Lobos- O Despertar Da Lenda | Livro 02| Concluído

Capítulo 41

Já estava quase pegando no sono com as carícias que Lucian me fazia. Sentir o amor dele naquele simples gesto de acariciar meu cabelo causava um bem tão tremendo que os problemas ao meu redor pareciam evaporar.

"Quem dera eles evaporassem de verdade."

"Quem dera esse sentimento pudesse se tornar realidade..."

"Queria viver uma vida de paz, no melhor sentido da palavra, ao lado do meu lobo, de nossos filhos e de toda a nossa família..."

"Quem sabe um dia, Aurora."

"Quem sabe um dia..."

— No que está pensando? — Lucian percebeu meu silêncio e questionou. Mas eu não tinha a menor intenção de abordar esse assunto, pelo menos não agora, então resolvi mudar de foco e perguntei:

— Não deveríamos descobrir o que está causando toda aquela agitação lá fora? — Perguntei, aproximando meu nariz do seu pescoço.

O cheiro da sua pele me deixava totalmente rendida a ele.

— Não podemos ficar aqui para sempre? — Ele inclinou a cabeça para o lado, ficando mais próximo de mim. Os pelos da sua barba arranhavam a pele do meu rosto, mas eu não me importava.

— Eu adoraria — me envolvi ainda mais em seu corpo. Cada vez que o abraçava, um sorriso bobo surgia em seu rosto — mas ainda temos que resolver o assunto...

— Da sua prima? — Ele questionou, sem dar indícios de ter percebido que eu mudei de assunto.

"Melhor assim..."

Sentei-me na cama e segurei firmemente o cobertor que cobria meu corpo, despido.

— Esse e os outros milhares. — Respondi com um certo humor, tentando quebrar o gelo que eu mesma criei dentro de mim.

Ele sorriu, fazendo meu coração palpitar ao som de sua risada grave.

— Faremos isso, mas não se preocupe — com as costas de uma de suas grandes mãos, ele acariciava meu rosto — uma hora dessas, o que não falta é alguém que esteja procurando por essa... essa mulher!

Suspirei.

— Tem razão. — Inclinei-me para voltar a deitar em seu peito, mas parei quando uma pequena marca em forma de presa, próxima ao seu ombro, chamou minha atenção. — O que é isso?

Passei as pontas dos dedos sobre a pele onde a marca estava.

— Isso — ele olhou de relance para o ombro — foi minha monstrinha que fez.

Olhei para ele como quem dizia "não brinca".

— Por que Lyra faria isso? — Segurei o riso ao imaginar a cena dos dois. Nos últimos dias, minha pequena tem se aproximado muito do pai; o apego dos dois é tão grande que Lucian agora a chama de minha monstrinha, e ela adorou o novo apelido. Segundo ela, o apelido cai muito bem para as princesas que dão porrada.

— Ela disse que isso vai avisá-la se alguma mulher, que não seja a mamãe dela, se aproximar demais de mim.

— E o que vai acontecer caso isso aconteça? — Arqueei uma sobrancelha. Estava adorando tudo aquilo.

— Ela vai aparecer e explodir a pervertida, palavras dela. — Ele levantou as mãos, declarando sua "inocência".

Rimos juntos, mas no fundo eu sentia um pouquinho por Oscar, pois se Lyra já dá indícios de que não tolera mulheres atiradas para cima do pai, imagine como será com o companheiro.