Lobos- O Despertar Da Lenda | Livro 02| Concluído

Capítulo 4

Lídia...

Lucian abraçava, beijava, e rodopiava a esposa incessantemente. Todos estávamos emocionados; Aurora mal podia nos abraçar para matar a saudade, pois o lobo a puxava de volta, grudado com ela, literalmente. Enchendo-a de beijos, tocando seu rosto para ter certeza se aquilo era real. Confesso que suspeitei que, além de mim, o resto de nossa família queria tocá-la para ter essa certeza. Contudo, teríamos que passar por Lucian, o que seria difícil, já que a pobre da minha amiga estava presa entre os braços dele.

— Cadê os meus filhos? - Aurora perguntou, olhando para todos os lados à procura deles.

— Eu vou buscá-los, minha querida. - Disse Jasmine, ainda com os olhos vermelhos de chorar pela emoção.

— Eu ajudo você. - Alma acompanha, no mesmo estado que ela e os demais.

— Aurora, não sabe como me faz feliz vê-la aqui novamente. - Digo com a voz embargada.

— Nós ficamos, Lídia. - Disse Dante, a olhando com os olhos brilhando.

Ela sorri. Lucian não desgrudava os olhos dela.

— Eu também... ai, ai. - Ela leva a mão até a barriga e abaixa a cabeça.

— O que foi, meu amor? O que está sentindo?

Aquilo gerou desespero total em Lucian, não só nele. Quando ela percebeu a tensão que se instalou entre nós, respirou fundo e falou:

— São só os efeitos do feitiço que me trouxe de volta, vou ficar bem. - Ela diz dando um sorriso em meio às dores que sentia.

— Vem aqui. - Lucian a coloca sentada em seu colo; a mesma afunda o rosto no vão do pescoço dele - Fica quietinha.

Ele beija a testa dela e fecha os olhos, apreciando o perfume único da companheira.

"Como é bom vê-los juntos, outra vez."

— Você quer que eu faça um chá para as suas dores, Aurora? - Natália pergunta.

Aurora levanta a cabeça rápido e olha para ela.

— Por favor não, eu... eu não tenho boas lembranças com chás. - Ela diz.

Olhamos intrigados para ela, exceto Penélope, que sorriu e ganhou um olhar furioso de Lucian que a fez murchar.

— Bem, se é assim, acho que posso trazer outra coisa para você. - Disse Natália, depois de olhar confusa para ela.

— Qualquer coisa, menos chá.

— Tudo bem. - Ela diz, antes de ir em direção à cozinha.

Meio relutante, com uma mão no bolso da calça quadriculada e a outra alisando um dos chifres, Abner se aproxima, até estar bem perto de Aurora.

— Aurora.

Sua voz saiu quase inaudível.

— Oi Rena, que saudade. - Os olhos dela pareciam sorrir para ele.

Ele se põe reto, tentando parecer confiante e durão, mas a verdade é que ele não chegava nem perto de ser assim. Abner parecia mais uma rena de pelúcia, de tão fofo que era.

— Eu também senti muita saudade de você... posso te dar um abraço? - Ele até estava conseguindo, mas do meio por fim a pose de durão se esvaiu.

Aurora sorri de seu jeito.

— É claro que sim. - Ela se levanta e abraça a rena, que fecha os olhos para apreciar o momento. Por outro lado, pensei que Lucian iria morrer do coração.