Capítulo 6

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__ Contaste ao Abner que é mãe dele? - Perguntei, sentando-me na poltrona ao lado do berço.

__ Contei. No começo, olhou-me como se eu fosse louca, mas depois pulou de alegria, especialmente ao saber que é irmã dele. - Respondeu minha mãe, acariciando o rosto da minha filha.

__ Fico mais que feliz em saber disso. Imagino que, a essa altura, todo o palácio já deve estar sabendo. - Sorri.

__ É provável. - Ela me olha de relance. - Mas e então, matou a saudade do seu lobão?

__ Mãe.

__ Sim, querida.

Reviro os olhos.

__ Matei sim.

Rimos.

__ E como está se sentindo? Digo, a respeito do feitiço. - Perguntou ela, sentando na poltrona ao meu lado.

__ Vez ou outra ainda sinto uma dorzinha, mas logo passa.

__ Que bom, isso significa que não vai demorar para estar inteira de novo.

__ É... já teve sua primeira conversa sensata com as pessoas daqui?

Ela sorri.

__ Já. Devo admitir que por muito tempo quis ter feito isso, mas a situação em que me encontrava me obrigava a ser...

__ Grossa?

__ Exatamente, mas o bom é que são pessoas excelentes, principalmente os lobos betas e o lobo primo.

__ Lobos betas e o lobo primo? - Arqueio uma sobrancelha.

Ela dá de ombros.

__ Esqueci os nomes, mas a beleza deles não. - Disse ela, cruzando as pernas e arrumando o cabelo.

__ Romeu e Felipe são os betas, e Dante é o primo.

__ Hum. Vou me lembrar.

Não sei não, mas só acho que essa aí está com cara de quem está planejando alguma coisa.

__ Tenho algo para entregar a você, mas acabei esquecendo no carro. Vou lá buscar, se importa?

__ Não, pode ir.

Ela sorri e se retira em passos elegantes.

Observo minha Lizzie, que ainda dorme serenamente. O silêncio e a calma contribuem para o sono que me envolve. Acomodo-me na poltrona e aprecio os detalhes do quarto, desde os móveis até as cores das paredes e as cortinas da porta da varanda, cuidadosamente escolhidas em tons de rosa e branco. A decoração, devo admitir, é simplesmente divina.

O canto dos pássaros lá fora funcionava como um sonífero para mim.

...

Lídia...

Abner estava radiante ao descobrir que era irmão de Aurora; ele não parava de repetir isso a cada segundo. Ficamos muito felizes por ele, assim como ao perceber que Cristal não era a megera que pensávamos, mas sim uma mãe zelosa pelo bem-estar da filha. Enquanto Esmeralda não chegava para conhecer o neto e iniciarmos a reunião, permanecemos na cozinha em uma conversa animada, com os gêmeos já enturmados com todos.

Há algum tempo, eu observava Lucinda, que estava um pouco cabisbaixa em um canto afastado de todos. No início, achei melhor deixá-la quieta, mas depois decidi me aproximar; talvez ela quisesse conversar.

__ Oi, Lucinda. - Apoiei-me no balcão ao seu lado.

Ela me olhou de relance.

__ Oi, Lídia.

Lobos- O Despertar Da Lenda | Livro 02| Concluído Onde histórias criam vida. Descubra agora