os braços.
Adam me entregou seu casaco, enquanto entravamos na minha casa.
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Peço as minhas mais sinceras desculpas pessoal!
O tempo e a criatividade não ficou do meu lado esses meses.
