𝐉𝐔𝐒𝐓 𝐁𝐄𝐒𝐓 𝐅𝐑𝐈𝐄𝐍𝐃𝐒 • 𝐀𝐑𝐓𝐇𝐔𝐑 𝐅𝐄𝐑𝐍𝐀𝐍𝐃𝐄𝐒 (✓)

- 𝟏𝟔 -

THUR

DEPOIS daquele episódio estranho na casa de Jessica assisti com ela mas estava totalmente destraído.

Dei uma desculpa qualquer e voltei rapidamente pra casa,eu estava confuso muito confuso.

Mandei mensagem pra ashelley,eu queria vê-la,queria desabafar,queria tentar entender mas na realidade eu só queria ver o meu porto seguro.

Ela é e sempre foi meu ponto de equilíbrio,ela sempre me ajudou em tudo,ela sempre me fez enxergar as coisas com clareza,ela sempre me acolheu e fez de tudo por mim.

Ela se doa tanto a nossa amizade que as vezes eu acho que estou fazendo pouco em comparação a menina maravilhosa que ela é comigo.

Ashelley sem sombras de dúvidas foi uma das melhores pessoas que eu poderia ter conhecido,eu sou inteiramente grato por ela ter entrado em minha vida.

Enquanto ela não me respondia me joguei na cadeira do setup e tentei jogar mas sem sucesso,perdi mais de 70 pontos na ranqueada e no cs perdi três estrelas,caindo pra danger pegando call errada.

Suspirei entrando no Instagram logo de cara vendo uma foto que Matheus havia postado,iria até passar reto mas percebi que ashelley estava na foto no outro skate.

S K A T E.

Ela não tem medo disso? Após ver essa foto me lembrei que hoje era o dia que ela iria conhecer os amigos dele.

Minutos depois ela me respondeu e aaproximadamente uma hora depois havia me mandado mensagem dizendo que estava vindo para minha casa.

Estava ansioso,iria contar o que aconteceu hoje.

Instantes depois escutei passos na escada e logo a vi passando pela porta do meu quarto.

— Milagre que essa casa tá vazia. - murmurou sentando na minha cama. — Lá vamos nós,o que aconteceu? - suspirou.

— Hã,me fala do seu dia primeiro. - disse e ela assentiu meia confusa.

— Foi tipo INCRÍVEL,eu "aprendi" a andar de skate os meninos foram super legais comigo e me chamaram pra ir lá de novo. - murmurou sorrindo com os olhos brilhando e eu não pude deixar de sorrir junto.

Mesmo que estivesse incomodado,ela estava feliz e pela primeira vez em anos não era só por minha causa,ela estava fazendo novos amigos!

— Vai sua vez,o que aconteceu hoje?Não ia ficar na Jessica? - perguntou parecendo confusa.

— Eu até foi mas aconteceu uma coisa estranha. - suspirei incerto. — Enquanto nós estávamos fazendo skin care e bom ela colocou uma daquelas músicas da Olívia Rogério e eu acho que literalmente tive um dejavu. - disse a deixando confusa. — E-eu só lembrei do dia que fizemos exatamente as mesmas coisas e eu fiquei confuso.

— Confuso porque? - perguntou se sentando corretamente na minha cama.

— Porque eu lembrei de nós dois enquanto eu estava com ela?Não faz sentido.

— As sensações arthur,elas ainda estão aí? - perguntou e eu assenti. — Você pelo menos gosta dela ou só se sente atraído?

— Gosto? - minha resposta foi quase como uma pergunta

— Arthur você acha que vão levar o que vocês dois tem juntos para frente? - perguntou cruzando os braços em frente aos seios.

Ela quer levar isso adiante?Eu quero levar isso a diante?

Eu não gosto dela e tenho certeza disso,eu só sou atraído por ela.

Amor e atração são palavras com significados muito diferentes.

Eu de forma alguma quero levar isso pra frente,ela é legal os beijos dela são bons mas definitivamente não vou continuar com isso.

Não terminei ainda porque nós ainda "curtimos isso" estamos levando isso bem e na calma,não tem motivo para muito alarde agora.

— Você quer que isso continue? - questionou novamente.

— Sim,por enquanto sim. É cômodo de mais para nós dois e não vejo problemas, pelo menos não agora. - murmurou desviando o olhar.

— Então tudo só é "cômodo" ? - fez aspas com os dedos. — Você diz isso agora mas daqui a pouco vocês até estão se assumindo. Então é realmente cômodo ou você só não quer ficar sozinho?

Diante de suas últimas frases fiquei incrédulo,não consigo ficar sozinho?

— Como não consigo ficar sozinho? - perguntei.

— Arthur você sempre está com alguém e quando não está com ninguém está comigo,então não você nunca consegue ficar sozinho.

— Você acha isso ruim? - perguntei me levantando da cadeira inquieto.

— Não,eu só quero saber o porquê você nunca se sente instável o suficiente e fica pulando de pessoa. É como se você não se sentisse seguro de sí mesmo.

— Eu ainda não encontrei ela. - disse a deixando confuso. — Não encontrei quem faça essas malditas sensações passarem.

Ouvi um suspiro dela e logo fui até seu encontro a abraçando suspirando profundamente,ela se levantou retribuindo o abraço encostando a cabeça em meu peito e eu encostei meu queixo no topo de sua cabeça

— Eu só não sei,é tudo tão confuso. - sussurrei a apertando mais.

No entanto ela não disse nada,apenas levantou a cabeça e me olhou nos olhos.

E foi aquele momento enquanto ela inclinava a cabeça para me olhar que mirei em seus lábios e eles nunca me pareceram tão convidativos como hoje.

Me aproximei lentamente dela e ela foi fazendo o mesmo,quando iria juntar nossos lábios escutamos minha mãe gritando da sala provavelmente chegando do mercado.

— Arthur eu cheguei,vem me ajudar a guardar essas coisas. - gritou do andar de baixo e nos separamos assustados.

— Já vou! - gritei de volta.

— E-eu já vou pra casa. - gaguejou ash.

A acompanhei até lá em baixo onde fomos abraçados por minha mãe.

— Ei está tudo bem entre a gente não está? - puxei a mão dela.

Ela pareceu pensar por alguns segundos antes de confirmar que sim e me abraçar rapidamente atravessando o quintal quase que correndo.

Suspirei cruzando os braços,se minha mãe não tivesse chegado iríamos nos beijar?