Capítulo 2

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"Tentei quebrar as correntes

Mas as correntes me destróem

(...)

Amor, me diga por que, por que me trata mal?

Te dei meu coração mas você levou a minha alma

Você me acorrentou

Você me acorrentou ao seu amor

Mas eu não mudaria

Não, eu não mudaria este amor"

Demorei alguns segundos para processar tudo o que tinha acontecido, e fiquei apenas encarando a porta pela qual Eda tinha saído, boquiaberto

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Demorei alguns segundos para processar tudo o que tinha acontecido, e fiquei apenas encarando a porta pela qual Eda tinha saído, boquiaberto. Ela sempre foi decidida e sempre correu atrás do que quis, mas admito que sua atitude me surpreendeu muito. Nós claramente nos odiávamos (como se ela tivesse o direito disso, sendo que fez tudo o que fez comigo), mas ela ainda insistia que trabalhássemos juntos. 

Talvez quisesse mostrar que podia continuar me enganando ou me tendo nas mãos. Mas ela estava muito enganada se ainda acreditava nisso. O Serkan que Eda conheceu morreu há muitos anos. Ela quer brincar com o fogo? Pois então, que saiba que eu posso provocar um incêndio. 

Voltei para minha sala, fechei a porta e me joguei na cadeira confortável na qual eu passava a maior parte do meu dia. O notebook me esperava, cheio de projetos para desenvolver e entregar. Era isso, eu só precisava me concentrar no trabalho, e toda essa agitação que Eda causava iria embora. Simples assim. 

… 

Acontece que eu tentei, por horas, me concentrar no trabalho, mas a morena de olhos intensos não deixava meus pensamentos. Eda exibia muitas diferenças na aparência física, parecia mais madura e se vestia de forma mais elegante, mas tinha algumas coisas que não mudaram nada. A principal delas? Seu cheiro. 

Tentei evitar pensar no quanto seu aroma me atingiu assim que me aproximei dela,  mas era impossível ignorar isso. Ainda era a mesma essência floral que senti na primeira vez que a vi, quando ela passou correndo por mim em seu primeiro dia de faculdade. E também que eu senti todas às vezes que a puxei para mim, para mantê-la no calor dos meus braços. E que me enlouquecia quando eu percorria cada centímetro do seu corpo com as mãos, e depois com a boca, como fiz várias e várias vezes, anos atrás. 

Não ficamos juntos por tanto tempo, mas vivemos um amor intenso. Não éramos muito experientes na época, mas descobrimos o calor de nossa paixão juntos. Eu tentava me convencer de que era isso que fazia com que aquele cheiro ainda mexesse tanto comigo. Porque, por mais desastroso que foi o modo como tinha acabado, mesmo que no fim tudo o que Eda me trouxe foi decepção e mágoa, não podia negar que ela foi a primeira mulher que amei. E que será a única que terei amado também. Porque eu me fechei para outras e, para ela, só sobrou o ódio.

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