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THUR

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THUR

CINCO DIAS se passaram desde de aquele desastre que aconteceu comigo e ash na minha casa.

Ela me evitava a uma semana e eu não sabia mais o que fazer, fugia de mim igual o diabo fugia da cruz.

Eu tinha perdido meu sono na maioria das noites, meu desempenho nos jogos tinha caído bastante e na escola eu pelo menos tentava continuar mantendo a minha atenção nas aulas.

Eu juro que tava tentando mas toda vez que eu  via ela sentada junto com o matheus parecendo bem eu ficava com raiva, essa raiva disfarçada de tristeza.

O que me deixava mais mal era saber que ela tava se empenhando a mostrar que nao tava mal,mas eu sabia a verdade.

Convivo com ela desde quando era praticamente neném, ela ta mal e não quer que ninguém perceba.

Ela tá simplismente dando o seu melhor, em sua pior fase como se isso não fosse nada. Eu vejo toda vez que olho pra ela uma grande tristeza.

A ash tem o probelma de achar que tem que carregar todo o peso do mundo sozinha, quando na verdade isso só machuca ela.

— Arthur? - jessica me cutucou e eu olhei.

Jessica, jesssica e Jessica. Toda vez ela.

— O que foi? - perguntei confuso.

— Você ficou a aula toda olhando pro nada, nem pegou a explicação de matemática né? - perguntou pegando o caderno da próxima aula.

— Tenho certeza que não. - respondi agora olhando pro caderno, mas ainda pensando nela.

Sempre nela, a minha menina que eu fui idiota o suficiente pra deixar ir.

— Bom dia turma, abram os livros na pagina 215. - a professora de geografia entrou na sala.

(...)

— Tô indo lá ta? Beijo. - jessica me deu um selinho e saiu andando.

Olhei pro lado vendo ash já na metade da rua e eu so conectei meus fones no celular em uma playlist aleatória bem baixinho enquanto corria ate ela.

Talvez esse tenha sido meu erro, caiu na música favorita dela.

só com ela eu quis ficar

e agora ela me deixou oh

eu ainda gosto dela

Ash?Me espera ai. - gritei e por algum motivo ela parou.

O que você quer? - ela adotou uma postura defensiva e eu pisquei surpreso.

Ela nunca agiu assim comigo.

mas ela já não gosta tanto assim.

Você ta bem? - fiz a pergunta mais estúpida possível mas me parabenizei por não gaguejar.

Sim e você? - perguntou mas ta bem nítido na minha cara que ta tudo péssimo.

Eu to bem. - menti e ela parece ter percebido mas não insistiu.

a porta ainda esta aberta

mas da janela ja nao entra luz

— Eu andei pensando muito nos últimos dias e cheguei a conclusão que eu fui um idiota. - falei apos alguns segundos. — Como eu fui tão cego e não percebi?

e eu ainda penso nela

— Você só presta atenção no que é cômodo pra você e eu sinceramente não te culpo. - ela me respondeu me olhando,os olhos dela nunca pareceram tão perdidos como agora.

mas ela já não pensa mais em mim

— O que? E-eu,não. - respondi confuso.

— Sempre foi assim, eu sempre deixei tão explícito e você nunca percebeu. - ela apontou. — Eu queria sim que você soubesse, mas não demonstrava o suficiente.

— Eu nunca percebi nada, eu nunca reparei tanto nas atitudes e nos sinais que tavam literalmente na minha testa. - confessei culpado.

eu vou deixar a porta aberta

— O meu maior medo de você descobrir era acabar com nossa amizade e adivinha? Não adiantou nada eu ter guardado tudo pra mim. Você descobriu e tudo acabou. - ela passou a mão no rosto parecendo cansada.

— Eu não soube reagir e deu tudo errado, isso que aconteceu. - apontei como se fosse o óbvio.

Mas como sempre, ela se culpando por uma coisa que ela nem tinha tanto controle.

Nós não escolhemos por quem vamos nos apaixonar afinal.

— Olha eu realmente não tô preparada pra essa conversa e isso só ta me desgastando mais e mais. - ela suspirou. — Eu to indo lá ta? Se cuida.

— Se cuida. - respondi mas ela ja tinha virado as costas e parecia que estava correndo de algum bandido, de tão rápido que estava andando.

Quando na verdade estava correndo de mim e isso doeu mais do que eu imaginei, isso tudo me dói mais do que eu consigo verbalizar.

pra que ela entre e traga a sua luz

Porque as coisas tinham que ser tão complicadas assim?

Porque eu não podia ter feito meus dois neurônios funcionarem e perceberem que eu também gostava dela na mesma intensidade?

Qual era meu problema afinal?

Bufei passando a mão no rosto e voltei a andar em direção a minha casa.

Eu preciso resolver isso o mais rápido possível pelo bem da nossa sanidade mental.

𝐉𝐔𝐒𝐓 𝐁𝐄𝐒𝐓 𝐅𝐑𝐈𝐄𝐍𝐃𝐒 • 𝐀𝐑𝐓𝐇𝐔𝐑 𝐅𝐄𝐑𝐍𝐀𝐍𝐃𝐄𝐒 (✓)Onde histórias criam vida. Descubra agora