Capítulo 10

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Aurora...

Sentimos o carro parar e rapidamente recolocamos as algemas, mesmo que estivessem quebradas. Imediatamente, o som do carro sendo aberto preencheu o ambiente.

Conheçam a nova casa de vocês, seus delinquentes, pois é aqui que vão passar o resto dessas suas vidas medíocres! - Disse um dos dois policiais presentes.

— Já estive em lugares piores. - Lucian deu de ombros e saiu do veículo.

Desço atrás dele, observando o imenso presídio no meio do nada. A estrada de terra tinha postes com luzes amareladas de ambos os lados, cercada por arames tortos e desgastados. Dentro do campo escuro, vislumbrava-se a vegetação seca e abandonada que cobria todo o chão.

É melhor levarmos esses dois para dentro.

— Tenha calma, ou vai me dizer que está com medo de ficar aqui?

Assistíamos à conversa dos dois em silêncio, chegando a desconfiar que se tratava apenas de dois idiotas vestidos com uma farda.

O policial questionado olha para mim e Lucian, em seguida, fala próximo ao amigo, mas ouvimos perfeitamente. Ele disse:

Nunca se sabe o que pode estar escondido no meio desse matagal; vai que de repente apareça um lobisomem.

— Lobisomem? Por favor! Você anda assistindo muito filme de terror.

— Que seja, é melhor prevenir do que remediar.

Lobisomens não existem, isso é só lenda!

Olho para o meu lobo e levanto as sobrancelhas freneticamente.

Rimos.

— Estão rindo do quê? - Os policiais perguntam.

— De vocês. - Lucian responde.

— E por quê?

— Não sei... Será porque eu possa ser um lobisomem?

Lucian fala sério, os dois policiais o encaram por um tempo, depois se assustam quando ele solta uma gargalhada grave.

— Meu bem, você está assustando nossos amiguinhos. - Digo enquanto finjo admirar as unhas.

Essa mulher parece uma boneca assassina. - Um deles sussurra.

— Talvez eu seja. - Dou uma piscadela para eles.

— Você ouviu o que eu falei?

Me inclino um pouco para frente.

— Per.fei.ta.men.te. - Falo pausadamente e sorrio com o canto da boca.

— Ai, ai. - Resmungo quando sinto Lucian desferir dois tapas na minha bunda.

Ao me virar para ele, coloco as mãos na cintura, jogando as algemas quebradas ao lado das dele, que já estavam no chão.

— Já disse para não fazer isso na frente das pessoas, lobinho, que coisa feia. - Finjo estar brava, mas tudo não passava de uma encenação nossa.

— Eu não resisti, e você não disse nada da última vez que fiz isso na frente de alguém. - Ele cruza os braços.

— Há uma diferença. - Arqueio uma sobrancelha e tento não rir.

— Qual?

__ Aquelas pessoas estavam mortas.

— Eita - disse ele, colocando os braços para trás e se aproximando de mim - tinha esquecido, me perdoe, minha rainha.

__ Não.

Lobos- O Despertar Da Lenda | Livro 02| Concluído Onde histórias criam vida. Descubra agora